Ações de C&A, Renner, Marisa e Guararapes sobem forte com incorporações no setor; Vale tem leve alta antes de resultado

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (26)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O grande destaque de ações do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (26) ficou para as ações da Cia. Hering (HGTX3, R$ 28,62, +26,19%), com ganhos de mais de 25% após o Grupo Soma (SOMA3, R$ 12,67, -10,14%) anunciar acordo para incorporar os negócios da varejista (veja mais clicando aqui). Os papéis SOMA3, por sua vez, tiveram bastante volatilidade e fecharam próximos da mínima do dia.

Outras varejistas, por sinal, também subiram com a percepção de um mercado de fusões e aquisições aquecido. Lojas Renner (LREN3, R$ 41,46, +1,66%), C&A (CEAB3, R$ 12,52, +4,07%), Marisa (AMAR3, R$ 6,04, +4,50%) e Guararapes (GUAR3, R$ 17,59, +3,35%) tiveram ganhos expressivos neste pregão.

Cabe destacar que, nesta semana, a Lojas Renner define o preço por ação em oferta secundária de ativos, em meio a especulações de que a companhia está de olho em diversas aquisições. Entre as companhias de capital aberto, os investidores avaliam a probabilidade da C&A ser adquirida pela Renner. Já o jornal O Estado de S. Paulo destacou que a Dafiti seria alvo da aquisição (veja mais clicando aqui).

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por outro lado, a Arezzo (ARZZ3, R$ 76,91, -3,26%), que chegou a propor fusão com a Cia. Hering, teve queda de quase 4% dos seus ativos.

Cabe destacar que hoje o dia também conta com a divulgação dos resultados da Vale (VALE3, R$ 108,57, +0,54%), a serem divulgados depois do fechamento do mercado. A expectativa é de números sólidos, em meio à alta do minério de ferro.

Por sinal, o dia foi de alta para as commodities. Os futuros do aço na China fecharam em máxima recorde nesta segunda-feira, sustentados por uma robusta demanda e preocupações com restrições à produção, enquanto os preços de referência do minério de ferro também tocaram níveis recorde devido a temores sobre escassez de oferta.

Continua depois da publicidade

O minério de ferro na bolsa de Dalian com entrega em setembro DCIOcv1 fechou em alta de 4,3%, a 1.145 iuanes, após ter chegado a saltar 6,3% mais cedo. Os preços do minério de ferro estão sendo apoiados principalmente pela contradição estrutural da oferta, há escassez de produtos de qualidade média e alta”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Capital.

A província chinesa de Shaanxi pediu recentemente a governos locais, seguindo o órgão estatal de planejamento e outras autoridades, que verificassem a produção de aço das siderúrgicas locais em 2020, explicando eventuais descumprimentos de metas.

Outro pólo siderúrgico, a cidade de Handan, na província de Hebei, recentemente emitiu aviso pedido a usinas que implementem medidas de controle da produção no segundo trimestre. Essas medidas geraram preocupações quando a maiores restrições produtivas no setor de ferrosos, elevando os preços uma vez que a demanda ainda está forte e em sua época de pico. Confira os destaques:

Hypera (HYPE3, R$ 35,02, -1,85%)

A temporada de resultados, que começou com os números da Usiminas, teve a divulgação na sexta à noite dos números da Hypera Pharma. A companhia registrou lucro líquido de R$ 305,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 28,1% ante o mesmo período do ano passado. A companhia somou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas de R$ 362 milhões, aumento de 45,6% na comparação anual.

A farmacêutica também reportou crescimento de 43,7% na receita líquida do período em relação aos primeiros três meses de 2020, atingindo R$ 1,17 bilhão. O sell-out (venda diretas ao consumidor) avançou 11,5%, ou 2 pontos porcentuais acima do crescimento do mercado, segundo o IQVIA, que realiza levantamentos relacionados à área de saúde.

Segundo a empresa, a alta na receita foi impulsionada principalmente pelo portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan e pelo crescimento orgânico de 11,5% do sell-out, que continuou sendo favorecido pela melhora gradual da demanda no varejo farmacêutico brasileiro observada desde o segundo semestre de 2020 e pelas iniciativas da companhia. Quando excluída a contribuição para a receita líquida do portfólio da Takeda e do Buscopan, o crescimento foi de 16,3%.

A companhia manteve a Margem Ebitda das Operações Continuadas, com expansão de 0,4 ponto porcentual, para 30,9% no primeiro trimestre. A empresa registrou fluxo operacional de caixa de R$ 151 milhões (redução de 11,5% ante o mesmo período de 2020), com geração livre de caixa negativa em R$ 3,399 bilhões, principalmente pelo pagamento da aquisição do portfólio de medicamentos da Takeda, líquido da venda do portfólio ex-Brasil e da marca Xantinon, no valor de R$3,3 bilhões.

De acordo com a Hypera, as despesas de Marketing tiveram crescimento de 17,6% ante o primeiro trimestre de 2020, somando R$ 214,7 milhões. Por outro lado, as despesas gerais e administrativas apresentaram aumento de 12,1%, atingindo R$ 55,9 milhões.

Vale (VALE3, R$ 108,57, +0,54%)

Nesta segunda, serão divulgados os dados da Vale após o fechamento do mercado. A expectativa do Bradesco BBI é de que a Vale registre resultados sólidos, com Ebitda ajustado de US$ 8,1 bilhões (queda de 9% ante o quarto trimestre de 2020, mas alta de 181% na comparação anual).

As vendas de minério de ferro foram sazonalmente mais fracas, com queda frente o quarto trimestre de 2020 e totalizando 65,6 milhões de toneladas no trimestre, alta de 11% no comparativo anual devido à produção mais forte, parcialmente compensada pela menor disponibilidade de pellet feed (principalmente de Itabira e Brucutu).

Já os custos C1 – de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto – devem elevar cerca de US$ 2,0 a tonelada ante o quarto trimestre, devido à diluição de custos fixos mais fraca (produção sazonalmente menor) e custos mais altos com compras de minério de terceiros.

A XP aponta que frete e custos de produção mais altos – com menor diluição de custo fixo, por conta dos volumes mais baixos – podem compensar parcialmente o trimestre mais forte em termos de preços. “Temos um Ebitda de US$ 8,7 bilhões para o segmento de minério de ferro. Em relação ao segmento de metais básicos, temos um EBITDA menor no trimestre (US$ 994 milhões) com volumes de vendas mais baixos compensando melhores condições nos mercados de níquel e cobre”, apontam.

Usiminas (USIM5, R$ 22,94, +3,57%)

Os analistas do Credit Suisse e do Bradesco BBI destacaram, através de fontes, que ao menos uma grande siderúrgica brasileira anunciou mais um aumento para aços planos em maio no Brasil.

A alta é de cerca de 15% em média e segue o recente aumento de preço de 10% em abril, que foi implantado com sucesso. O aumento de preços valerá para o segmento de distribuição e também para clientes industriais (ex-montadoras).

De acordo com o BBI, a notícia é muito positiva para a Usiminas, a principal escolha no setor siderúrgica em América Latina. Na sexta-feira, após a divulgação dos resultados, os analistas elevaram o preço-alvo de R$ 22 para R$ 32 para USIM5, destacando uma rara combinação de fatores positivos, como fortes preços internacionais do aço, altos preços do minério de ferro, real desvalorizado e demanda doméstica saudável, o que criou a base para aumentos adicionais de preços, fortalecendo ainda mais a dinâmica de ganhos da Usiminas nos próximos trimestres.

GPS (GGPS3, R$ 12,80, +6,67%)

A sessão também marca a estreia do Grupo GPS na B3. As ações da empresa de serviços de limpeza e segurança foram precificadas a R$ 12.

A companhia levantou R$ 2,49 bilhões em sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).

O objetivo declarado da empresa é ser a referência no mercado de serviços indoor do Brasil por meio da qualidade da entrega e da relação custo-benefício para os clientes.

Ela tem como marcas a In-Haus Industrial, In-Haus Logística, LC Restaurantes, Poliservice Segurança, Predial Soluções Integradas, Qu4ttro Serv Soluções Integradas, Grupo Magnum, Top Service Company, Engeseg, PoloNorte, Grupo Proteg, Servis, Onseg Vigilância, Gol Segurança e Vigilância, JAM Soluções Prediais, BC2, RZF, Graber Serviços, Visel, Fortaleza Grupo, Grupo Sempre, Clube da Segurança, EcoPolo, ProGuarda, GPS, GPS Tec e Graber Segurança.

A GPS tem presença em todas as regiões do Brasil e conta com mais de 100 mil colaboradores, além de 2700 clientes e 30 empresas integradas.

Petrobras (PETR3, R$ 23,30, +0,13%; PETR4, R$ 23,78, +0,38%)

No radar de recomendações, o Credit Suisse elevou a recomendação para as ações da Petrobras de underperform para neutra, além de elevar o preço-alvo do ADR de US$ 8 para US$ 10. Os analistas destacam que o case de investimento da Petrobras tem sido controverso nos últimos meses e apontam que o valuation permanece extremamente descontado, assumindo preços de combustível inalterados, enquanto algumas das incertezas se dissiparam. As menores incertezas incluem a venda da RLAM, a nomeação de um conselho executivo técnico e o primeiro discurso do novo CEO, general Joaquim Silva e Luna. Também do lado otimista, a expectativa é por resultados muito fortes no primeiro trimestre de 2021.

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 18,86, -1,41%)

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o novo presidente da EDP Brasil, João Marques da Cruz, afirmou que a empresa colocou à venda três das seis hidrelétricas que opera no país, visando levantar recursos para acelerar investimentos em geração fotovoltaica e reduzir a exposição à geração de energia hidrelétrica. Serão vendidas duas usinas no Amapá e uma no Espírito Santo, que somam 800 megawatts de capacidade.

Eletrobras (ELET3, R$ 37,23, +1,39%; ELET6, R$ 37,44, +1,33%)

Em uma live do Valor Econômico, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) afirmou que pretende apresentar nesta semana o relatório da MP 1.031/21, que define o modelo que viabiliza a capitalização da Eletrobras, com diluição do controle detido pela União. Ele se compromete a entregar um parecer alinhado à proposta que o governo enviou em fevereiro ao Congresso, com ajustes pontuais negociados com o Ministério de Minas e Energia.

Copel (CPLE6, R$ 6,48, -0,31%)

A estatal paranaense de energia Copel informou na sexta que seu conselho de administração aprovou conversões de ações e a formação de Units da companhia, que passarão a ser negociadas em bolsa a partir desta segunda-feira, sob o código CPLE11.

A companhia disse que, no âmbito de seu 1° Programa de Units, acionistas não controladores pediram conversões de ações que levaram à formação de cerca de 248,1 milhões de Units, enquanto o governo do Paraná solicitou conversões que geraram 28,9 milhões de Units. “Consequentemente, após as conversões, o Estado mantém sua participação de 31,1% no capital total da companhia, sendo 5,3% em ´Units´”, disse a empresa.

Via Varejo (VVAR3, R$ 12,85, -2,06%) 

A Via Varejo anunciou que mudou sua marca e agora passará a se chamar somente Via, com o intuito de ir além do varejo, o que se traduziu em mudanças no logo, cores e num novo posicionamento “que reforça a estratégia da empresa se ser conhecida como a melhor Via de compras”, disse a empresa em comunicado.

A empresa ressalta que os resultados apresentados em março já mostram que a companhia não é mais uma empresa de varejo, mas uma empresa que tem “unificado barreiras físicas e digitais das lojas, sites e apps, se associando a startups que deram mais velocidade ao sistema logístico e tecnológico”, acelerando a entrada de novos vendedores diariamente.

A Via Varejo – agora Via – também informou que sua controlada Lake Niassa Empreendimentos e Participações adquiriu 100% das cotas de emissão da Celer Processamento Comércio e Serviço, plataforma proprietária de soluções de pagamentos. O valor da aquisição não foi informado.

A fintech oferece um pacote de “Bank-as-aService”(BaaS), permitindo que outras fintechs disponibilizem a seus clientes uma conta digital integrada a serviços de pagamentos, compreendendo alternativas de cash-in e cash-out, emissão e processamento de cartões, gestão de cobrança e transferências, incluindo ao tradicional portfólio o PIX.

CVC (CVCB3, R$ 23,32, +5,14%)

A CVC anunciou nesta sexta-feira que ampliou de cerca de 60% para 100% sua participação nas empresas argentinas Biblos e Avantrip.

A companhia não informou o valor do negócio em comunicado ao mercado, mas afirmou que a conclusão das aquisições não representaram impactos relevantes em suas demonstrações financeiras.

Taesa (TAEE11, R$ 40,80, +0,54%)

O conselho da transmissora de energia elétrica Taesa aprovou a emissão pela companhia de debêntures no valor de R$ 750 milhões.

As debêntures, não conversíveis em ações, serão emitidas em duas séries, a primeira com vencimento em sete anos e a segunda em quinze anos, conforme ata de reunião dos conselheiros divulgada nesta sexta-feira.

Os recursos obtidos com a operação serão utilizados para gestão ordinária dos negócios da companhia e reembolso de despesas, gastos ou dívidas relacionados ao projeto Ivaí e à controlada São Pedro Transmissora de Energia Elétrica.

CCR (CCRO3, R$ 12,30, +0,24%)

O Bradesco BBI comentou a divulgação pela CCR de seu portfólio de estradas de pedágio, que tiveram queda de 7% no tráfego na semana de 23 de abril, queda de 7% frente ao mesmo período de 2019 e 3,9 pontos percentuais frente à semana imediatamente anterior.

Na comparação semanal, o tráfego de passageiros em concessões urbanas caiu 52 pontos percentuais. Em concessões de aeroportos, caiu 52%. Mesmo assim, o banco mantém avaliação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a CCR, com preço-alvo de R$ 18, frente aos R$ 12,27 negociados na sexta.

Aprenda como ganhar dinheiro prevendo os movimentos dos grandes players. Na série gratuita Follow the Money, Wilson Neto, analista de investimentos da Clear, explica como funcionam as operações rápidas.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.