Ações da Petrobras desabam 6%, aéreas caem 9%, Cielo tem queda de mais de 11% e nenhuma ação do Ibovespa fecha em alta

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quarta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Uma sessão de forte aversão ao risco no mercado fez novamente as ações tombarem e ofuscou totalmente a temporada de balanços, a despeito de alguns resultados considerados positivos pelos analistas.

O motivo para a forte baixa do Ibovespa, de 4,25%, a 95.368 pontos, foi a segunda onda do coronavírus na Europa e nos EUA.  O presidente da França, Emmanuel Macron, decretou um lockdown em todo o território nacional a partir da próxima sexta-feira (30), na tentativa de conter a segunda onda do novo coronavírus (Sars-CoV-2). As escolas, porém, permanecerão abertas.

Vale destacar que, na Alemanha, a chanceler Angela Merkel e os primeiros-ministros dos Estados do país concordaram em implementar um segundo bloqueio parcial, a partir da próxima segunda-feira (2), também com o aumento do número de casos por lá.

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Em meio à aversão ao risco, apenas ações de empresas consideradas mais defensivas, como a da elétrica Taesa (TAEE11, R$ 28,39, -1,25%), tiveram baixas mais amenas, ainda que superiores a 1%.

Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 18,64, -6,14%;PETR4, R$ 18,67, -6,09%) caíram cerca de 6%, com os preços do petróleo tendo forte baixa nesta quarta-feira, revertendo ganhos do dia anterior após uma elevação os estoques e com o aumento nos casos de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa, que geraram temores de um excesso de oferta e uma demanda mais fraca por combustíveis. No caso do petróleo, o provável impacto à atividade levou os contratos para baixo, com o movimento ainda impulsionado pelo dólar forte, que torna a commodity mais cara para os detentores de outras moedas.

O petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 5,51%, em US$ 37,39 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para janeiro recuou 4,73%, a US$ 39,64 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

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Ainda no radar da companhia , ela divulgará os resultados após o fechamento do mercado e anunciou a revisão da política de remuneração aos acionistas, de forma que a companhia possa pagar dividendo mesmo sem ter registrado lucro.

Em meio às expectativas por mais restrições à circulação com a aceleração dos casos de coronavírus na Europa e nos EUA, as aéreas também registraram forte baixa, caso de Azul (AZUL4, R$ 23,40, -9,58%) e Gol (GOLL4, R$ 16,92, -9,03%). CVC (CVCB3, R$ 12,77, -9,88%) também viu suas ações em forte baixa.

Bancos também tiveram um novo dia de forte queda seguiram a baixa da véspera em meio à forte aversão ao risco do mercado. Após o Santander Brasil (SANB11, R$ 32,01, -3,79%) divulgar os seus números na véspera, nesta data (após o fechamento) será a vez do Bradesco (BBDC4, R$ 21,00, -5,66%). Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 23,78, -4,46%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,14, -5%) também caíram.

Outra companhia a divulgar os seus números será a Vale (VALE3, R$ 60,26, -3,63%), que também viu suas ações caírem forte na sessão.

Já entre os papéis que registraram menores perdas no índice, relativamente, foram os do Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,70, -2,14%), que apresentou na véspera fortes números de vendas no terceiro trimestre. Cielo (CIEL3, R$ 3,41, -11,66%), RD (RADL3, R$ 24,20, -7,21%) Localiza (RENT3, R$ 62,55, -3,13%), Vivo (VIVT4, R$ 42,01, -3,40%), Gerdau (GGBR4, R$ 22,22, -5,89%) e, fora do índice, a Smiles (SMLS3, R$ 15,85, -11,50%), também divulgaram seus números do terceiro trimestre entre a noite da véspera e a manhã desta quarta.

Com relação à Cielo, os analistas do Safra destacaram que os números, embora tenham apresentado boa recuperação dos volumes transacionados e da receita, foram fracos. Eles veem dinâmica fraca de lucros à frente mesmo após pior momento no segundo trimestre. para a empresa e para o setor.

Com relação à RD, os analistas do Itaú BBA apontaram: “reconhecemos a execução consistente da RD, modelo de negócios resiliente, balanço sólido e plano de expansão robusto”, mas citaram que maior parte das vantagens parecem precificadas nos níveis atuais.

Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
CIEL3 -11.658 3.41
AZUL4 -9.9304 23.31
CVCB3 -9.88 12.77
IRBR3 -9.5097 6.09
GOLL4 -9.1936 16.89

Ambev (ABEV3, R$ 13,37, -2,55%)

A Heineken informou resultados, tendo desempenho melhor do que o esperado no terceiro trimestre, com um surpreendente aumento nas vendas de cerveja nas Américas, mas disse que a incerteza ainda causada pela pandemia de Covid-19 a impede de fornecer uma previsão confiável para 2020.

Nas Américas, os volumes de cerveja aumentaram 2,5%, com crescimento de cerca de 10% nos Estados Unidos e no Brasil, onde a Heineken está se expandindo após uma aquisição em 2017 que a tornou a segunda maior cervejaria do mercado, atrás da Ambev.

De acordo com o Credit Suisse, o número corrobora o cenário de sólido crescimento da indústria; o banco destaca esperar bons resultados de vendas de volume de cervejas para a Ambev, que divulga seu resultado amanhã de manhã.

Gerdau (GGBR4, R$ 22,22, -5,89%)

A receita líquida da Gerdau somou R$ 12,2 bilhões no terceiro trimestre, 23% a mais sobre o mesmo período do ano anterior, com as vendas físicas de aço totalizando 3,2 milhões de toneladas, uma alta de 4%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) consolidado foi de R$ 2,1 bilhões, com margem Ebitda de 17,5%. Segundo a companhia, o resultado reflete a retomada vigorosa dos mercados no Brasil e na América Latina, especialmente de construção civil, e a manutenção da demanda por aço em bons patamares na América do Norte.

“No terceiro trimestre de 2020, a Gerdau beneficiou-se da agilidade na retomada de suas operações industriais e da proximidade com seus clientes para atender a demanda crescente por aço nos diversos mercados em que está presente. No Brasil, as vendas de aços longos e planos no mercado interno subiram 7% entre janeiro e setembro em uma comparação anual e ficaram acima dos patamares registrados antes do início da pandemia, reflexo principalmente do forte desempenho da construção civil, enquanto mantivemos em níveis positivos os volumes entregues na América do Norte. Além disso, nos últimos meses, aceleramos nossa estratégia de transformação digital, nos aproximando ainda mais dos nossos clientes, o que podemos ver refletido no aumento de cotações para compra de aço no nosso site de 14 mil, em janeiro, para 50 mil, em setembro”, afirma Gustavo Werneck, diretor-presidente (CEO) da Gerdau.

Houve uma queda na relação entre a dívida líquida e Ebitda, que saiu de 2,8 vezes no segundo trimestre para 2,1 vezes. A geração no fluxo de caixa livre atingiu R$ 2,3 bilhões.

Ao longo do terceiro trimestre de 2020, a Gerdau investiu R$ 360 milhões em ativo imobilizado (CAPEX). Considerando os nove primeiros meses do ano, foi destinado R$ 1,1 bilhão para as operações da empresa globalmente. A previsão de desembolso de CAPEX para 2020 representa investimentos da ordem de R$ 1,6 bilhão.

Segundo o Morgan Stanley, a Gerdau apresentou um Ebitda muito forte, que bateu as estimativas de mercado e do banco.

Os Conselhos de Administração da Gerdau e da Metalúrgica Gerdau aprovaram a distribuição de dividendos relativos ao ano de 2020, em antecipação ao dividendo mínimo obrigatório. A Gerdau  e a Metalúrgica Gerdau pagarão dividendos, respectivamente, de R$ 204 milhões (R$ 0,12 por ação) e R$ 76 milhões (R$ 0,07 por ação) nos dias 18 e 19 de novembro.

Cielo (CIEL3, R$ 3,41, -11,66%)

Mesmo tendo observado uma melhora no volume financeiro capturado no terceiro trimestre de 2020, a Cielo não conseguiu evitar que seu lucro líquido despencasse 71,6% no período, na comparação anual, para R$ 100,4 milhões.

Também em queda, o Ebitda da companhia (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sofreu uma retração de 33,7% na comparação anual, totalizando R$ 480 milhões. Frente ao trimestre anterior, o número mais que dobrou — teve uma alta de 103,4%.

O volume financeiro capturado pela Cielo recuperou o patamar anterior à pandemia de coronavírus no país, com aumento de 29,4% frente ao segundo trimestre deste ano, mas, ainda assim, tal recuperação não foi suficiente para neutralizar o impacto da Covid-19, fazendo com que o volume contra o terceiro trimestre de 2019 recuasse 3,6%, para R$ 165,3 bilhões.

“O montante pago de forma antecipada aos pequenos e médios varejistas representou em uma penetração recorde de 31,8% do volume de crédito. Este crescimento foi viabilizado pela estratégia de alocação de recursos para fomentar o pagamento antecipado de recebíveis de cartão de crédito para este segmento, anunciada em março de 2020”, destacou a Cielo em seu balanço.

O Credit Suisse avaliou que os resultados estão melhorando após um segundo trimestre fraco, mas manteve recomendação neutra da companhia (expectativa de valorização dentro da média do mercado).

O banco suíço reafirmou ser “difícil ver qualquer ângulo estruturalmente positivo nas ações se a Cielo continuar da mesma forma”, embora tenha considerado o resultado trimestral acima do previsto.

Analistas do setor financeiro ainda veem desafios adicionais para a Cielo com a estreia em novembro do sistema instantâneo de pagamentos, PIX, que deve tomar mercado de outras modalidades que dão receitas para instituições financeiras, caso dos cartões de crédito e de débito, eixo do negócio das adquirentes.

Em teleconferência com jornalistas, Paulo Caffarelli, CEO da companhia, no entanto, alegou na teleconferência que o PIX deve ampliar a bancarização no Brasil, criando oportunidades maiores para o setor financeiro, incluindo a própria Cielo. Mas não deu detalhes.

O Bradesco BBI avaliou os resultados como melhor do que o esperado, e ajustou em 18% para cima a previsão de lucro Ebitda em 2020, para R$ 398 milhões. O banco manteve, no entanto, a recomendação como neutra, devido a incertezas quanto à estrutura de capital da empresa e pressões competitivas, mas elevando ligeiramente o preço-alvo de R$ 4,50 para R$ 5, o que configura um potencial de valorização de quase 30% em relação ao fechamento de R$ 3,86 da véspera.

Localiza (RENT3, R$ 62,55, -3,13%)

O balanço do terceiro trimestre divulgado pela Localiza nesta terça-feira (27) mostrou que o pior da crise para a empresa já ficou para trás. Com a retomada do nível de vendas de seminovos ao nível pré-pandemia, além da remoção dos descontos para alugueis de carros, a companhia viu seu lucro líquido crescer 59% no período, na comparação anual, para R$ 325,5 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 18,9% na mesma base de comparação, para R$ 648,1 milhões. O indicador foi ajudado pela gestão de frotas, segundo a companhia, que apresentou crescimento de 8,6% no volume de carros alugados do período, em relação ao terceiro trimestre de 2019.

“Na divisão de aluguel de carros, nos beneficiamos da diversificação de segmentos para uma retomada consistente, alcançando frota média alugada de cerca de 139 mil carros, 5,4% maior na comparação com terceiro trimestre de 2019. Em setembro alcançamos o nível de 152 mil carros alugados, próximo ao patamar de frota média alugada no primeiro trimestre de 2020”, disse a empresa.

A diária média, que havia sido bastante impactada no segundo trimestre por causa das restrições de mobilidade causadas pela pandemia de coronavírus, se recuperou gradualmente entre julho e setembro, atingindo uma média de R$ 66,80 — resultando em receita líquida do segmento aluguel de carros praticamente estável em comparação ao terceiro trimestre de 2019, de R$ 755,3 milhões, ante R$ 757,6 milhões um ano antes.

Já a receita líquida consolidada da Localiza teve aumento de 18,8% na comparação anual, totalizando R$ 3,068 bilhões. A receita líquida do segmento seminovos subiu 29,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, devido à alta de 23,7% do volume de carros vendidos.

O Credit Suisse destacou que os resultados foram impulsionados pela venda de carros usados pela empresa a reforçar a avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 74, frente os R$ 64,6 atuais. O Bradesco BBI também reforçou a recomendação de compra das ações, que também avalia como outperform, com preço alvo de R$ 70.

Além disso, a empresa anunciou que elevou o plano de recompra de debêntures para R$ 1,3 bilhão.

Telefônica (VIVT4, R$ 42,01, -3,40%)

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, fechou o terceiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 1,212 bilhão, o que representa uma alta de 25,5% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com balanço publicado nesta terça-feira, 27. No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 3,478 bilhões, baixa de 6,7% ante o mesmo período do ano passado.

Em sua apresentação de resultados, a operadora de telecomunicações explicou que o avanço do lucro é decorrência da queda nas suas despesas com juros e com impostos. Também houve corte de custos nas operações por meio das iniciativas de digitalização do atendimento. Esses fatores compensaram a menor atividade comercial em meio à crise econômica provocava pela pandemia.

O Ebitda no trimestre foi de R$ 4,322 bilhões, recuo de 4,8%. A margem Ebitda no trimestre caiu 1,1 ponto porcentual, para 40%. E no acumulado do ano, o Ebitda totalizou R$ 12,932 bilhões, retração de 1,8%, com margem de 40,5%, alta de 0,5 ponto porcentual.

A companhia apresentou receita operacional líquida de R$ 10,792 bilhões no trimestre, queda de 2,3%, e R$ 31,934 bilhões no ano, encolhimento de 2,9%.

O resultado financeiro líquido foi uma despesa de apenas R$ 17 milhões, montante 94,6% menor na comparação anual. No ano, chegou a R$ 286 milhões, baixa de 55,1%.

Na avaliação do Credit Suisse, a Vivo reportou resultado ligeiramente positivo, sendo que a receita de serviços de aparelhos surpreendeu positivamente, mas sendo em parte compensada por uma queda mais brusca do que esperada em linha fixa. A margem Ebitda teve queda após vários trimestres de expansão afetada pela venda de aparelhos (10% na base anual).

A tendência para o segmento móvel deve melhorar assim que o cenário macro abrir espaço para implementação do aumento de preço anual.

Raia Drogasil (RADL3, R$ 24,20, -7,21%)

A RD teve lucro líquido de R$ 174,7 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 19,5% em relação ao mesmo período anterior, de acordo com dados divulgados pela rede de varejo farmacêutico na noite de terça-feira. Em termos ajustados, o lucro cresceu 13,4%, para 172,9 milhões de reais no período.

A receita bruta consolidada alcançou R$ 5,4 bilhões, um incremento de 12,8% ante o terceiro trimestre do ano passado, com o segmento OTC (produtos de saúde que não exigem prescrição médica) sendo o destaque, com crescimento de 17,3%. A margem bruta passou de 27,7% para 27,8%.

“Conforme as medidas de distanciamento social implementadas para combater a pandemia do Covid-19 foram afrouxando ao longo do trimestre, obtivemos melhoras consideráveis nas receitas… Nosso crescimento em mesmas lojas alcançou 6,7%, enquanto lojas maduras cresceram 1,4%”, observou.

De acordo com os dados divulgados na véspera, os canais digitais representaram 7,1% das vendas do varejo, em linha com o segundo trimestre, “apesar da progressiva normalização do tráfego de clientes em nossas lojas”.

O resultado medido pelo Ebitda ajustado aumentou em 10,5%, para R$ 397,2 milhões, com margem de 7,4%, ligeira queda em relação aos 7,5% um ano antes.

A companhia chamou a atenção para um ganho inflacionário sobre os estoques no trimestre, em função do adiamento do aumento de preços de março para maio.

Mas ponderou que esse ganho foi parcialmente compensado em função do ajuste a valor presente (AVP), um efeito não-caixa, resultado de um ciclo de caixa excepcionalmente maior e da taxa de juros mais baixa, bem como maior investimento em promocionalização e aumento transitório nas perdas de inventário, sobretudo no tocante ao vencimento dos estoques de álcool líquido com validade curta comprados no pico da pandemia.

O ciclo de caixa no terceiro trimestre foi 8,9 dias maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Os estoques aumentaram em 2,8 dias, enquanto recebíveis aumentaram 1,8 dia.

A rede registrou um fluxo de caixa livre positivo de R$ 351,8 milhões e uma geração total de caixa de R$ 331,3 milhões no terceiro trimestre.

Dos R$ 184,4 milhões investidos no trimestre, R$ 87,3 milhões foram destinados a abertura de novas lojas, R$ 37,6 milhões foram para a reforma e ampliação de lojas existentes e R$ 59,5 milhões foram para infraestrutura.

A RD inaugurou 64 lojas entre julho e setembro, 12 a mais do que no mesmo período de 2019, com 3 fechamentos, terminando o trimestre com um total de 2.223 estabelecimentos. “Com isso, totalizamos 158 aberturas brutas em 2020 e reiteramos nosso guidance de 240 para o ano”, afirmou a companhia, também lembrando do novo guidance de 240 aberturas brutas por ano para 2021 e para 2022.

Conforme destaca a XP Investimentos, o e-commerce continuou sendo um dos principais destaques do trimestre, atingindo 7,1% das vendas (versus 7,6% no trimestre passado e 2,7% no primeiro trimestre), reforçando que o consumidor parece realmente ter se tornado omnicanal. Segundo a administração da companhia, 431 lojas localizadas em 204 cidades já operam como mini centros de distribuição (versus 345 no segundo trimestre), e concentram cerca de 91% das vendas das lojas. Além disso, 74% das vendas digitais foram atendidas pelas lojas (por exemplo: Clique e Retire, entregas na vizinhança etc.), sendo 85% das entregas feitas em menos de 4 horas.

Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,70, -2,14%)

As vendas totais do Carrefour Brasil tiveram alta de 27,3% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2019. Incluindo a venda de gasolina, o grupo vendeu R$ 19,276 bilhões. Já o crescimento LfL (que considera as vendas de mesmas lojas sem gasolina) foi de 26%, um recorde para a série histórica do grupo.

O Atacadão registrou R$ 13,545 bilhões em vendas, uma alta de 31,3%. Enquanto isso, o varejo do Carrefour sem gasolina somou R$ 5,213 bilhões. A explicação do grupo para o número elevado de crescimento do Atacadão é de que as decisões estratégicas tomadas para melhorar a competitividade da bandeira criaram uma dinâmica comercial positiva. “Ao mesmo tempo em que tivemos o retorno do crescimento das vendas para clientes B2B devido à redução das restrições de circulação no Brasil e reabertura de bares e restaurantes”, diz o grupo na prévia de vendaS publicada há pouco.

Quanto aos números do varejo, o grupo diz que as vendas de alimentos foram sustentadas pelos produtos de marca própria que ganharam importância em um ambiente de inflação alimentar. Além disso, o grupo aponta ganho de mercado no setor de hipermercados, graças às suas iniciativas de multicanalidade.

Os números foram classificados como “excepcionais” pelo Credit Suisse, que destacou dados da agência Nielsen segundo os quais a fatia de mercado do Carrefour subiu entre 1,3 e 1,9 ponto percentual. O banco afirmou que os resultados, aliados à incorporação de 30 lojas do grupo Makro nos próximos meses tornam as ações “bastante atraentes”.

Smiles (SMLS3, R$ 15,85, -11,50%)

A Smiles anunciou lucro líquido de R$ 50,2 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 66,4% frente o mesmo período de 2019. A receita líquida caiu mais da metade na comparação anual, para R$ 133,8 milhões. O Ebitda foi de R$ 62 milhões, queda de 70%. Foram acumuladas mais de 20 milhões de milhas no trimestre, e resgatadas 16,7 milhões de milhas.

O Bradesco BBI classificou os resultados como melhores do que o esperado, ampliou a expectativa para o lucro Ebitda da empresa em 2021 em 67%, com base em um novo acordo operacional com a Gol, que prevê acesso a passagens promocionais e desconto adicional sobre o preço destes produtos. Mas manteve a avaliação como neutra devido à perspectiva de enfraquecimento do real e menor distribuição de dividendos.

Em entrevista ao InfoMoney, André Fehlauer, CEO da Smiles, destacou que, existe uma recuperação bastante forte quando se olha na comparação com o segundo trimestre e quando vemos os meses dentro do trimestre.

“O mês de setembro está muito próximo a patamares do ano anterior, seja em resgate de passagens ou mesmo em faturamento de milhas. Não está tudo bem; mas, em uma indústria afetada pela pandemia, a velocidade de recuperação em um segmento que vem sofrendo muito mostra que estamos no caminho positivo para chegar a patamares que tínhamos antes. A indústria de turismo derreteu, mas estamos saindo do pior trimestre do ano com uma evolução consistente no mensal”, afirmou.

Ele ainda apontou que o modelo de negócios da companhia se comprovou resiliente. “Temos 17,9 milhões de clientes na base de cartões de credito, os indicadores vêm recuperando mês a mês de forma consistente e a empresa voltou a dar lucro nessa pandemia. Temos R$ 219 milhões de caixa. O ano de 2019 tinha uma economia muito mais aquecida, mas estamos nos recuperando. Claramente essa recuperação depende da capacidade de companhias aéreas, sobretudo da Gol”, complementou.

JBS (JBSS3, R$ 19,98, -2,15%)

Nesta sexta-feira a assembleia de acionistas da JBS pode vivenciar momentos tensos. O BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, que é acionista minoritário da JBS afirmou, por meio de carta de intenção de voto, que pretende votar a favor de processo contra os irmãos Wesley e Joesley Batista, controladores da empresa, envolvida no escândalo da Lava Jato.

O BNDES acusa administradores de recorrer a subterfúgios para proteger os irmãos, e pede ação de responsabilidade contra a dupla para ressarcir a JBS por prejuízos causados por administradores, ex-administradores e pelos próprios controladores por crimes expostos em delação premiada. Segundo o Estadão, a carta cita nominalmente os ex-administradores Florisvaldo Caetano de Oliveira e Francisco de Assis e Silva.

Petrobras (PETR3, R$ 18,64, -6,14%;PETR4, R$ 18,67, -6,09%)

A Petrobras informou que seu Conselho de Administração, em reunião realizada ontem, aprovou a revisão da política de remuneração aos acionistas. Segundo a empresa, o objetivo de possibilitar que a administração proponha o pagamento de dividendos compatíveis com a geração de caixa da companhia, mesmo em exercícios em que não for apurado lucro contábil.

Com as alterações aprovadas, no cenário em que o endividamento bruto da companhia estiver acima de US$ 60 bilhões, poderá ser apresentada a proposta de distribuição de dividendos, sem apuração de lucro contábil, quando se verificar redução de dívida líquida no período de doze meses anteriores, caso a Administração entenda que será preservada a sustentabilidade financeira da companhia. A proposta de distribuição deverá ser limitada à redução de dívida líquida.

A companhia informou que poderá, ainda, em casos excepcionais, propor o pagamento de dividendos extraordinários, superando o dividendo mínimo legal obrigatório ou o valor anual apurado a partir da fórmula (Remuneração = 60% x (Fluxo de caixa operacional – CAPEX), quando seu endividamento bruto estiver inferior a US$ 60 bilhões, mesmo na hipótese de não verificação de lucro contábil.

Para a XP Investimentos, o anúncio é muito positivo para as ações da Petrobras, pois a companhia poderá distribuir proventos mais elevados a acionistas antes de atingir a marca de endividamento bruto de US$ 60 bilhões, além dos proventos refletirem melhor a geração de caixa operacional da companhia. A XP reitera a recomendação de compra para Petrobras, com preços-alvo de R$ 30 e R$ 29 para PETR4 e PETR3, respectivamente.

Ainda no radar da empresa, o Ministério de Minas e Energia autorizou a estatal a exercer atividades de importação de gás natural da Bolívia em volume total de até 10,08 milhões de metros cúbicos por dia.

A autorização, válida até o final de 2020, foi publicada pela pasta no Diário Oficial da União desta quarta-feira e envolve ainda aval para importação adicional de até 1 milhão de metros cúbicos por dia para uso no sistema de transporte.

De acordo com a publicação do ministério, o gás a ser importado terá como mercado potencial o atendimento à demanda de usinas termelétricas, com transporte através do gasoduto Bolívia-Brasil.

Shoppings

A XP Investimentos retormou a cobertura dos shoppings brasileiros com as seguintes recomendações: Iguatemi (IGTA3; preço-alvo de R$ 41/ação) e Multiplan (MULT3; preço-alvo de R$ 25/ação) com recomendação de compra e brMalls (BRML3; preço-alvo de R$ 10,7/ação) com recomendação neutra;

“Apesar dos resultados amplamente impactados em razão da covid-19, vemos as ações dos shoppings brasileiros negociando em patamares atraentes com base no método de fluxo de caixa descontado e prêmio sobre o FFO Yield para a NTN-B 2035 (taxa de juros reais de longo prazo). Preferimos companhias com portfólio de shoppings sólidos e dominantes (IGTA3 e MULT3), pois acreditamos que elas tendem a se recuperar mais rapidamente do que a média do setor em um cenário pós-pandemia”, destaca a XP. Confira o relatório na íntegra clicando aqui. 

Ser (SEER3)

A Ser informou que, no âmbito da possível aquisição dos negócios da Laureate no Brasil, foi revogada a decisão liminar de primeira instância, obtida pela companhia que mantinha o Transaction Agreement válido e eficaz.

“Não obstante, em 23 de outubro, a Ser requereu instauração do respectivo procedimento arbitral, e a questão relativa ao válido exercício do direito de go-shop será discutida por meio de arbitragem, nos termos do Transaction Agreement. A Ser se mantém certa de seus direitos e tomará todas as medidas cabíveis para garantir o efetivo cumprimento do Transaction Agreement”, destacou.

Totvs (TOTS3) e Linx (LINX3)

A Totvs convocou assembleia para 27 de novembro assembleia para avaliar a incorporação da Linx.

Klabin (KLBN11)

A Klabin, maior produtora de papéis do Brasil, convocou para 26 de novembro assembleia para discutir incorporação da Sogemar.

Sanepar (SAPR11)

A agência reguladora do Paraná propôs adiamento a divisão em duas etapas da revisão tarifária da Sanepar para  2021, o que foi visto como negativo pelo Credit Suisse. De acordo com o regulador, não há tempo para concluir o processo previsto para maio de 2021. As tarifas de 2020 seguem sendo adiadas.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.