Ação da Petrobras fecha em alta com vitória no STF e releva petróleo; Azul e Gol sobem 5% com recomendações e IRB salta 8%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (1)

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em uma sessão de volatilidade para o Ibovespa, que ganhou ânimo na reta final, quem ganhou destaque foi a Petrobras (PETR3, R$ 19,95, +0,91%;PETR4, R$ 19,85, +1,22%). As ações da petroleira viraram para alta apesar da forte queda do petróleo, impulsionadas pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a venda de refinarias pela companhia. O julgamento terminou um pouco depois do fechamento, com o Supremo liberando a venda das refinarias sem aprovação do Congresso por seis votos a quatro (veja mais clicando aqui).

O ministro Edson Fachin, relator do caso, votou contra venda de refinarias da Petrobras sem licitação ou autorização legislativa, sendo acompanhado pela ministra Rosa Weber e pelos ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. Já o ministro Alexandre de Moraes divergiu do relator e votou pela liberação da privatização de refinarias sem autorização legislativa, sendo seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Luiz Fux.

Já os preços do petróleo caíram cerca de 4% na quinta-feira, com o aumento dos casos de coronavírus em todo o mundo diminuindo as perspectivas da demanda, enquanto uma alta na produção dos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no mês passado também pressionou os preços. O contrato futuro do brent com vencimento em dezembro teve queda de 3,6%, a US$ 40,78 o barril, enquanto o contrato futuro do WTI com vencimento em novembro fechou em baixa de 3,8%, a US$ 38,71 o barril.

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No campo positivo, estiveram ainda as ações da Azul (AZUL4, R$ 25,70, +5,41%) e Gol (GOLL4, R$ 17,90, +4,80%), em meio à elevação de recomendação de neutra para compra pelo Goldman Sachs para as duas ações.

O Goldman elevou o preço-alvo para a Gol de R$ 17 para R$ 26,80, de forma a incorporar as medidas de redução de custos da companha, como licenças voluntárias, adiamento de pagamentos de leasing e mudanças de contratos que diminuíram o risco de liquidez da empresa. Já o preço-alvo para a Azul foi de R$ 18,50 para R$ 38,80, também de forma a incorporar medidas tomadas em meio à pandemia, como renegociações com sindicatos, com as empresas de leasing de aeronaves e afastamentos voluntários.

“Consideramos a companhia como uma das mais bem posicionadas em um ambiente de recuperação da demanda com potenciais ganhos de market share de concorrentes mais vulneráveis. Além disso, como a demanda por viagens aéreas eventualmente se recupera no Brasil, vemos que a Azul poderia ter aumentado o poder de precificação”, apontam os analistas sobre a Azul.

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Mas o maior destaque de alta voltou a ser a ação do IRB (IRBR3, R$ 8,10, +8,14%). Desde o dia 22, véspera da divulgação dos dados de julho que animaram o mercado, até esta sessão, os papéis saltaram 49%, com a percepção de que o pior pode ter ficado para trás para a companhia. Veja mais clicando aqui. 

Entre as maiores baixas, destaque para as ações da Natura (NTCO3, R$ 48,58, -4,99%), que anunciou oferta global de ações que pode somar R$ 6,207 bilhões. A oferta inclui uma emissão pública de distribuição primária com esforços restritos das ações no Brasil e uma oferta pública primária no exterior, sob a forma de ADSs. O objetivo da operação é acelerar o crescimento nos próximos três anos e otimizar a estrutura de capital, acelerando a desalavancagem.

A CVC (CVCB3, R$ 15,71, -2,60%) abriu em queda, que chegou a 5%, zerou as perdas durante a sessão, voltando a ter perdas mais expressivas posteriormente e fechando em queda superior a 2%. A companhia divulgou, com atraso, os resultados do primeiro trimestre, com prejuízo líquido consolidado de R$ 1,15 bilhão, ante um lucro de R$ 46 milhões (pro forma), no mesmo período do ano anterior.

Petrobras (PETR3, R$ 19,95, +0,91%;PETR4, R$ 19,85, +1,22%)

Ainda sobre a Petrobras, além do julgamento no Supremo, a empresa finalizou a venda de sua participação nos campos terrestres do Polo Lagoa Parda, no Espírito Santo, para a Imetame Energia Lagoa Parda, afiliada da Imetame Energia. A operação somou US$ 9,441 milhões. O valor se soma ao montante de US$ 1,405 bilhão pagos à Petrobras na assinatura do contrato de venda.

Além disso, a Petrobras anunciou ontem o início da fase vinculante referente à venda de sua subsidiária integral Petrobras Biocombustível (PBIO). Segundo a empresa, os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções sobre o processo de desinvestimento.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 21,00, +4,22%)

A BR Distribuidora recebeu valores referentes aos Instrumentos de Confissão de Dívidas assinados com a Eletrobras e suas controladas distribuidoras de energia. A companhia recebeu R$ 34,7 milhões correspondente à 29ª parcela. Desde a assinatura destes instrumentos, a companhia já recebeu um montante total de R$ 4,5 bilhões.

Natura (NTCO3, R$ 48,58, -4,99%)

A Natura fará uma oferta global de ações que pode somar R$ 6,207 bilhões. A oferta inclui uma emissão pública de distribuição primária com esforços restritos das ações no Brasil e uma oferta pública primária no exterior, sob a forma de ADSs.

O objetivo da operação é acelerar o crescimento nos próximos três anos e otimizar a estrutura de capital, acelerando a desalavancagem. Sobre os planos de crescimento, a empresa destacou a integração e a recuperação da Avon, a digitalização dos negócios e oportunidades de expansão geográfica.

A empresa vai emitir 121.400.000 ações ordinárias que serão precificadas em 08 de outubro. A operação é coordenada pelo Banco Morgan Stanley, pelo Bank of America Merrill Lynch, Banco Bradesco BBI, Citigroup Global Markets Brasil e Banco Itaú BBA.

Além disso, a Natura disse que deixará de divulgar projeções financeiras, devido à necessidade de adequar sua política de divulgação aos procedimentos da oferta pública de ações.

“Acreditamos que este processo de aumento de capital pode fazer com que a Natura fortaleça sua estrutura de capital e acelere o processo de integração da Avon. As vendas do terceiro trimestre parecem ter registrado uma evolução, mas parte desse resultado também pode ser afetado por
mudança nas vendas devido ao ataque cibernético na Avon ocorrido em junho”, apontam os analistas do UBS destacando que, sobre esse assunto, ainda são necessários mais detalhes. O banco suíço possui recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 50.

IRB (IRBR3, R$ 8,10, +8,14%)

O IRB-Brasil Resseguros informou que a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s Global Ratings atribuiu o rating “brAAA” para a primeira emissão de debêntures simples da companhia. O valor total dessa emissão é de até R$ 900 milhões, em duas séries, com vencimentos em 2023 e 2026, conforme divulgado no dia anterior.

Energisa (ENGI11, R$ 41,05, -0,17%)

A Energisa concluiu a oferta pública de distribuição de 1.244.154 debêntures simples, em série única. A emissão somou R$ 1,244 bilhão. A oferta foi feita com esforços restritos (CVM 476), ou seja, limitada a um público restrito de investidores qualificados.

Hypera (HYPE3, R$ 30,37, +1,84%)

A Hypera aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio de R$0,29290 por ação ordinária, equivalente a R$185,49 milhões. O pagamento será realizado até o final do exercício social de 2021, com base na posição acionária de 23 de outubro de 2020. As ações serão negociadas “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 26 de outubro de 2020, inclusive.

CVC (CVCB3, R$ 15,71, -2,60%)

A CVC divulgou, com atraso, os resultados do primeiro trimestre, com prejuízo líquido de R$ 1,15 bilhão, ante um lucro de R$ 46 milhões (pro forma), no mesmo período do ano anterior.

O prejuízo líquido em termos ajustados – por itens não recorrentes ou que não afetam a geração de caixa e exclui o lucro líquido atribuível à não controladora, além do efeito extraordinário de Avianca – foi de R$ 72,9 milhões, ante dado positivo de R$ 57,8 milhões (pro forma) no primeiro trimestre de 2019.

A receita líquida somou R$ 289,6 milhões, queda de 35,9%, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização, depreciação) ajustado foi de R$ 12,5 milhões, queda de 90,5%.

Já a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) foi de 4,09 vezes no padrão pro forma e 3,17 vezes segundo o padrão contábil.

Na avaliação da Levante Ideias de Investimentos, o pior para a CVC  já está incorporado no preço das ações. “Ademais, este resultado é antigo’ e apenas uma prévia do segundo trimestre, o qual certamente será devastador”, ressalta a equipe de análise.

Os analistas ressaltam que a companhia deu algumas informações prévias dos meses subsequentes aos do primeiro trimestre. As vendas entre abril e junho foram próximas a zero e a recuperação vem sendo gradativa desde julho. Na primeira quinzena de setembro as vendas estão no patamar de 40% do registrado no mesmo período de 2019.

“O caso de investimento em CVC é complexo. A expectativa é que a recuperação em termos de reserva no Brasil atinja o mesmo patamar de 2019 apenas em 2021”, ressalta a equipe.

Além disso, a Levante aponta enxergar um risco relevante no segmento “corporativo” no futuro devido à boa aceitação de reuniões à distância no ambiente corporativo, muito embora avalie que o modelo de negócios da CVC seja capaz de absorver esta questão sem enormes problemas.

“Já seus negócios na Argentina têm um futuro bastante sombrio. Além de toda questão política econômica que aflige o país, há o monstro da inflação de custos para viagens internacionais devido à desvalorização cambial e o aumento de impostos para 30%  para viagens para o exterior, sancionado em janeiro deste ano”, apontam.

No segmento lazer e em especial no Brasil há grande potencial dada a subpenetração do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) em comparação com outros países da América Latina, como o México, por exemplo. Contudo, acreditamos que essa questão poderá levar mais tempo devido à natureza do gasto com viagens (não essencial) e à ausência de políticas públicas mais incisivas para o setor de turismo no Brasil. Além da pandemia, o desemprego e a queda na renda também são fatores que influenciam os negócios da CVC no curto/médio prazo, conclui a casa de análise.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,79, +0,57%)

O BB Banco de Investimento e o UBS firmaram uma parceria para atuar em atividades de banco de investimento e de corretora de valores mobiliários no segmento institucional no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai.

Segundo o BB, a parceria vai iniciar suas operações como uma plataforma de banco de investimentos completa, combinando a rede de relacionamentos do BB no Brasil e sua capacidade de distribuição para pessoas físicas, com a capacidade de distribuição global do UBS. O UBS terá 50,01% da nova empresa, enquanto o BB terá 49,99%.

Suzano (SUZB3, R$ 46,50, +2,09%)

A oferta pública de ações da Suzano a ser feita pela BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será precificada nesta quinta-feira.

De acordo com o fato relevante enviado pela companhia em 18 de setembro, a oferta consiste de 150.217.425 ações. Isso equivale a 11% do capital da Suzano.

Os coordenadores da oferta são o JPMorgan, o Bank of America, o Bradesco BBI, Itaú BBA e XP Investimentos.

Vale (VALE3, R$ 58,86, -0,42%)

A Vale vai pagar R$ 493,9 milhões, equivalente a R$ 1,271221414 por debênture participativa. O valor é referente ao prêmio total apurado para o período entre janeiro e junho de 2020. A liquidação financeira ocorrerá hoje.

O prêmio total é composto por um percentual de 1,80% sobre o faturamento líquido obtido com a venda de finos de minério de ferro oriundos do Sistema Norte e por um percentual de 1,25% sobre o faturamento líquido obtido com a venda de concentrado de cobre oriundo da mina de Sossego.

CPFL (CPFE3, R$ 27,78, +0,79%)

A CPFL Energia informou a conclusão da segunda etapa do plano de integração da CPFL Renováveis mediante a Reestruturação Societária das empresas do Grupo CPFL. O processo inclui a cisão parcial da CPFL Geração com a versão de seu acervo líquido cindido para a CPFL Renováveis.

Além disso, prevê a incorporação total, pela CPFL Renováveis, da CPFL Centrais Geradoras e o aumento de capital da CPFL Renováveis mediante a integralização de créditos pela CPFL Geração. Segundo a empresa, a nova estrutura fortalece suas estruturas administrativas e gera sinergias.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.