Ações de CSN e Usiminas fecham em alta de mais de 3%, seguradoras sobem 4% e bancos caem; Méliuz dispara com dados do 1º tri

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão morna para o Ibovespa após os fortes ganhos da véspera, as ações de siderúrgicas subiram forte nesta terça-feira (6), com atenção para os ganhos de mais de 3% de CSN (CSNA3, R$ 39,17, +3,62%) e (USIM5, R$ 17,65, +3,46%). Os preços do aço na China saltaram para níveis recorde nesta terça-feira, impulsionados por uma forte demanda doméstica e preocupações com cortes de produção no pais, maior fabricante e exportador global do material usado em construção e na indústria.

O contrato de maio do vergalhão de aço na bolsa de futuros de Xangai fechou o pregão diurno com alta de 2,1%, a 5.180 iuanes (US$ 791) por tonelada, após ter subido mais cedo para 5.200 iuanes, o maior nível já registrado ao menos desde 2011.

Já os futuros do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian recuaram, com o contrato mais ativo, para setembro, em baixa de 0,6%, para 971 iuanes por tonelada. Na bolsa de Cingapura, por sua vez, o contrato mais ativo, para maio, subiu 0,3%, para US$ 161,25 por tonelada. As ações da Vale (VALE3, R$ 102,05, -1,30%), que saltaram mais de 6% na véspera com o programa de recompra de ações de US$ 4,6 bilhões, tiveram queda de mais de 1%.

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Mas o destaque de alta do índice ficou para o setor de seguradoras, com ações de SulAmérica (SULA11, R$ 34,92, +4,27%) e Porto Seguro (PSSA3, R$ 48,64, +4,13%), fora do índice, subindo cerca de 4%.

No radar das empresas, está o cenário de alta de juros, após Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, reforçar a avaliação de um aumento mais rápido da Selic no início do ciclo de normalização monetária. A alta de juros acaba impactando positivamente as ações de algumas seguradoras. Isso porque, além da receita operacional que vem da venda de seguros, elas têm como outra fonte relevante de receita as aplicações feitas no mercado financeiro. Como uma grande parte dessas aplicações são em renda fixa com rendimentos atrelados à Selic, uma alta na taxa básica de juros leva a maiores retornos sobre o capital investido.

Ainda em destaque, está a Caixa Seguridade, holding de seguros da Caixa Econômica Federal, que lançou sua oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) ao mercado, podendo levantar até R$ 5,7 bilhões, considerando o topo da faixa indicativa da oferta, que vai de R$ 9,33 a R$ 12,67 por ação. Os valores colocados para a concorrente podem levar o mercado a se questionar sobre o valuation das demais empresas do setor.

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Fleury (FLRY3, R$ 26,92, +3,90%) e Qualicorp (QUAL3, R$ 29,60, + 3,35%)  também tiveram ganhos entre 3% e 4%.

Entre as baixas, estiveram também as ações de bancos, com queda de cerca de 2%, caso de Bradesco (BBDC3, R$ 22,50, -2,00%;BBDC4, 25,60, -1,58%), e mais amenas para Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,55, -1,20%), Itaú (ITUB4, R$ 27,13, -1,17%) e Santander (SANB11, R$ 38,49 -1,05%), de cerca de 1%.

Fora do Ibovespa, as ações da Rede D’Or (RDOR3, R$ 66,56, +2,76%) subiram mais de 2% após aquisição da Biocor, enquanto o Méliuz (CASH3, R$ 29,73, +6,71%) avançou quase 7% após dados operacionais do primeiro trimestre (veja mais clicando aqui).

Confira mais destaques:

Oi (OIBR3, R$ 1,89, 0,00%;OIBR4, R$ 2,59 -0,77%)

A Oi informou que o acordo de exclusividade assinado com Globenet Cabos Submarinos, BTG Pactual Economia
Real Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e outros fundos de investimento para a venda da InfraCo, unidade de infraestrutura de fibra ótica da operadora, foi prorrogado até as 10h (horário de Brasília) do dia 9 de abril de 2021. Antes, o acordo tinha sido prorrogado de 5 de março para até 5 de abril.

A companhia informa que o “acordo visa garantir segurança e celeridade às tratativas em curso entre as partes e permitir
que os termos e condições dos documentos e anexos relativos à oferta vinculante para aquisição parcial da UPI InfraCo  possam continuar a ser negociados”.

Leia mais
Oi amplia prejuízo em 2020, mas ações disparam após balanço e teleconferência; o que explica o ânimo?

De acordo com a Oi, caso sejam satisfatoriamente finalizadas as negociações das condições e documentos entre as partes, a Oi terá condições de garantir às Proponentes o direito de cobrir (“right to top”) outras propostas recebidas no processo competitivo de alienação parcial da UPI InfraCo, na forma da Cláusula 5.3.9.4.6. do Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial homologado pela 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio do Janeiro.

Rede D’Or (RDOR3, R$ 66,56, +2,76%)

A Rede D’Or anunciou a aquisição, por meio de sua afiliada Clínica São Lucas, de 51% do Biocor, hospital de doenças cardiovasculares, localizado em Belo Horizonte (MG). Segundo a empresa, a empresa tem valor de firma de R$ 750 milhões, do qual será deduzido o endividamento líquido.

A companhia estima que a Biocor terá receita de R$ 300 milhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 70 milhões um ano após o fechamento da operação.

O Credit Suisse afirmou que o valor pago por leitos na compra pela Rede D’Or ficou abaixo de sua expectativa para o plano de expansão, e destacou que a empresa adquiriu o equivalente a 350 leitos, com planos de expandir entre 150 e 200 leitos.

Gol (GOLL4, R$ 22,53, -0,31%)

A Gol informou na segunda que a demanda por assentos em seus voos domésticos em março foi 40,6% menor do que um ano antes, ilustrando a continuada pressão sobre o setor aéreo, diante das medidas de isolamento social para tentar conter a pandemia da Covid-19 no Brasil.

Já a oferta de assentos pela companhia foi 39,7% menor, também no comparativo anual. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves diminuiu 1,1 ponto percentual em relação a março de 2020, primeiro mês da pandemia no país, para uma taxa de 71,8%.

No primeiro trimestre, a demanda foi 35,7% menor, enquanto a oferta de assentos caiu 34,7%, provocando uma queda de 1,2 ponto ano a ano, para 79,8% de ocupação de passageiros.

Não houve voos internacionais operados pela Gol no mês passado, em meio a restrições de vários países à entrada de passageiros procedentes do Brasil, que enfrenta uma segunda onda da pandemia. “Em março, a Gol operou uma média de 245 voos diários e adequou frequências à menor demanda nos hubs de Congonhas (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro), Brasília (Distrito Federal), Fortaleza (Ceará) e Salvador (Bahia)” afirmou a companhia.

Méliuz (CASH3, R$ 29,73, +6,71%)

O Méliuz divulgou prévia dos dados operacionais do primeiro trimestre de 2021. Ao longo do trimestre, foram abertas 2,4 milhões de novas contas, uma média de 27 mil contas abertas por dia. Com esse número, chegou-se a uma base total de 16,4 milhões de contas abertas – um crescimento de 73% em relação ao total no final do primeiro trimestre de 2020.

Já o número de usuários ativos nos últimos doze meses registrou um crescimento de 226%, passando de 2,2 milhões no primeiro trimestre de 2020 para 7,1 milhões no primeiro trimestre de 2021.

No período, a companhia originou para os parceiros do Marketplace um GMV (Gross Merchandise Volume ou Volume Bruto de Mercadorias) de mais de R$ 833 milhões, um crescimento de 91% na base de comparação anual. Considerando o GMV no primeiro trimestre de 2021, originou-se um total de R$ 2,9 bilhões, um crescimento de 59% em relação ao desempenho observado nos primeiros três meses de 2020, apesar do GMV do setor de viagens ainda não ter voltado aos patamares do 1º trimestre de 2020.

“Na esfera dos serviços financeiros, o Cartão Méliuz – cartão de crédito co-branded que não possui anuidade e oferece até 1,8% de cashback -, ao final do primeiro trimestre de 2021, atingiu a marca de 4,5 milhões de solicitações – 19 vezes o número atingido no primeiro trimestre de 2020”, destacou a empresa.

O Bradesco BBI apontou que o Méliuz entregou mais um resultado significativamente melhor do que o esperado, com o número de usuários ativos atingindo 7,1 milhões no primeiro trimestre, enquanto para o ano os analistas estimavam um número de 8,6 milhões.

“Em termos de GMV, apesar de impactado positivamente pela sazonalidade favorável do trimestre, o crescimento de 91% na base anual também nos surpreendeu e vemos sinais de alta em nossa estimativa para 2021. Em outras frentes, as aplicações de cartões mantiveram-se fortes, com 1,4 milhão no trimestre, enquanto a oferta de soluções mais frequentes (cartão presente e recargas de celular) já mostraram impactos positivos no engajamento do usuário, levando a um maior número de transações por usuário e fazendo com que os primeiros usuários iniciem sua jornada de consumo. Ao todo, vemos os dados operacionais do Méliuz  altamente positivos, uma vez que a empresa continua a entregar resultados além de nossas expectativas”, afirmam os analistas. Eles reforçam o Méliuz como a primeira escolha entre três setores (tecnologia, saúde e educação) na cobertura consolidada, com um preço-alvo de R$ 42 para o final de 2021.

HBR Realty Empreendimentos Imobiliários (HBRE3, R$ 16,75, + 1,64%) 

O Itaú BBA iniciou a cobertura da HBR Realty, com recomendação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado), e preço-alvo de R$ 34,3 para o ano de 2021, frente aos R$ 16,48 de fechamento na segunda. Fundada em 2011, a empresa é uma incorporadora de propriedades urbanas focada na região metropolitana de São Paulo, com atuação forte em centros de conveniência.

O banco avalia que o mercado paulistano de centros de conveniência não é foco de grande competição, e que o tamanho da HBR Realty pode contribuir para a geração de valor. O Itaú BBA destaca ainda que o mercado de fusões e aquisições de escritórios está aquecido.

CCR  (CCRO3, R$ 13,20, +0,53%)

O Bradesco BBI repercutiu os dados operacionais do portfólio da CCR para a semana de 26 de março. O tráfego de estradas com pedágio teve alta de 36% na comparação anual, alta de 20 pontos percentuais em relação à semana anterior. O tráfego de passageiros em mobilidade urbana subiu 51% na comparação anual, e 23 pontos percentuais frente à semana anterior. O tráfego em aeroportos subiu 396% na comparação anual, e 392 pontos percentuais frente à semana anterior.

Vale (VALE3, R$ 102,05, -1,30%)

O ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e o ex-diretor de ferrosos da companhia, Peter Poppinga, são alvo de um processo administrativo sancionador aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no caso Brumadinho.

Em agosto de 2019, a autarquia instaurou um inquérito para aprofundar a investigação sobre a responsabilidade de administradores da companhia pelos fatos relacionados ao rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro daquele ano.

Informações públicas mostram que a CVM abriu prazo para a apresentação de defesas pelos dois executivos na última segunda. A apuração trata de “eventuais irregularidades relativas à possível inobservância de deveres fiduciários” ligados à tragédia que matou 272 pessoas. Não há maiores detalhes. Entre os deveres previstos na Lei das S.A. estão os de lealdade – em relação à empresa e seus acionistas – e de diligência, pelo qual o administrador da companhia deve atuar com o mesmo cuidado que empregaria em seus próprios negócios.

Ao comunicar a abertura de inquérito, em 2019, a CVM destacou que a apuração não incluía a atuação sobre questões relativas à legislação ambiental. À época, o órgão regulador não mencionava o nome de executivos.

O Ministério Público Federal decidiu pelo arquivamento de um requerimento do empresário Benjamin Steinmetz que acusava executivos da Vale  de práticas ilícitas, informou nesta segunda-feira a companhia, que agora avalia denunciar o israelense por calúnia e difamação. Ao fim de 2020, o empresário apresentou ao MPF supostas evidências de que a mineradora teria praticado crime de corrupção e tráfico de influencia em atividades relacionadas ao projeto minerário de Simandou, na República da Guiné.

“A Vale entende que a decisão do Ministério Público Federal corrobora a lisura e probidade de sua atuação no mercado”, disse a companhia em comunicado nesta segunda-feira.

Dasa(DASA3, R$ 144,01, -0,68%)

A Dasa define nesta terça-feira o preço por ação de sua oferta subsequente (follow-on), em operação que pode levantar cerca de R$ 5,7 bilhões e levar a companhia para o Novo Mercado.

BTG Pactual (BPAC11, R$ 98,62, +0,17%)

A Caixa Econômica Federal e o BTG Pactual assinaram acordo por meio de subsidiárias para a aquisição pelo banco de investimentos da totalidade das ações ordinárias do Banco Pan em poder do banco estatal, equivalentes a 26,8% do capital social, comunicaram o BTG e o Pan nesta terça-feira.

Pelas ações de titularidade da Caixa Participações (CaixaPar), representativas de 49,2% do capital social votante do Banco Pan, o Banco Sistema se comprometeu a pagar aproximadamente R$ 3,7 bilhões, o que corresponde a R$ 11,42 por ação.

Com a operação, destacou o BTG em fato relevante, a CaixaPar conclui o processo de desinvestimento de sua participação no Banco Pan e o BTG Pactual, que participa de seu co-controle há mais de uma década, passará a consolidar o controle acionário da instituição.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 20,60, +0,88%), Mobly (MBLY3, R$ 21,17, -0,84%) e Mercado Livre (MELI34, R$ 72,50, +2,26%)

O Morgan Stanley atualizou o seu modelo para o setor de e-commerce da América Latina após a temporada de divulgação de resultados, prevendo crescimento de 27% em 2021, excluindo taxa de câmbio e o desempenho da Argentina. Em US$, o banco prevê crescimento de 25%.

No Brasil, o banco elevou a perspectiva de crescimento em 2021 de 22% para 26%. A expansão do mercado deve ser o maior impulsionador do crescimento do setor, com as principais empresas consolidando sua participação no mercado. Até 2025, o banco diz esperar a adição de R$ 215 bilhões em GMV (valor total de vendas aos clientes).

Os analistas da instituição mantêm visões positivas e de overweight (expectativa de crescimento acima da média do mercado) para Mercado Livre, Magazine Luiza e Mobly. O Magazine Luiza deve liderar os ganhos no Brasil.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.