Ações da BRF caem 2,5% após novas compras pela Marfrig; CVC salta 7%, shoppings sobem e siderúrgicas recuam

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (4)

Rodrigo Tolotti

Planta da BRF (Divulgação)

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SÃO PAULO – Em uma sessão em que o Ibovespa voltou a bater máxima histórica, encostando nos 130 mil pontos, as ações da BRF (BRFS3, R$ 28,65, -2,48%) voltaram a ser destaque nesta sexta-feira (4), mas dessa vez com uma forte queda, de até 5,72% na mínima do dia, após sequências positivas desde o fim do mês passado, que tiveram início com rumores de que a Marfrig (MRFG3, R$ 18,72, -1,27%) estava comprando papéis da empresa.

A Marfrig voltou a realizar compra das ações e chegou a uma participação de mais de 30% no capital da companhia conhecida por seus processados de carne de aves. Os ativos BRFS3 conseguiram se recuperar, fechando com queda de cerca de 2,5%, enquanto a MRFG3 caiu pouco mais de 1%.

Já outro frigorífico, a JBS (JBSS3, R$ 29,66, -2,34%) também viu suas ações caírem, cerca de 2%, apesar de a empresa informar que suas instalações voltaram a ficar totalmente operacionais depois de um ataque hacker sobre suas plantas no dia 30 de maio. As investigações ligam o crime a um famoso grupo da Rússia.

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A Vale (ativo=VALE3], R$ 112,90, -1,66%) e as siderúrgicas recuaram também nesta sexta, entre 1% e 3,5%, em uma sessão de queda para o minério de ferro. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa de Dalian tiveram queda de 1,85%, cotados a 1168,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 182,29.

A Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 14,51, -3,20%) liderou as perdas do dia, enquanto Gerdau (GGBR4, R$ 32,46, -2,79%), Usiminas (USIM5, R$ 19,05, -2,76%) e CSN (CSNA3, R$ 45,62, -2,08) recuaram na casa de 2%.

Na ponta positiva, a B3 (B3SA3, R$ 17,24, +1,35%) teve alta de mais de 1%, após cair forte no início desta semana. No noticiário, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) autorizou a companhia a ampliar seu programa de listagem de ações de empresas dos Estados Unidos por meio de BDRs.

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Enquanto isso, a PetroRio (PRIO3, R$ 20,50, +1,08%) avançou 1% em dia de nova alta do petróleo no exterior. O preço do barril tipo Brent chegou a bater na marca de US$ 72, fechando, porém, com avanço de 0,45%, a US$ 71,63, enquanto o WTI subiu 0,84%, cotado a US$ 69,39. A Petrobras (PETR3, R$ 28,93, +1,22%; PETR4, R$ 28,50, +1,57%), por sua vez também subiu após abrir entre perdas e ganhos.

Destoando da maior parte do índice, os papéis da CVC (CVCB3, R$ 27,11, +7,41%) saltaram mais de 7%, apesar de nenhuma notícia nova que envolva a companhia. Por outro lado, vale ressaltar que a companhia de turismo foi uma das mais impactadas pela pandemia e tem conseguido se recuperar este ano conforme a economia dá sinais de reabertura e a vacinação caminha.

Também entre as altas, as ações de operadoras de shoppings voltam a subir forte, como Multiplan (MULT3, R$ 27,51, +4,80%), brMalls (BRML3, R$ 11,75, +4,35%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 45,58, +5,02%), com os investidores monitorando a retomada das empresas em meio à reabertura do setor (veja mais clicando aqui).

Confira os destaques:

JBS (JBSS3, R$ 29,66, -2,34%)

A JBS informou na quinta-feira que todas as suas instalações globais estão totalmente operacionais depois que um “ataque cibernético criminoso” em 30 de maio provocou a suspensão de muitas de suas operações nos Estados Unidos e na Austrália. Na quarta, a empresa havia anunciado que pretendia retomar as operações nesta quinta.

Um famoso grupo hacker ligado à Rússia está por trás do ataque, que interrompeu a produção de carne da companhia na América do Norte e na Austrália, segundo uma fonte familiarizada com o assunto ouvida pela agência internacional de notícias Reuters. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta que o caso deverá ser discutido em uma cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, em meados de junho.

Marfrig (MRFG3, R$ 18,72, -1,27%)

A processadora de carnes Marfrig Global Foods elevou sua participação na empresa de alimentos BRF para aproximadamente 31,66%, conforme fato relevante divulgado na quinta. No mês passado, a Marfrig havia comprado cerca de 24,23% no capital da BRF.

O Bradesco BBI afirma que a compra de mais papéis da BRF pela Marfrig não causa surpresa, porque já era antecipada pelos jornais. Agora, o espaço para a compra de mais ações é limitado. Na avaliação do banco, para que a Marfrig fizesse uma oferta de compra da BRF seria necessário desembolsar cerca de R$ 18 bilhões, um desafio já que a empresa tinha apenas R$ 11 bilhões no primeiro trimestre de 2021.

Assim, o banco mantém avaliação neutra para a BRF, com perspectiva de valorização de 9%, a partir dos R$ 29,38 atuais. Para a Marfrig, o Bradesco mantém avaliação outperform devido à perspectiva atrativa de valorização e de fusões e aquisições, e preço-alvo inalterado em R$ 25, frente aos R$ 18,96 atuais.

Azul (AZUL4, R$ 44,71, +1,96%), Gol (GOLL4, R$ 26,48, -2,03%) e Latam

O Bradesco BBI comentou a notícia de que a Azul continua a buscar a consolidação no setor aéreo brasileiro, conversando com credores para uma compra agressiva da operação brasileira do Grupo Latam. A Azul também está considerando a compra da Gol, alternativamente, mas os acionistas controladores da empresa não pretendem vendê-la.

Na avaliação do banco, a consolidação deve ser positiva para ambas as empresas. Para a Azul, o banco mantém avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado), e preço-alvo de R$ 38, frente aos R$ 45,85 negociados na quinta. Para a Latam, underperform (abaixo da média), com preço-alvo de US$ 1, frente aos US$ 2,8 negociados pelos papéis LTMAQ na OTC Markets.

Vale (VALE3, R$ 112,90, -1,66%)

A Vale informou que paralisou a circulação de trens no Ramal Fábrica Nova, da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), localizado no Complexo Mariana, em atendimento à notificação da Superintendência Regional do Trabalho de interdição das atividades em áreas próximas à barragem Xingu, da Mina Alegria. A medida terá impacto na produção local de 40,5 mil toneladas de finos de minério de ferro por dia.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa detalha que a medida impedirá o escoamento do material produzido na Usina Timbopeba durante a interdição e, por consequência, levará à paralisação temporária da produção nesta unidade, com impacto estimado em 33 mil toneladas de finos de minério de ferro por dia.

Adicionalmente, foram interditados alguns acessos internos da Mina Alegria, com impactos parciais na produção da usina estimados em 7,5 mil toneladas de finos de minério de ferro por dia.

“A Vale está tomando todas as medidas necessárias para a retomada das atividades o mais breve possível, mantendo o foco nos cuidados necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades localizadas no entorno de suas estruturas”, afirma a mineradora.

A empresa ressalta que a Barragem Xingu permanece em nível 2 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), em que não há risco iminente de ruptura, seguindo inalteradas as condições de segurança da estrutura.

“A barragem Xingu é monitorada e inspecionada diariamente por equipe técnica especializada e está incluída no plano de descaracterização de barragens da companhia. A Zona de Autossalvamento (ZAS) da Barragem Xingu permanece evacuada, não havendo a presença permanente de pessoas na área”, diz a companhia.

CSN (CSNA3, R$ 45,62, -2,08%)

A CSN informou que precificou na véspera uma oferta de títulos de dívida no valor de 850 milhões de dólares com vencimento em 2031 e juros de 4,625% ao ano.

Em comunicado, a empresa informou que pretende usar os recursos da captação para recomprar títulos com vencimento em 2023, e para fins corporativos, incluindo gestão de passivos.

Embraer (EMBR3, R$ 17,26, -3,14%)

O Bradesco BBI comentou a notícia de que a aeronave E190-E2 da Embraer obteve um certificado para operar no Aeroporto de Londres. O banco vê a notícia como positiva para a Embraer, para a qual mantém avaliação neutra e preço-alvo de US$ 5, frente aos US$ 13,55 negociados na terça pelos papéis ERJ na Bolsa de Nova York.

Localiza (RENT3, R$ 66,65, +2,97%), Unidas (LCAM3, R$ 28,82, +2,86%), Movida (MOVI3, R$ 19,77, +2,97%)

O Bradesco comentou a informação da Rakuten Intelligence, segundo as quais Uber e Lift elevaram seus preços em 37% em março e 40% em abril. Em maio, o Uber afirmou que o número de motoristas registrados caiu 22% na comparação anual, atingindo 3,5 milhões de motoristas. Para atrair motoristas, a empresa distribuiu US$ 250 milhões em bônus.

O banco avalia a notícia como positiva para empresas de locação de carros, já que o Uber pode elevar os preços no Brasil para aumentar a renda disponível dos motoristas, em meio aos preços mais altos do aluguel de carros e da gasolina. O banco mantém avaliação outperform para Localiza, com preço-alvo de R$ 90, frente R$ 64,73 negociados na quinta; Unidas, com preço-alvo de R$ 39; e Movida, com preço-alvo de R$ 31, frente aos R$ 19,2 de quinta.

Weg (WEGE3, R$ 34,22, +2,30%)

A WEG está nos estágios finais de desenvolver a primeira turbina eólica brasileira, com 4,2 megawatts de potência. A empresa assinou seu primeiro contrato com a Aliança Energia no início de 2020, e as primeiras entregas devem ocorrer em 2021. O Bradesco BBI vê a notícia como positiva para a Weg, para a qual mantém avaliação neutra e preço-alvo de R$ 42, frente aos R$ 33,45 negociados na quinta.

Raízen

A empresa brasileira de energia Raízen comunicou na quinta que protocolou pedido de registro para a realização de uma oferta inicial pública de ações. No começo da semana, a joint venture entre o grupo brasileiro de infraestrutura Cosan e a petroleira anglo-holandesa Shell havia divulgado a intenção de entrar com o pedido.

Moura Dubeux (MDNE3, R$ 8,75, -1,35%)

A Moura Dubeux informou o lançamento do empreendimento Moinho Recife, localizado na ilha do Recife, o quinto projeto lançado pela companhia em 2021 e o terceiro que atinge 100% de unidades vendidas nos primeiros dias de negociação.

Voltado ao público de média renda, o empreendimento residencial possui apartamentos studios, com um ou dois dormitórios, que serão administrados pela Housi. O condomínio possui 253 unidades e VGV (Valor Geral de Vendas) líquido de R$ 56 milhões.

B3 (B3SA3, R$ 17,24, +1,35%)

A CVM autorizou a B3 a ampliar o programa BDR (Brazilian Depositary Receipt), que se refere a um certificado de depósito emitido e negociado no Brasil, mas representando ações de empresas listadas em bolsas de outros países.

Com a notícia, agora emissores listados nas bolsas de Londres, Amsterdam, Toronto, além da Cboe BZX, que opera quatro bolsas nos Estados Unidos, poderão ter seus recibos de ações listados no Brasil.

Por enquanto, havia autorização apenas para emissão de BDRs de empresas listadas apenas nas bolsas americanas Nasdaq e NYSE.

Rede D’Or (RDOR3, R$ 69,00, -0,39%)

A Rede D’Or concluiu, por meio de sua afiliada Clínica São Vicente, a aquisição de 100% do Hospital América, localizado no município do Mauá (SP).

XP (NASDAQ: XP)

A XP fechou um acordo com a Monte Bravo a partir do qual a XP será acionista minoritária, com 45% de uma nova corretora a ser criada, similar ao acordo anunciado dias antes com a Messem Investimentos e ao movimento de outros atores do setor. O Bradesco BBI avalia que a consolidação deve continuar a ocorrer no setor, com atores fortes e consolidados.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.