Ação do Méliuz sobe 8% em segundo dia de recuperação; Magalu cai 9% e Petrobras e CSN viram para queda

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (10)

Lara Rizério

Méliuz (Reprodução: Instagram)

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SÃO PAULO – Em mais uma sessão volátil nesta sexta-feira (10), o Ibovespa acabou virando para queda no fim do pregão, após esboçar dar continuidade ao movimento de alta de 1,72% registrado na véspera após o aceno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 26,07, -0,08%; PETR4, R$ 25,34, -0,63%) chegaram a abrir com ganhos de cerca de 1%, após uma sessão de forte volatilidade na véspera. Contudo, os papéis acabaram virando para negativo.

Cabe ressaltar que o dia foi de ganhos para o petróleo, com o contrato futuro do WTI com vencimento em outubro e o brent para novembro subindo de mais de 2%, fechando a semana em alta mesmo com as incertezas sobre a demanda global pela commodity.

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Os papéis da Vale (VALE3, R$ 94,81, +0,12%), por sua vez, subiram levemente, enquanto a CSN (CSNA3, R$ 33,75, -1,32%) virou para queda após chegar a subir mais de 2%. A companhia anunciou a compra das atividades brasileiras do grupo suíço de materiais de construção Holcim avaliadas em US$ 1,025 bilhão.

Entre as maiores altas, ficaram os ativos do Méliuz (CASH3, R$ 5,93, +8,41%), com ganhos de cerca de 8,5% seguindo movimento da véspera e tendo recuperação parcial após o tombo de 11% na quarta-feira, em sessão de baixa generalizada dos mercados. Cabe ressaltar ainda que o papel CASH3 foi desdobrado na véspera, o que aumenta a liquidez das ações.

Já as ações de empresas exportadoras, como no caso da Suzano (SUZB3, R$ 60,66, -2,55%), que teve baixa de cerca de 2,5%, seguiram em queda apesar do dólar virar para alta durante a tarde.

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Do lado negativo chamou atenção ainda o Magazine Luiza (MGLU3, R$ 17,18, -8,86%), com queda de quase 9%, batendo sua mínima em 12 meses. Segundo a Bloomberg, citando uma fonte, o motivo para as perdas seria um relatório da consultoria americana YipitData, que apura dados de vendas no comércio eletrônico de empresas como o Magalu e o Mercado Livre.

“Houve um crescimento mais lento das vendas da Magalu em agosto na comparação com julho, e o mercado está tomando isso como uma tendência para o resultado do terceiro trimestre de Magalu, que sai só em outubro”, disse a fonte.

Confira mais destaques:

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B3 (B3SA3, R$ 13,81, +1,32%)

A B3 está avaliando a realização de uma emissão de títulos de dívida no mercado internacional, segundo informou por meio de fato relevante nesta sexta-feira (10).

Conforme a companhia, os recursos – caso seja concretizada a operação – seriam utilizados para a gestão ordinária dos negócios da operadora da bolsa brasileira.

A intenção da B3 é iniciar, a partir desta sexta, reuniões com potenciais investidores.

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Yduqs (YDUQ3, R$ 23,26, -1,40%)

Segundo o Valor, a Yduqs pretende fazer uma oferta para aquisição do CEUB, centro universitário de Brasília, que também é disputado pela Ânima.

O centro é avaliado em cerca de R$ 800 milhões pelo grupo carioca, mas há um passivo fiscal que é motivo de discussão entre os interessados e o vendedor, aponta o jornal.

CSN (CSNA3, R$ 33,75, -1,32%)

O grupo suíço de materiais de construção Holcim informou que venderá suas atividades no Brasil, avaliadas em US$ 1,025 bilhão, para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

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Segundo o Morgan Stanley, num primeiro momento, o valuation parece atrativo à primeira vista,  chegando a US$ 100 por tonelada de cimento contra US$ 262 a tonelada e US$ 192 a tonelada pagos em média nas negociações de 2018-2019, respectivamente. Além disso, os US$ 100 a tonelada se comparam aos US$ 167 a tonelada que a CSN Cimentos pagou recentemente pelos ativos da Elizabeth Cimentos.

Por outro lado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode ser um problema, já que os ativos da Lafarge estão localizados principalmente na região sudeste do Brasil, que é o principal mercado da CSN Cimentos.

“Consequentemente, acreditamos que a aprovação do regulador pode vir com alguns remédios, exigindo que a CSN Cimentos venda alguns de seus ativos na região”, avaliam os analistas do Morgan.

Raízen (RAIZ4, R$ 6,50, +1,40%)

O UBS BB iniciou a cobertura para as ações da Raízen com recomendação de compra, destacando perspectiva de crescimento favorável com energias renováveis. O preço-alvo é de R$ 9,60, ou um potencial de alta de quase 50% em relação ao fechamento da véspera.

Os analistas destacam que a Raízen atua na distribuição de combustíveis no Brasil e na Argentina, em Renováveis e Açúcar. “Sobre as duas últimas, a Raízen atingiu uma escala que consideramos difícil de igualar, permitindo-lhe surfar o cenário favorável e, a nosso ver, estrutural, para o açúcar e o etanol. Além disso, após seu IPO, a Raízen parece determinada a entregar um forte crescimento em energias renováveis, e enquanto esses retornos podem sair do horizonte do que o investidor de ações médio tende a considerar, vemos isso como uma rara oportunidade em biocombustíveis avançados e energia renovável”, apontam.

Petrobras (PETR3, R$ 26,07, -0,08%; PETR4, R$ 25,34, -0,63%)

A Petrobras comunicou ao mercado que concluiu a quitação do termo de compromisso firmado com a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) para a migração dos planos Petros do Sistema Petrobras Repactuados e Não Repactuados, para o Plano Petros-3. A quitação teve valor de R$ 1,27 bilhão, “devidamente atualizado”.

Ainda em destaque, a estatal comunicou nesta sexta ter aprovado novos modelos contratuais para venda de gasolina A e de óleo diesel rodoviário e marítimo para as distribuidoras de combustíveis.

Segundo a companhia, os novos modelos contratuais visam “simplificar alguns processos, aumentar a competitividade e trazer flexibilidade para a Petrobras na adoção de novas estratégias comerciais”.

“No cenário atual do mercado, caracterizado pela entrada de produto importado por terceiros e pelo processo de desinvestimento de ativos de refino, torna-se necessário promover aperfeiçoamentos em algumas cláusulas comerciais e operacionais. Esses ajustes, definidos com base na experiência obtida ao longo do período de vigência dos atuais contratos e em decorrência de feedback dos clientes, buscam fortalecer a relação comercial com nossos clientes e a competitividade da companhia”.

PetroRio (PRIO3, R$ 19,10, -3,44%)

A PetroRio informou que a produção total de petróleo em agosto atingiu 33.593 barris de óleo equivalente por dia (boepd). O número representa uma alta de 11% em relação aos 30.228 boepd registrados em julho. A maior produção foi do Campo de Frade, com 16.588 boepd, queda de 0,16% ante o mês anterior, quando foi registrado um volume de 16.616 boepd.

A PetroRio destaca que em agosto, a produção do campo de Polvo foi afetada pelo workover (tipo de intervenção em poços) do poço POL-012-R, que foi finalizado na primeira quinzena do mês. O cluster formado pelo Campo do Polvo e dos Campos de Tubarão Martelo (TBMT) registrou uma produção de 15.054 boepd, avanço de 29,5% ante os 11.622 do mês anterior.

Vale (VALE3, R$ 94,81, +0,12%)

No mercado de commodities, os contratos futuros de minério de ferro na maior produtora de aço, a China, caíram nesta sexta-feira rumo a uma segunda perda semanal consecutiva, com o preço referencial de Dalian oscilando perto de seu menor nível em sete meses devido ao temor de mais restrições à atividade siderúrgica.

O minério de ferro mais negociado de janeiro na Bolsa de Commodity de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 0,3%, a 732,50 iuanes (US$ 113,66) a tonelada. Atingiu 717,50 iuanes por tonelada na quinta-feira, o valor mais baixo desde 4 de fevereiro.

O contrato de outubro do ingrediente siderúrgico na Bolsa de Cingapura caía cerca de 1%. O minério de ferro spot se manteve em uma mínima de nove meses, a US$ 131,50 a tonelada, nesta sexta-feira, mostraram dados da consultoria SteelHome.

Já no radar da Vale, a mineradora poderá ampliar em até 21,6% os desembolsos de caixa relacionados ao desastre de Brumadinho neste ano, em comparação aos valores de 2020, segundo informações publicadas pela empresa na quinta-feira. A previsão é que as despesas a partir do rompimento de barragem na cidade mineira, ocorrido em 2019, fiquem entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,2 bilhões em 2021, ante US$ 2,632 bilhões no ano passado. O montante inclui acordos de reparação dos danos, doações e descaracterização de barragens, entre outras.

Além disso, em reunião virtual com analistas de mercado na quinta, a Vale apresentou o “briquete verde”, um novo produto desenvolvido ao longo de 20 anos que deve entrar em produção em 2023, e que a empresa diz que poderá reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço de seus clientes siderúrgicos. Em nota, a mineradora disse que o produto é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, que inclui em sua composição areia proveniente do tratamento de rejeitos de mineração, e é capaz de resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar.

O Morgan Stanley destacou que a Vale está bem posicionada para se beneficiar da tendência de redução de carbono, e destaca que a empresa oferece minério de ferro de boa qualidade, com metas agressivas de redução de emissões, de 15% frente ao patamar de 2018.

O banco também ressalta que a Vale elevou recentemente sua meta sobre dívida líquida expandida de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões, o que dá mais espaço para pagamento de dividendos, na avaliação do banco. A empresa deve anunciar sua proposta de dividendos até o final do mês. O banco mantém uma avaliação overweight (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a Vale, apoiada pela continuidade da alta de preços de minério de ferro no segundo semestre. O preço-alvo é de US$ 26 para os papéis VALE negociados na Bolsa de Nova York.

Eletrobras (ELET3, R$ 36,38, +0,03%; ELET6, R$ 37,00, +0,87%)

A Eletronorte assinou contrato de venda da totalidade de sua participação de 49% na Norte Brasil Transmissora de Energia (NBTE) por R$ 700 milhões.

Segundo o comunicado, o contrato de compra e venda foi assinado nesta data entre a Eletronorte e a Leovac Participações, detida pela Ontario Teachers Pension Plan Board (OTPP). “A operação será concluída após a obtenção das devidas aprovações da Aneel, Cade e credores, da realização do pagamento e da transferência das ações no Livro de Registro e Transferência de Ações da NBTE”, disse a Eletrobras. A operação está no escopo da iniciativa de racionalização das participações societárias da Eletrobras, acrescentou.

TC (TRAD3, R$ 8,00, +3,23%)

O TC, ex-TradersClub, comunicou a aquisição da Abalustre por um valor estimado em R$ 6,7 milhões. A compra foi a primeira da companhia desde sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

Latam Airlines

A companhia aérea com sede no Chile Latam Airlines disse nesta quinta-feira que recebeu “várias” ofertas para financiar sua saída do pedido de proteção contra falências nos Estados Unidos, com dívidas envolvendo mais de US$ 5 bilhões.

As ofertas vêm de grandes credores e acionistas da Latam, segundo documento protocolado no tribunal de Nova York e informado ao regulador chileno.

Log (LOGG3, R$ 27,10, +0,82%)

A Log comunicou o seu programa de recompra de ações com o objetivo de adquirir até 5,5 milhões de papéis de emissão da  companhia.

Boa Vista Serviços (BOAS3, R$ 12,10, -0,98%)

O diretor financeiro e de relação com investidores da Boa Vista Serviços Ilisório Schoneborn renunciou aos seus cargos.

Com a renúncia, Mônica Freitas Guimarães Simão foi eleita para os cargos então ocupados por Schoneborn, em mandato que terá encerramento em 15 de julho de 2023.

JBS (JBSS3, R$ 32,25, -0,25%)

Manifestações de caminhoneiros que bloqueiam algumas estradas federais nesta semana já estão se traduzindo em custos maiores para a Seara Alimentos, da JBS, que começa a ver menor disponibilidade de ração animal e redução nos veículos que transportam alimentos aos plantéis, disse na quinta o gerente Nacional de Originação de Grãos na Seara, Valdecir Martins, durante webinar promovido pela associação Abitrigo. Ele ainda disse que a principal preocupação era sanitária, para que não falte alimento aos animais.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.