Ações de bancos, seguradoras e empresas de commodities são boas opções no cenário atual de alta da Selic, avalia XP

Para os analistas, boas pagadoras de dividendos também devem continuar dando retornos maiores do que a renda fixa

Mitchel Diniz

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A Selic em 11,75% ao ano aumenta a atratividade da renda fixa, mas a equipe de análise da XP avalia que a Bolsa continua oferecendo boas oportunidades de investimento, mesmo com os juros mais altos.

“Um dos maiores interesses de investidores para entrar em ações, além do ganho com a subida de seus preços, é a possibilidade de ganhar uma rentabilidade adicional na forma de dividendos”, diz o texto assinado por Fernando Ferreira, estrategista-chefe, Jennie Li, estrategista de ações, e Rebecca Nossig, analista de estratégia de ações.

A equipe defende o argumento comparando a variação de preço com o retorno total de ações conhecidas como boas pagadoras de dividendos, sendo que ainda há boas oportunidades mesmo com a renda fixa mais atrativa.

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“Mostramos que as ações abaixo acumularam um retorno total anualizado de mais de 20% nos últimos cinco anos, significativamente maior do que o taxa DI acumulada durante o mesmo período em 5,75%”.

Olhando para os ganhos acumulados ao longo do tempo, os analistas afirmam que ações pagadoras de dividendos seguem atrativas, mesmo no cenário atual. A XP admite que o número empresas que distribuem proventos acima da Selic tem diminuído, mas os analistas continuam “construtivos com a Bolsa brasileira”.

A análise destaca que as ações brasileiras estão tendo um dos melhores desempenhos no mundo este ano, por conta de uma rotação de carteiras dos papéis de crescimento para ações de valor, uma forte exposição à commodities e preço por lucro nas mínimas dos últimos dez anos.

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Os setores mais resilientes

A equipe de análise da XP ainda destaca os setores resilientes com o ambiente de taxa de juros em alta e commodities também com os preços bastante pressionados para cima.

Os analistas explicam que os bancos são diretamente beneficiados com a alta da Selic pelo spread bancário: a diferença entre o custo de captação da instituição financeira e os juros cobrados aos clientes.

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“Com uma alta na taxa básica de juros, bancos tendem a aplicar uma taxa maior em empréstimos, porém o reajuste nos custos de captação é mais lento”, afirmam os analistas.

As seguradoras também têm mais ganhos financeiros com a Selic mais alta, pois parte de suas receitas vem da aplicação do dinheiro obtido com venda de seguros. “Como uma grande parte dessas aplicações são em renda fixa, com investimentos atrelados à Selic, uma alta na taxa básica de juros leva a maiores retornos sobre o capital investido.”

A XP também destaca o setor de commodities, uma vez que segue impactado por um desequilíbrio entre oferta e demanda, após o afrouxamento das restrições impostas na pandemia. A retomada das atividades econômicas não acompanhou a da produção de matérias-primas e, com menor disponibilidade, os preços das commodities começaram a subir.

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A análise observa a relevância de Rússia e Ucrânia no fornecimento de insumos ao mercado global e como isso foi amplamente impactado, reduzindo ainda mais a oferta global de petróleo, minério de ferro, níquel, milho e trigo, aumentando os preços dessas commodities.

“O aumento no preço de commodities eleva também as receitas das empresas ligadas à eles, o que pode elevar a distribuição de dividendos”, escreveram os autores da análise.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados