Ação do IRB sobe 8% mas fecha semana com queda de 18%; Minerva sobe 3% com dados de exportação e JHSF salta 16%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (3)

Lara Rizério

Bandeja de carne vermelha (Shutterstock)

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SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira, em dia de bolsas dos EUA fechadas, foi de leve alta para o Ibovespa.

Mais uma vez, o destaque ficou para as ações do IRB (IRBR3, R$ 9,68, +8,04%), que chegaram a cair até 7% no início da sessão, mas viraram para fortes altas, fechando a semana com desvalorização de 18,38% em meio à divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que fizeram Credit Suisse e JPMorgan rebaixarem a recomendação a equivalente à venda (veja mais clicando aqui).

Ainda em destaque, a ação da JHSF (JHSF3, R$ 9,10, +16,07%) subiu forte. A companhia informou, na noite de quinta-feira, que firmou acordo com a XP Inc. para a venda de uma área de até 500 mil metros quadrados na rodovia Castelo Branco. O valor do negócio dependerá da área que será vendida.

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Empresas do setor de shoppings, caso de Iguatemi (IGTA3, R$ 34,46, +2,35%) e Multiplan (MULT3, R$ 21,35, +2,89%), também tiveram alta.

Entre as maiores alta do Ibovespa, contudo, ficou a Minerva (BEEF3, R$ 13,20, +3,04%), enquanto JBS (JBSS3, R$ 21,95, +3,05%) e Marfrig (MRFG3, R$ 12,35, +1,23%) também subiram. As exportações brasileiras de proteínas em junho cresceram 7% no ano em dólares, segundo dados preliminares do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Na semana, enquanto o IRB foi a única ação que caiu mais de 10%, na ponta positiva foram cinco papéis com dois dígitos de ganhos: Cyrela, com alta de 14,78%; Cogna, que subiu 13,21%; CVC, com ganhos de 11,36%; MRV, que saltou 11%; e a Cosan, que teve alta de 10,09%.

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Confira os destaques:

Azul (AZUL4, R$ 21,15, +1,88%)

A Azul fechou um acordo com o governo português para a venda da participação indireta da companhia aérea brasileira na TAP. A fatia de 6% foi avaliada em cerca de R$ 65 milhões.

O acordo ainda prevê a eliminação do direito de conversão dos bônus seniores detidos pela Azul no valor de 90 milhões de euros, com vencimento em 2026.

As demais condições contratuais dos bônus seniores serão mantidas, incluindo o status de credor sênior, taxa de juros anual de 7,5% e o direito à constituição das garantias. O valor de face mais juros acumulados do título é de aproximadamente R$ 680 milhões.

A transação permanece sujeita a uma assembleia geral extraordinária dos acionistas da Azul.

Os analistas do Bradesco BBI calculam que essa transação irá gerar perdas para a Azul. “Estimamos que a Azul terá perdas não recorrentes de R$ 192 milhões (R$ 0,56 por ação), disseram, em comentário a clientes.

Esse valor leva em conta perdas de R$ 48 milhões na participação indireta na TAP e os R$ 144 milhões em títulos da TAP. A parceria entre as duas empresas para voos internacionais entre Brasil e Portugal será mantida.

Petrobras (PETR3, R$ 22,50, -0,62%; PETR4, R$ 21,98, -0,36%)

A Petrobras deu início a uma nova divulgação de oportunidade (“teaser”), dessa vez referente à venda da Petrobras Biocombustível.

A estatal quer vender 100% das ações da Petrobras Biocombustível (PBIO), o que inclui três usinas e não inclui as participações societárias da PBIO na BSBios e Bambuí Bioenergia, que são de, respectivamente, 50,0% e 8,4%.

Nessa fase, os interessados podem acessar as informações sobre o ativo e os critérios para participar da disputa.

As três usinas da Petrobras Biocombustíveis são capazes de utilizar uma mistura de até 5 matérias-primas diferentes (óleo de soja, de algodão e de palma, gordura animal e óleos residuais) para produção de biodiesel.

Ainda no radar da companhia, o processo de venda de ativos da Petrobras tem causado insatisfação entre integrantes do Congresso Nacional. Alguns deputados e senadores pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma liminar para impedir a venda das refinarias na Bahia e Paraná.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, o Congresso sinaliza que quer um papel mais ativo na venda dessas refinarias, o que pode se tornar um obstáculo para o programa de venda de ativos por parte do governo.

Os analistas lembram que uma decisão do STF de 2019 garante que as subsidiárias de estatais não precisam de aval do Congresso para serem vendidas. “Se o assunto não for levado rapidamente para uma sessão plenária (do Supremo), isso poderá atrasar a venda de refinarias para a Petrobras”, avaliaram.

Braskem (BRKM5, R$ 23,51, -0,59%)

A Braskem informou que a agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito (rating) da companhia em escala global de BBB- para BB+, com perspectiva estável.

Segundo a petroquímica, apesar do cenário adverso, que foi o motivo para o rebaixamento, conseguiu manter uma sólida posição de caixa e um perfil de dívida mais alongado, com prazo médio, ao final do primeiro trimestre, em 16,4 anos, sendo aproximadamente 50% delas concentradas após 2030.

TIM Participações (TIMP3, R$ 15,25, +4,81%)

A TIM aprovou o grupamento da totalidade de suas ações na proporção de cem ações ordinárias para uma ação ordinária.

Dessa forma, a empresa passará de 42,296 bilhões de ações para 422,967 milhões. O capital social é de R$ 13,476 bilhões.

Frigoríficos

Segundo dados preliminares do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, divulgados na nota semanal da balança comercial brasileira, em junho de 2020, o país exportou cerca de 560 mil toneladas de carne (alta de 4% na base anual), que geraram uma receita de US$ 1,2 bilhão (alta de 7% na base anual).

As exportações de carne bovina (fresca, refrigerada ou congelada) seguem em alta, respondendo por 27% do volume total exportado, com 152 mil toneladas (alta de 33% ), e 52% do faturamento, com US$ 655 milhões de receita (alta de 48%).

Outro destaque positivo foi a carne suína (fresca, refrigerada ou congelada), que respondeu por 16% do volume total exportado, com 87 mil toneladas (valorização de 54%), e 15% do faturamento, com US$ 187 milhões de receita (alta de 45%).

Já a carne de aves e suas miudezas (fresca, refrigerada ou congelada) apresentou resultados negativos. A categoria respondeu por 57% do volume exportado, com 321 mil toneladas (queda de 13%), e 33% do faturamento, com US$ 408 milhões de receita (queda de 32%), ou seja, houve uma forte queda no preço em dólar por tonelada na comparação anual (baixa de 22%).

“Vale lembrar que o real se desvalorizou mais de 30% no período, logo tais resultados, ao serem convertidos para a moeda nacional, são ainda mais positivos em termos de faturamento para as empresas brasileiras de proteínas, como JBS e Marfrig, nossas favoritas no setor, e para BRF também”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

Setor imobiliário

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informou que está negociando com a Caixa Econômica Federal para lançar, em 15 dias, um novo programa habitacional com taxas de juros menores.

O anúncio foi feito durante transmissão do presidente Jair Bolsonaro em redes sociais, na quinta-feira à noite. O ministro acrescentou que o objetivo do programa é dar acesso ao financiamento imobiliário para um maior número de famílias.

BK Brasil (BKBR3, R$ 11,16, +2,95%)

A BK Brasil, que opera os restaurantes da marca Burger King e Popeyes no Brasil, informou que aproximadamente 75% de suas lojas estão em funcionamento.

JHSF (JHSF3, R$ 9,10, +16,07%)

A JHSF informou, na noite de quinta-feira, que firmou acordo com a XP Inc. para a venda de uma área de até 500 mil metros quadrados na rodovia Castelo Branco. O valor do negócio dependerá da área que será vendida.

Essa área fica na mesma área do Catarina Fashion Outlet e será utilizada para o desenvolvimento da Villa XP. O valor da transação dependerá da definição da área a ser vendida.

Eneva (ENEV3, R$ 47,79, +1,40%)

A empresa de energia Eneva ingressou no mercado de petróleo. Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, a companhia informou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um indício de descoberta de óleo. A empresa já extrai gás natural do Maranhão.

A descoberta é encarada como uma nova oportunidade de geração de receita para a empresa, mas é preciso avaliar a viabilidade econômica do projeto.

Soma

O Grupo Soma, dona das marcas Farm e Animale, já planeja quais aquisições vai fazer após concluir sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, o alvo é a Richards, marca mais rentável da Inbrands. No prospecto da oferta da Soma está determinado que 30% dos recursos serão destinados à compra de marcas.

A Inbrands tenta evitar a reestruturação de suas dívidas por meio de uma recuperação judicial. A BR Partners foi contratada como assessor financeiro da Inbrands nessa empreitada.

Banco Inter (BIDI11, R$ 44,96, +1,77%)

O Conselho de Administração do Banco Inter aprovou o pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio no valor bruto total de R$ 16,266 milhões.

Esse montante equivale a R$ 0,023140402 por ação ordinária e R$ 0,069421206 pela preferencial. Há uma retenção de 15% referente ao Imposto de Renda retido na fonte.

O pagamento será realizado em 20 de agosto de 2020, sendo que terão direito os acionistas constantes da base acionária do banco em 3 de julho.

Setor de saúde

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou que já foram realizados 144.484 testes rápidos para a Covid-19 desde a autorização, há dois meses, para que farmácias façam esse procedimento.

Segundo reportagem do Valor Econômico, são 8,9 mil farmácias e drogarias associadas à Abrafarma. Dessas, 3,5 mil têm sala de serviço farmacêutico, obrigatória para a realização de testes, mas apenas 689 farmácias do país estão realizando os testes, devido à burocracia para obter autorização das prefeituras.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.