Ação da Suzano salta 9%, Vale e siderúrgicas disparam até 7% com alívio externo; elétricas avançam

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (4)

Lara Rizério

(divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão foi de ganhos expressivos para o Ibovespa, com alta de 1,60%. Desta vez, boa parte do desempenho positivo veio por conta do bom desempenho de Joe Biden na Super Terça do Partido Democrata para as eleições americanas. ”Biden seria uma mudança menos severa para mercados que já têm o suficiente para se preocupar, com todos esses choques externos”, disse Jerry Braakman, diretor de investimentos da First American Trust, para a Bloomberg.

O pregão foi de ganhos para as commodities também com o cenário de continuidade de estímulos pela economia global (nesta quarta, foi a vez da Coreia do Sul). O minério de ferro à vista negociado em Qingdao subiu em 3,5%, a US$ 90,95, o que impulsionou a alta de Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3). O maior destaque ficou com os ganhos de USIM5 (+7%), GGBR4 (+4,98%) e Vale (+4,79%).

A maior alta também ficou com uma ação ligada ao setor de commodities: os papéis da Suzano (SUZB3), com alta de 9,01%; a empresa também é beneficiada com a alta do dólar, que renovou máxima histórica, a R$ 4,58.

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Já a Petrobras (PETR3;PETR4) subiu cerca de 3%, apesar do petróleo ter zerado os ganhos com os investidores de olho na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Mais cedo, a commodity tinha subido por conta de informações de que a Arábia Saudita e outros membros da Opep iriam tentar convencer a Rússia nesta quarta-feira a se juntar ao grupo em cortes maiores na produção de petróleo com o objetivo de aumentar os preços, que caíram mais de 20% neste ano devido à disseminação do coronavírus pelo mundo. Além disso, a companhia divulgou dados fortes de exportação em fevereiro, apesar do coronavírus.

Outras ações que subiram forte foram as do setor elétrico. Energias do Brasil (ENBR3), por exemplo, viu suas ações subirem cerca de 5%. Gabriel Fonseca, analista da XP, destaca que a companhia viu seus papéis sofrerem muito na semana passada em meio à forte queda do mercado por conta do coronavírus, o que acabou por gerar boas oportunidades já que o setor elétrico é um dos menos impactados por conta da doença.

Mas o grande destaque fica para a maior baixa do Ibovespa: os ativos da IRB, que fecharam em queda de 31,96% após a Berkshire Hathaway negar que tivesse ações da companhia (veja mais clicando aqui).

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Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
SUZB3 9.01352 43.54
USIM5 6.99638 8.87
KLBN11 6.05769 22.06
GOAU4 5.87515 8.65
CYRE3 5.2666 32.18

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 -31.96429 19.05
HAPV3 -3.41032 53.53
YDUQ3 -2.07518 50.02
QUAL3 -1.88062 36
GNDI3 -1.5625 63

IRB (IRBR3)

A Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, emitiu um comunicado na noite de terça-feira (3) em que nega ter qualquer participação acionária na resseguradora IRB Brasil.

De acordo com a nota, a companhia nunca foi acionista e nem tem intenção de comprar ações da empresa brasileira.

“Foram publicadas recentemente matérias na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway é uma acionista do IBR Brasil Re. Essas matérias são incorretas. A Berkshire Hathaway não é acionista do IRB atualmente, nunca foi acionista do IRB e não tem intenção de se tornar um acionista do IRB”, diz o comunicado.

A nota foi enviada após uma notícia do dia 27 de fevereiro, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, afirmar que a companhia de Buffett teria triplicado sua posição na resseguradora. Na ocasião, os papéis do IRB chegaram a disparar 9%, encerrando aquele pregão com ganhos de 6,6%.

Logo após a Berkshire publicar sua nota, o IRB enviou um comunicado ao mercado em que afirma que verificou, em 27 de fevereiro, que a empresa de Buffett não detinha ações da companhia.

“Com relação ao questionamento acerca da participação acionária no IRB Brasil RE de empresas que integram o Grupo Berkshire Hathaway, informamos que fizemos uma análise criteriosa da base acionária da Companhia na posição de 27.02.2020 e verificamos que o referido grupo investidor não é acionista que detenha percentual mínimo de 5% das ações da Companhia”, diz o comunicado. Além disso, o IRB ressaltou que “nunca afirmou que tal grupo fosse seu acionista”.

Além disso, o IRB ressaltou que “nunca afirmou que tal grupo fosse seu acionista”. Vale lembrar que, há cerca de um mês, a gestora Squadra publicou duas cartas questionando as práticas contábeis realizadas pela resseguradora. Confira mais clicando aqui. 

Essas novas informações acabaram repercutindo muito mal no mercado. De acordo com operadores de mercado consultados pelo InfoMoney, em conferência recente com analistas, a gestão da empresa confirmou que a Berkshire havia virado acionista da companhia e que teria aumentado a participação recentemente e que a indicação da conselheira Márcia Cicarelli seria devido a isso.

Já em relatório, o Credit Suisse apontou que a negativa da Berkshire é ruim para os ativos, já que o indicativo de investimentos do veículo de investimentos de Buffett foi visto de forma positiva para o mercado, indicando confiança no case.

Em novo comunicado divulgado na manhã desta quarta, o IRB informou que às 8h o Conselho de Administração da Companhia se reuniu e determinou à Diretoria Estatutária que promova uma análise criteriosa a partir das notícias divulgadas na data de ontem relativas à sua base acionária. “O IRB Brasil RE informará ao mercado sobre os desdobramentos desta análise”, destacou.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou que suas exportações de petróleo em fevereiro superaram 690 mil barris por dia, apontando os “patamares elevados” apesar do “período desafiador para a economia global” devido ao surto global de coronavírus.

A companhia afirmou que o vírus tem restringido a demanda na Ásia, principal destino de suas exportações, mas ressaltou que ainda não é possível estimar com segurança os impactos em suas operações.

“Com isso, novos fluxos foram ajustados, com aumento da destinação de petróleo e óleos combustíveis para Caribe, Estados Unidos e Europa, dentre outros mercados”, disse a empresa em nota.

Já as exportações de óleos combustíveis em fevereiro atingiram novo recorde, alcançando a marca de 238 mil barris exportados por dia e superando 1 milhão de toneladas no mês, acrescentou.

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora concluiu na terça as negociações para adequação do perfil de sua dívida com a captação de aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Segundo fato relevante enviado pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as captações foram diversificadas em diferentes instrumentos com o Itaú Unibanco, Citibank, JPMorgan Chase Bank, Bank of Nova Scotia e MUFG Brasil.

O custo médio all-in dessas operações pós-swap foi de CDI + 0,78% ao ano. O prazo médio dos novos instrumentos é de quatro anos.

Além de aumentar o prazo médio da dívida de um ano para um novo patamar de 3,4 anos, a empresa tem por objetivo com a operação diversificar sua lista de credores e instrumentos, “sobretudo em face da concentração de vencimentos que acontecerá em 15 de abril, também no valor de aproximadamente R$ 3,5 bilhões”.

Segundo a companhia, os instrumentos utilizados incluíram Notas de Crédito à Exportação (NCE), empréstimos diretos externos em moeda estrangeira e, ainda, o aditamento e prorrogação de parte da debênture com vencimento em abril de 2020. “Todas as operações de empréstimo em moeda estrangeira (NCE e empréstimos diretos), foram integralmente ‘hedgeadas’ tanto em valor quanto em vencimentos”, acrescenta a BR Distribuidora.

Ultrapar (UGPA3)

Após três anos sem fazer estimativas de guidance, a Ultrapar divulgou hoje projeções para o seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para 2020. A holding Ultrapar projeta um Ebitda entre R$ 3,49 bilhões e R$ 3,94 bilhões para este ano. O destaque é para a Ipiranga, com uma expectativa de Ebitda entre R$ 2,45 bilhões e R$ 2,70 bilhões neste ano.

Para a Oxiteno, a Ultrapar projeta um Ebitda entre R$ 300 milhões e R$ 360 milhões, enquanto para a Ultragaz a projeção é de uma soma entre R$ 600 milhões e R$ 680 milhões. Para a Ultracargo, a projeção de Ebitda é entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões em 2020. Para a Extrafarma, a projeção de Ebitda se situa entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões.

O Bradesco BBI comentou que as projeções são razoáveis e se situam na média das estimativas do banco. Para a Ultrapar, o banco projeta um Ebitda de R$ 3,64 bilhões em 2020, pouco abaixo do meio da faixa de estimativa da empresa. Para a Ipiranga, o BBI comentou que a projeção da empresa é ligeiramente mais fraca que a estimativa do banco, e por isto “o guidance parece bastante realizável”. Ultragaz e Ultracargo, para o BBI, têm guidance “altamente realizáveis”, enquanto para a Extrafarma o guidance está 11% acima da projeção do banco, o que será uma surpresa positiva se for realizada. No caso da Oxiteno, se o desempenho da empresa mantiver a expansão de 2019, o BBI acredita que o guidance se mostrará “conservador”.

O Morgan Stanley avaliou que o guidance da Ultrapar chegou em linha com as estimativas do banco para empresa, com exceção da subsidiária Extrafarma. O banco prevê Ebitda de R$ 3,8 bilhões para a Ultrapar em 2020; o guidance da empresa é apenas 2,2% inferior à projeção. Para a Ipiranga e a Ultragaz as variações do guidance do grupo são mínimas em comparação às projeções do banco. Já para a Extrafarma, o guidance da Ultrapar prevê um Ebitda 279% superior ao que projeta o Morgan Stanley.

Tupy (TUPY3)

O lucro líquido recorrente da Fundição Tupy (TUPY3) recuou 6,9% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 72,5 milhões. No fechamento de 2019, contudo, o lucro da Tupy avançou 2,7% para R$ 278,9 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 0,7% no quarto trimestre de 2019 sobre igual período do ano anterior, para R$ 152,2 milhões. O Ebitda do ano inteiro de 2019 cresceu 3,4% sobre 2018 para R$ 700 milhões. Segundo a Tupy, em 2019 houve um crescimento de 20% nas vendas de produtos usinados, que possuem maior valor agregado. O resultado foi obtido embora a empresa tenha registrado queda de 17,2% no volume de peças vendidas no quarto trimestre, tanto no Brasil como no mercado externo, que é muito importante para Tupy. Em dezembro de 2019, a Tupy, que produz blocos para motores de veículos, comprou o controle da fundição italiana Teksid, da Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

Omega (OMGE3

A Omega Geração teve um lucro líquido de R$ 49,4 milhões, uma queda de 33% em comparação a igual período de 2018. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 69% no período para R$ 243,8 milhões. A receita líquida avançou 60% sobre o quarto trimestre de 2018, para R$ 330,7 milhões. Em 2019 inteiro, o lucro líquido da Omega Geração caiu 50% sobre o ano anterior, para R$ 32,6 milhões. O Ebitda de 2019 foi de R$ 692,2 milhões, uma expansão de 68%; a receita líquida da empresa no ano passado atingiu R$ 1,01 bilhão, um crescimento de 37% sobre 2018. Durante 2019, a capacidade instalada da Omega cresceu de 636,7 MW para 1.047,7 MW, o que explica o aumento do Ebitda, das margens e da geração de energia, que atingiu 1.368 GW no final de 2019, um crescimento de 95% sobre a capacidade do quarto trimestre de 2018. A empresa adquiriu cinco usinas em 2019.

Fras-le (FRAS3)

A fabricante de autopeças Fras-le, do Grupo Randon, divulgou balanço na manhã de hoje e informou que teve um prejuízo de R$ 4,6 milhões no quarto trimestre de 2019. A receita líquida da empresa no período cresceu 5,6% sobre igual período de 2018, para R$ 370,8 milhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 61 milhões no último trimestre de 2019, um avanço de 91,3% sobre igual período de 2018.

No quarto trimestre de 2019, a Fras-le comprou a Nakata, também outra das principais fabricantes brasileiras de autopeças. Embora tenha encerrado o quarto trimestre com prejuízo, a Fras-le reportou lucro líquido de R$ 32,8 milhões em 2019 – o resultado representou uma queda de 63% sobre 2018, quando a Fras-le lucrou R$ 88 milhões.

O Ebitda ajustado de 2019 cresceu 29,4% sobre 2018 para R$ 189,7 milhões. A produção dos materiais de fricção, como pastilhas de freio, aumentou de 24,9 milhões de unidades no quarto trimestre de 2018 para 26,7 milhões em igual período de 2019, uma expansão de 7,2%. Segundo a Fras-le, houve aumento na demanda por produtos de fricção em vários países para onde exporta – mais da metade da receita da fabricante (54,4%) vem do mercado externo.

Wiz (WIZS3)

A Wiz concluiu a compra da Barigui Corretora; com isso, a empresa passou a ser titular de 76% do capital social da corretora.

As partes estabeleceram um acordo operacional que vai vigorar por 10 anos e prevê exclusividade à Barigui Corretora para comercializar produtos de seguridade na Rede de Distribuição Barigui.

Engie (EGIE3)

A Engie Brasil concluiu nesta terça-feira, 3, a aquisição de 100% da Sterlite Nova Energia, operação anunciada em dezembro do ano passado. A empresa comprada foi vencedora de um dos lotes de leião de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2017 A concessão envolve aproximadamente 1.800 quilômetros de linhas, uma nova subestação e expansão de outras três subestações nos Estados do Pará e Tocantins.

Do valor total, a Engie pagou R$ 360 milhões hoje e R$ 50 milhões estão sujeitos a cumprimento de condições previstas no contrato.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.