Ações da Petrobras saltam até 6% com petróleo e recomendação; aéreas têm nova queda e elétricas caem com crise hídrica

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (28)

Lara Rizério

Plataforma da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro(Mario Tama/Getty Images)

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3, R$ 26,71, +5,78%; PETR4, R$ 26,99, +4,17%) registraram fortes ganhos na sessão desta sexta-feira (28), em um dia de alta do petróleo, com o brent chegando a superar os US$ 70 em meio às expectativas de recuperação da economia, especialmente da americana, e com a elevação de recomendação dos papéis pelo JPMorgan.

Os analistas do banco elevaram a recomendação dos ativos da Petrobras PETR4 e PETR3 para ‘overweight’, estabelecendo preço-alvo das ações a R$ 35,50 para o final de 2021, de acordo com relatório a clientes. Eles ressaltam uma menor percepção de risco com a nova administração não apenas mantendo a direção estratégica, mas agindo no sentido dessa continuação. “O progresso na venda de refinarias e a promoção de executivos chave de suas posições apoiam a ideia de continuidade e assim de menor risco.”

Os analistas também destacaram a performance operacional robusta e seus efeitos nos yields de fluxo de caixa, além do valution barato, com os ADRs da petrolífera negociando com múltiplo o valor da firma (EV) sobre lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) de 3,2 vezes.

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“Mesmo com nenhum ‘re-rating’, nós enxergamos uma expansão potencial do valor da ação de 19% por ano até 2023.” Eles ainda citam potenciais catalisadores à frente como o pagamento de dividendos se tornando uma realidade conforme a dívida bruta da companhia converge para o limite de US$ 60 bilhões.

Com a diferença entre os ganhos entre as duas ações da Petrobras, analistas destacaram que o maior desconto de PETR3 ante PETR4 é injustificado (veja mais clicando aqui).

As ações da Embraer (EMBR3, R$ 17,43, -2,46%) caíram cerca de 2,5% após a forte alta de 6% na véspera: duas notícias estiveram no radar da empresa na véspera, com a Breeze Airways começando a operar com a frota de jatos da companhia e também com a Força Aérea Brasileira (FAB) informando que, diante da crise sanitária e do contexto econômico, decidiu renegociar o contrato de produção da Aeronave KC-390 com a empresa.

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A Azul (AZUL4, R$ 42,86, -3,94%) teve baixa de 4% de suas ações, na sequência da queda da véspera e após a disparada de 11,30% na quarta-feira com as notícias sobre consolidação, que ainda é vista com ceticismo por alguns analistas de mercado (veja mais clicando aqui). A Gol (GOLL4, R$ 26,59, -3,03%) passou por movimento parecido, subindo no início da semana e recuando ontem e hoje.

A Azul fechou a semana com alta de 4,59%, enquanto a Gol avançou 4,27%.

Ainda em destaque, estão as elétricas e empresas de saneamento. O governo publicou nesta sexta, um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados brasileiros: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Todas as unidades da federação atingidas estão na bacia do Rio Paraná, polo de produção agropecuária e de grandes hidrelétricas. Na região, a situação é classificada como “severa” e a previsão é de pouco volume de chuvas para o período.

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É o primeiro alerta dessa natureza em 111 anos de serviços meteorológicos do País. A medida corrobora as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, de que o Brasil enfrenta a maior crise hídrica dos últimos tempos.

O alerta afeta as ações de companhias de energia e de saneamento, com a visão de encarecimento da energia elétrica e perspectiva de maior contratação de térmicas.

Para os analistas, as empresas mais afetadas negativamente neste cenário devem ser: i) Cesp (CESP6, R$ 24,27, -2,92%), que é totalmente exposta à hidro, ii) AES Brasil (AESB3, R$ 14,20, -3,40%), mas que tem cerca de 40% do lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) proveniente da geração eólica, iii) Engie (EGIE3, R$ 39,98, -1,41%), com 30% da capacidade de geração térmica / eólica , além de ter um negócio de transporte de gás mais transmissão greenfield e iv) concessionárias integradas como Cemig (CMIG4, R$ 13,70, -0,36%), Copel (CPLE6, R$ 6,47, +2,37%) e Light (LIGT3, R$ 17,20, -0,75%).

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Os vencedores relativos devem ser os geradores Omega (OMGE3, R$ 38,01, +0,77%), de energia eólica e Eneva (ENEV3, R$ 17,65, +2,92%), de energia térmica.

As empresas de saneamento também tiveram baixa, com destaque para a Sabesp (SBSP3, R$ 39,96, -4,74%). Mas, além da crise hídrica, que afetou a companhia em 2014, uma outra notícia impacta os papéis nesta sexta: segundo o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, Marcos Penido, o governo de São Paulo não deverá levar adiante nem a capitalização nem a privatização da Sabesp até 2022. O foco neste momento, disse ele ao Valor, é a universalização dos serviços.

Confira mais destaques:

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Afya

A Afya, cujas ações são negociadas na Nasdaq, anunciou nesta quinta-feira acordo para comprar a Unigranrio, avaliando a companhia em R$ 700 milhões. O valor será pago 60% em dinheiro e o restante em quatro parcelas iguais anuais.

Tecnisa (TCSA3, R$ 7,75, -1,77%)

A Tecnisa comunicou ao mercado que a sua controlada Brest Investimentos Imobiliários celebrou com a Companhia de Participações e Empreendimentos (CPE) acordos para encerrar processos judiciais.

Os processos estão relacionados às discussões da Brest e da CPE a respeito da aquisição, pela Brest, de um terreno em São Paulo. A Brest ajuizou a ação com a petição para que fosse reconhecida a perda do objeto das escrituras firmadas entre as partes relacionadas à aquisição do terreno. O acordo envolve um valor total de R$ 107 milhões.

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O terreno em questão faz parte do banco de terrenos da Tecnisa.  “Espera-se que a celebração do acordo tenha impacto negativo da ordem de R$ 42 milhões nos resultados da companhia. Com a implementação do acordo, os processos judiciais são encerrados para as partes. A administração da companhia entende, com base no parecer de assessor externo, que a celebração do acordo é benéfica para a companhia”, disse a empresa.

Klabin (KLBN11, R$ 26,19, -1,73%), Irani (RANI3, R$ 8,31, +8,63%), Suzano (SUZB3, R$ 61,54, -1,69%)

O Credit Suisse avalia que após a alta de 56% na China para madeira de coníferas desde o início do ano, a US$ 780 por tonelada, e de 46% para madeira de folhosas, a US$ 980 por tonelada, os preços atingiram seu pico. Agora, fabricantes de papel na China enfrentam problemas de lucratividade, que têm impactado negativamente a produção, em uma tentativa de reduzir estoques e evitar a deterioração de preços.

Empresas de lenços de papel na China estão operando com 50% de sua capacidade. Lenços de papel correspondem por entre 40% e 45% da demanda por celulose. Além disso, há perspectiva de suprimento significativo de celulose a partir de quarto trimestre de 2021, com o início da operação do moinho da Bracell e do projeto Mapa, da Arauco.

Esses fatores devem gerar pressão sobre o setor de celulose até o terceiro trimestre de 2021, um processo que deve se acelerar no quarto trimestre de 2021 até 2023, levando o preço de folhosas a US$ 550 por tonelada em 2022 e coníferas a US$ 720 por tonelada.

Apesar disso, o banco acredita que os papéis de Suzano, Klabin e CMPC já precificam esse cenário. O banco mantém Suzano e Irani como suas top picks (escolhas favoritas), com avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para ambas. O banco elevou seu preço-alvo para a Suzano de R$ 86,5 para R$ 92. E elevou o preço-alvo da Irani de R$ 8,10 para R$ 10,10. O banco mantém perspectiva neutra (valorização dentro da média) para a Klabin, e mantém o preço-alvo em R$ 31,50.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 12,48, -0,64%)

A Ecorodovias aponta que uma eventual realização da potencial oferta restrita está sob análise da empresa e de seus acionistas, sendo que, até a presente data, não há definição sobre o volume efetivo a ser captado, o preço por
ação e o cronograma para a sua implementação.

Blau Farmacêutica (BLAU3, R$ 46,30, +6,68%)

A Blau, empresa farmacêutica com produtos de alta complexidade focada no institucional / hospitalar, teve a cobertura de sua ação iniciada pelo Bradesco BBI com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 59, implicando um potencial de valorização de 36% frente o fechamento de quinta-feira.

Os analistas esperam um crescimento acelerado contínuo, com a expectativa de um crescimento médio anual composto (CAGR) da receita de 24% entre 2021 e 2025, sendo os medicamentos oncológicos um dos principais catalisadores da expansão, passando de 5% da receita líquida em 2020 para mais de 15% em 2025.

Já a expansão internacional com centros de coleta de plasma deve dar à Blau maior capacidade de negociação com redes globais.

Natura & Co (NTCO3, R$ 51,17, -0,70%)

A Natura &Co informou que, por meio de sua subsidiária Fable Investments, realizou o investimento inaugural na empresa Perfumer H, da perfumista britânica Lyn Harris.

“Os objetivos de investimento da Fable estão pautados na ética e nos princípios operacionais da Natura &Co, que sustentam as marcas de sucesso e líderes mundiais Avon, Natura, The Body Shop e Aesop”, disse a empresa em comunicado.

Segundo o comunicado, a Fable reúne expertise operacional, de marca, financeira e de investimento, “além de ter acesso ao conhecimento e histórico comprovado da Natura &Co em escalar com sucesso marcas premium, de nicho e de propósito, ao mesmo tempo em que honra sua autonomia e identidade única”.

Hidrovias do Brasil (HBSA3, R$ 6,80, +1,64%)

A Hidrovias do Brasil comunicou a realização de uma parceria com a VLI, empresa controladora da Ferrovia Centro-Atlântica e que também realiza operações logísticas no corredor Centro-Norte.

A parceria foi celebrada por meio de Memorando de Entendimentos não-vinculante, para realizar uma avaliação técnica conjunta do projeto Ferrogrão –que visa impulsionar o escoamento de grãos pelo Arco Norte, contemplando uma linha de 993 quilômetros entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).

Essa parceria permite que a VLI e Hidrovias unam suas respectivas expertises para o estudo de uma solução logística multimodal para a Ferrogrão. Também tem como intenção a busca de parceiro investidor para atuação conjunta no prosseguimento do projeto.

Multiplan (MULT3, R$ 25,59, +0,83%)

A Multiplan comunicou ao mercado que, conforme orientação das autoridades locais, apenas se mantém permitido o funcionamento de operações de serviços essenciais à sociedade nos shopping centers em Ribeirão Preto (SP) a partir de 27 de maio de 2021. Assim, as lojas da unidade do Iguatemi em Ribeirão Preto estarão fechadas até o dia 31 de maio para seguir a uma determinação da prefeitura da cidade.

Mitre (MTRE3, R$ 11,97, -0,17%)

A Mitre informou que foi consolidado o controle societário detido pelo grupo formado pelos acionistas majoritários Fabricio Mitre, Jorge Mitre, Star Mitre Empreendimentos e Participações e Mitre Partners.

Assim, o grupo de Controle aumentou sua posição de 48,92% do total de ações de emissão para 50,02% do total de ações da companhia.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.