Com salto de 11% da Localiza e queda de 6% do GPA, resultados movimentam ações; Cosan sobe 5% com possível IPO da Compass

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (30)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Após a forte alta na véspera, o Ibovespa registrou uma sessão de perdas nesta quinta-feira (30) acompanhando o exterior, em meio aos temores renovados sobre o coronavírus, com o dado pior do que o esperado do PIB da Alemanha e em meio à queda do PIB dos EUA em 32,9% em termos anualizados, ainda que menos pior do que o esperado.

As ações da Vale (VALE3, R$ 61,27, -2,67%) registraram queda superior a 2%, apesar da retomada da política de pagamento de dividendos (bem avaliada pelos investidores, veja mais aqui), em meio ao cenário negativo no exterior. Além disso, cabe destacar, os ativos subiram cerca de 4% na véspera, já antecipando os resultados.

Os ativos do Bradesco (BBDC3, R$ 21,50, -2,54%;BBDC4, R$ 23,41, -3,50%), que também subiram na véspera, também na esteira do resultado do Santander, abriram em queda e foram intensificando as perdas durante a sessão, também para cerca de 3%, fechando com baixa de 3,5% para os ativos PN.  Veja a análise do balanço do banco clicando aqui. 

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Ainda em destaque entre os balanços, está a Ambev (ABEV3, R$ 14,55, -3,96%), que viu suas ações subirem até 5% na abertura em meio ao volume de vendas de cerveja muito melhor do que o esperado no Brasil, sinalizando recuperação mais forte da crise causada pela pandemia do coronavírus. A ação teve a recomendação elevada a outperform pelo Credit Suisse. Contudo, seguindo o movimento mais negativo da Bolsa, os papéis zeraram as altas durante a manhã e passaram a ter quedas expressivas, superiores a 3%, durante a tarde. Veja a análise do balanço clicando aqui. 

Outros destaques de resultado ficam para Localiza (RENT3, R$ 49,96, +10,85%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,21, +0,74%), que veem suas ações subirem após os balanços. As ações da Localiza, por sinal, aceleraram durante a tarde, fechando com alta superior a 10%, enquanto Usiminas teve apenas leves ganhos (confira as análises mais abaixo). A maior queda, por sua vez, ficou com as ações do Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 73,71, -6,27%).

Ainda no radar, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 23,32, -2,14%; PETR4, R$ 22,82, -1,51%) registraram queda seguindo o desempenho do petróleo, com o WTI em baixa de 3,27% em meio as dados ruins da economia americana e cautela em meio à aceleração dos casos de coronavírus em alguns países desenvolvidos. A companhia divulgará seus resultados do segundo trimestre após o fechamento do pregão.

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Entre as maiores altas do Ibovespa, atenção para a Cosan (CSAN3, R$ 88,10, +4,82%). A companhia informou que a sua controlada Compass Gás e Energia pretende apresentar, nos próximos dias, pedido de registro da oferta pública de distribuição primária de ações, a ser realizada no Brasil, em mercado de balcão não organizado, incluindo esforços de colocação das ações no exterior. O Conselho ainda vai definir volume da oferta e preço das ações após processo de bookbuilding. A oferta está sujeita à concessão dos registros pela CVM e às condições de mercado, disse a companhia.

Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
RENT3 10.84979 49.96
CSAN3 4.81856 88.1
YDUQ3 4.80884 35.09
RADL3 3.87231 125.27
MGLU3 3.83992 83.29

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
PCAR3 -6.26907 73.71
ABEV3 -3.9604 14.55
BBDC4 -3.50371 23.41
BBAS3 -3.19889 34.8
BRFS3 -3.01921 21.2

Ambev (ABEV3, R$ 14,55, -3,96%)

A fabricante de bebidas Ambev informou que seu lucro líquido caiu pela metade no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, com as vendas e volumes impactados pela pandemia do coronavírus e despesas financeiras maiores.

A companhia teve lucro de R$ 1,27 bilhão no trimestre, queda de 51,4% na comparação anual.

A receita líquida teve queda de 4,36%, passando de R$ 12,145 bilhões para R$ 11,615 bilhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 28,6% entre o segundo trimestre de 2019 e o deste ano, totalizando R$ 3,348 bilhões.

As vendas líquidas no trimestre foram de R$ 11,62 bilhões, baixa de 4,4% na base anual, mas acima da estimativa de R$ 10,51 bilhões do consenso Bloomberg.

Os analistas do Bradesco BBI destacaram os volumes mais fortes do segmento de cerveja. “Mas gostaríamos de ter maior clareza em relação aos fatores responsáveis por esse aumento substancial de volume”, disseram.

Segundo eles, é importante saber se o que levou ao aumento são fatores permanentes ou não, como influência de subsídios do governo ou concorrência mais fraca.

O Bradesco manteve a classificação da Ambev como neutra e preço-alvo de R$ 15,50.

O Credit Suisse, por sua vez, elevou a recomendação das ações da Ambev para outperform (desempenho acima da média do mercado) após o resultado.

“A Ambev passou nas últimas semanas por um momento bastante peculiar. Após o forte resultado da Heineken, boa parte dos investidores partiu para a leitura de que a empresa estava ganhando participação da Ambev. As ações caíram e a dúvida ficou no ar. O resultado do segundo trimestre da Ambev mostrou que um balanço forte faz a diferença em momentos de crise e que a companhia soube navegar muito bem por meses especialmente difíceis. A somatória de forte balanço, aumento de proximidade com os clientes off-trade e um competidor com dificuldades se mostrou positiva para a empresa. Os volumes de cerveja caíram somente 1,6% no segundo trimestre e a empresa conseguiu se reinventar com iniciativas digitais bastante assertivas e fabricas rodando com capacidade total. Os volumes consolidados cresceram 5% em junho, alavancados por volume de cerveja”, apontam os analistas do banco.

Localiza (RENT3, R$ 49,96, +10,85%)

A Localiza registrou lucro líquido no segundo trimestre de 2020 de R$ 89,9 milhões, queda de 52,7% na comparação com igual período de 2019. Segundo a empresa, o resultado foi comprometido pela pandemia dE covid-19, custos extraordinários, além do aumento da depreciação.

O Ebitda consolidado da empresa totalizou R$ 434,8 milhões no trimestre, 13% menor que o mesmo período do ano anterior. Apesar do impacto negativo, a empresa reverteu a provisão da diferença dos créditos de PIS e Cofins sobre depreciação, que vinha sendo feita desde 2017, no valor de R$ 126,3 milhões. “Essa reversão considera a alteração no cenário dos processos em que a companhia é parte, com a obtenção da segunda sentença favorável ao direito de apropriação dos créditos de PIS e COFINS relativos a depreciação dos seus veículos utilizados para locação à taxa de 25% ao ano”, explicou a empresa, no balanço.

Na divisão de Aluguel de Carros, principal do grupo, a margem Ebitda foi de 53,2% no trimestre, crescimento de 9,3 pontos porcentuais no ano. Na divisão de Gestão de Frotas, a margem Ebitda foi de 81,4%, alta de 16,2 p.p. Ambos sustentados pela reversão da provisão. A margem Ebitda do Seminovos foi negativa em 4% no trimestre, “impactada pela queda nas vendas e consequente não diluição dos custos fixos, além dos custos extraordinários com o ajuste de quadro”.

No trimestre, a receita líquida consolidada apresentou queda de 31,7%, para R$ 1,570 bilhão. Nos segmentos, a receita líquida de aluguéis apresentou queda de 19%, com redução de 30,2% na divisão de Aluguel de Carros e crescimento de 14,8% na divisão de Gestão de Frotas. A receita líquida do Seminovos no trimestre teve queda de 40,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, devido à queda de 40,4% do volume de carros vendidos.

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimento, a empresa apresentou números acima do esperado pelo mercado e um resultado bom considerando o desafiador cenário de pandemia para o setor de locação de veículos no Brasil.

Dentre os números, os analistas destacam o Ebitda recorrente, melhor que o esperado em função de receitas (20%acima do consenso de mercado) e também devido ao melhor controle de custos por parte da empresa.

“As atenções do mercado estarão voltadas para a tendência de recuperação de seus volumes e diárias médias. Além disso, a Localiza deve apresentar um novo produto de aluguel de longo prazo em breve, o que deve impulsionar suas ações”, apontam.

Também destacando o resultado como positivo, os analistas do Bradesco BBI apontam que a recuperação está ocorrendo mais rápido do que o esperado e o ajuste do tamanho da frota, combinado com preços diários de aluguel mais saudáveis e redução de custos, deve ajudar a Localiza a expandir suas margens nos próximos trimestres. A recomendação do BBI para as ações do banco é outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 53.

Bradesco (BBDC3, R$ 21,50, -2,54%;BBDC4, R$ 23,41, -3,50%)

O Bradesco registrou queda de 40,1% do lucro recorrente no segundo trimestre de 2020 na comparação anual, totalizando R$ 3,873 bilhões, informou o banco nesta quinta-feira (30). Já o lucro contábil foi de R$ 3,506 bilhões, baixa de 42%.

A queda no lucro levou a uma baixa da rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Bradesco para 11,9%, contra 20,6% do segundo trimestre de 2019.

O lucro menor ocorre principalmente pelo novo reforço de R$ 3,8 bilhões nas provisões para perdas com a expectativa pela alta da inadimplência por conta da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. No primeiro trimestre, o Bradesco já havia constituído R$ 2,7 bilhões em provisões.

As despesas com provisões atingiram R$ 8,890 bilhões no segundo trimestre, alta de 155% em relação ao mesmo período do ano passado e de 32,5% frente o primeiro trimestre de 2020.

“Nossos estudos internos, que são baseados em modelos estatísticos que capturam informações históricas e prospectivas, bem como a experiência da Administração, e refletem nossa expectativa de perdas em diferentes cenários econômicos que indicam, neste momento, a necessidade de reforçar nossas provisões relacionadas ao cenário econômico adverso”, destacou o banco.

A margem financeira total, por sua vez, somou R$ 16,684 bilhões no trimestre, alta de 15,1% frente o  primeiro trimestre e expansão de 15,3% frente ao segundo trimestre do ano anterior. A carteira de crédito expandida, por sua vez, teve alta de 0,9% no trimestre e 14,9% no ano, a R$ 661,1 bilhões.

O índice de inadimplência acima de 90 dias na carteira recuou para 3% no fim do segundo trimestre, ante 3,7% em março e 3,2% em junho de 2019. Os bancos, durante o período, fizeram programas de renegociação e alongamento de dívidas.

As receitas de prestação de serviços foram de R$ 7,626 bilhões no trimestre, 7,9% menor ante igual período do ano anterior; as despesas operacionais tiveram queda de 5,5%, a R$ 11,459 bilhões.

Para o Morgan Stanley, o resultado do Bradesco ficou abaixo do esperado em especial devido ao aumento das provisões. O banco americano destacou ainda o aumento da cobertura (provisões em relação ao total do crédito) indica uma deterioração da inadimplência. “Não ficaríamos surpresos se mais provisões excedentes forem necessárias nos próximos trimestres”, segundo relatório a clientes.

Como positivo, destacaram o controle das despesas. O Bradesco é classificado como “overweight” pelo Morgan Stanley.

Usiminas (USIM5, R$ 8,21, +0,74%)

A Usiminas registrou um prejuízo líquido de R$ 395 milhões no segundo trimestre do ano, ante lucro de R$ 171 milhões em igual período do ano passado.

A receita líquida no período foi de R$ 2,425 bilhões, uma alta de 7% no comparativo anual. Nessa mesma base de comparação, o Ebitda somou R$ 208 milhões, montante 63% menor que o registrado entre abril e junho de 2019. A margem Ebitda caiu de 15% para 9%.

Conforme destaca a XP Investimentos, a Usiminas apresentou resultados em linha, com mercado doméstico de aço ainda desafiador. Em relação à siderurgia, os volumes de vendas mais fracos foram parcialmente compensados por preços realizados mais saudáveis. Já o segmento de mineração foi novamente o destaque positivo devido ao aumento dos preços do minério de ferro e um câmbio favorável.

“No mercado doméstico, o principal negócio da Usiminas, os estoques dos distribuidores estão altos, em nossa visão. Contudo, o câmbio mais alto e os preços internacionais decentes afetam negativamente a paridade de importação (-10%, na nossa visão) e abre espaço para aumentos de preços. Olhando para frente, devemos ver números melhores no terceiro trimestre com a recuperação econômica”, aponta a XP, que mantém recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 7.

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 73,71, -6,27%)

O GPA registrou lucro líquido de R$ 382 milhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 1,5% sobre o mesmo período de 2019. O lucro aos acionistas controladores caiu, por sua vez, 20,3%, batendo em R$ 333 milhões. Já o Ebitda cresceu 94,9% ante o segundo trimestre de 2019, para R$ 1,542 bilhão. O indicador ajustado ficou em R$ 1,577 bilhão, avanço de 83,2%.

No documento, o grupo afirma que “o forte patamar de vendas promoveu uma diluição significativa das despesas fixas”. Isso teria permitido a companhia atingir resultados de crescimento de Ebitda em todos os negócios.

O aumento nas vendas totais da empresa foi de 61,1%, e no Brasil a alta foi de 20,1%. O GPA credita o aumento à expansão do Assaí, que teve 21 lojas abertas nos últimos 12 meses, e à otimização do portfólio de lojas do Multivarejo, além da aceleração expressiva do ecossistema digital.

Segundo o GPA, o trimestre contou com geração de caixa operacional e conclusão de mais uma etapa do processo de monetização de ativos. O que contribuiu para a redução da dívida líquida em R$ 1,5 bilhão ante o último trimestre. O valor passou de R$ 10,8 bilhões para R$ 9,2 bilhões.

A Companhia terminou o segundo trimestre com R$ 7,7 bilhões de caixa, equivalente a aproximadamente duas vezes a dívida de curto prazo.

O Credit Suisse viu como positivo o crescimento da receita líquida no Assai e varejo múltiplo, em especial hipermercados. No entanto, viu como tímido o desempenho do Exito Colômbia, além da alavancagem considerada elevada.

O Credit Suisse viu ainda um resultado melhor no Carrefour Brasil em relação ao GPA. “Os resultados do Carrefour Brasil apresentaram melhores sinais dado um melhor desempenho da receita líquida no segmento de varejo múltiplo e receita bruta mais atraente”, explicou a instituição financeira em relatório a clientes.

Já a Levante ressalta que o principal destaque positivo foi o aumento em suas vendas brutas, cujo total foi R$ 17,07 bilhões, crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Levando em consideração o Grupo Éxito, o número atingiu R$ 22,91 bilhões.

Os destaques negativos foram a diminuição de recebimento de aluguéis das galerias comerciais e diminuição de vendas nos postos de gasolina no resultado consolidado, ambos devido ao COVID-19.

Vale (VALE3, R$ 61,27, -2,67%)

A Vale registrou um lucro líquido de US$ 995 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 133 milhões em igual período de 2019.

O Ebitda ajustado proforma, excluindo US$ 130 milhões de despesas relacionadas a Brumadinho e US$ 85 milhões de doações relacionadas à Covid-19, totalizou US$ 3,586 bilhões, recuo de 22,5% no comparativo anual. Já o Ebitda ajustado foi de US$ 3,371 bilhões, alta de 8,8%.

A mineradora calcula ainda que os gastos para lidar com a pandemia da Covid-19 totalizaram US$ 112 milhões no primeiro semestre, incluindo doações.

A margem Ebitda, que é a relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, passou de 34% no segundo trimestre de 2019 para 45% ao final de junho de 2020.

Os analistas do Bradesco BBI destacaram como positivo a retomada da política de distribuição de dividendos (suspensa desde o acidente de Brumadinho, em janeiro de 2019), resultados fortes da divisão de metais fortes e frete abaixo do esperado. Entre os pontos negativos, a instituição financeira destacou o custo do minério de ferro acima do esperado e a provisão de US$ 566 milhões relacionada à Fundação Renova da Samarco .

A recomendação da empresa foi reafirmada em “outperform”, com preço-alvo de US$ 17 para o recibo de depósito de ações (ADR, na sigla em inglês).

“No topo de um mercado resiliente de minério de ferro e na melhoria das tendências operacionais no segundo semestre, esperamos que as ações da Vale sejam reavaliadas, impulsionadas pelo pós-risco após o acidente de Brumadinho e possibilidade de dividendos consideráveis em 2020 e 2021”, avaliou o Bradesco BBI em relatório a clientes.

A retomada do pagamento de dividendos também foi vista como positiva pelos analistas do Credit Suisse, com manutenção da recomendação em “outperform”. “Considerando que a Vale acabou de restabelecer sua política de dividendos, acreditamos que é apenas uma questão de tempo até que produza pagamentos generosos, que acreditamos que poderiam atingir pelo menos 6% em 2021. Além disso, esperamos que os embarques de minério de ferro se recuperem e, com isso, os benefícios da diluição de custos”, segundo relatório divulgado a clientes.

Para o Itaú BBA, os resultados operacionais foram neutros, mas destacaram a maior diluição do custo fixo em melhores volumes. “Mas a geração de caixa foi prejudicada pelo maior capital de giro. No entanto, a posição de caixa é confortável o suficiente para pagar US$ 5 bilhões em crédito rotativo”, destacaram.

TIM (TIMP3, R$ 14,80, -0,60%)

A TIM fechou o balanço do segundo trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 260 milhões, uma queda de 23,9% em relação ao mesmo período de 2019. A operadora sofreu um recuo no faturamento devido à pandemia, mas os cortes de custos amorteceram parcialmente o baque.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado, que exclui efeitos não recorrentes, somou R$ 1,979 bilhão, leve alta de 0,9% na mesma base de comparação. A margem Ebitda cresceu 3,6 pontos porcentuais, para 49,6%.

A receita operacional líquida foi de R$ 3,987 bilhões, uma baixa de 6,5%. A receita de serviços móvel (planos pré e pós pagos) encolheu 4,2%, para R$ 3,671 bilhões. Já a receita de serviço fixo (banda larga TIM Live) cresceu 10,8%, para R$ 255 milhões.

A operadora foi afetada pela quarentena, que reduziu as recargas nos planos pré-pagos, diminuiu o tráfego de dados nos planos pós-pagos e derrubou as vendas de aparelhos, fatores que provocaram um encolhimento da receita.

A receita do segmento pré-pago da TIM caiu 10,7% no segundo trimestre, enquanto no pós-pago, esse efeito foi mais brando, com baixa de apenas 1,1%. A base de clientes pré-pagos teve baixa, na ordem de 8,7%. Já a base de pós ficou estável. Pelo lado positivo, a companhia expandiu sua base de banda larga em 19,6%.

O resultado líquido também foi afetado negativamente por uma alta de 75% nas despesas com impostos, que chegaram a R$ 100 milhões, explicada pelo menor uso de benefícios fiscais no trimestre.

Pelo lado positivo, a TIM baixou em 12,8% os seus custos operacionais normalizados, para R$ 2,008 bilhões. O corte foi expressivo, contribuiu para a expansão da margem do lucro operacional medido pelo Ebitda e evitou uma queda maior do lucro líquido.

Nesta linha de custos, houve menos despesas com mercadorias e vendas, já que o mercado teve o funcionamento reduzido nos últimos meses. Mas a surpresa positiva foi a baixa de 15,6% na provisão para devedores duvidosos em plena crise. Segundo a companhia, essa baixa refletiu os esforços iniciados nos últimos trimestres para aprimorar as políticas de crédito, cobrança e recuperação do valores.

A TIM também cortou em 28,8% os investimentos no trimestre, para R$ 673 milhões. A empresa decidiu adiar alguns projetos, como desenvolvimento de serviços para pré-pagos e reformas de lojas, uma vez que essas operações perderam força durante a quarentena.

A dívida líquida foi a R$ 7,028 bilhões, redução de R$ 1,186 bilhão em um ano, explicada pelo crescimento maior do volume de caixa e aplicações Financeiras. A tele fechou o trimestre com caixa de R$ 3,330 bilhões. A alavancagem, medida pela relação de dívida líquida e Ebitda, ficou em 0,85 vez.

De acordo com o Bradesco BBI, os resultados do 2T20 da TIM foram mais fortes do que o esperado em termos relativos, principalmente devido ao sólido controle de despesas operacionais compensando parcialmente a pressão sobre a receita.

“Para os próximos trimestres, esperamos uma melhora na receita de serviços móveis, principalmente no segmento pré-pago, uma vez que os canais de vendas reabrem na maioria das regiões após o término do bloqueio”.Os analistas mantêm recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis, com preço-alvo de R$ 18,50, mas ressaltam preferência no setor pela OIBR3.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,58, +1,04%)

A Ecorodovias registrou um lucro líquido de R$ 35,3 milhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 41,2% na comparação com igual período do ano passado.

A receita líquida da companhia, excluindo as geradas por construção, recuou 7,5%. Nesse período, o tráfego nas concessões da empresa recuou 13,4%. Já o Ebitda somou R$ 354,3 milhões, queda de 18,2% no comparativo anual.

Ao final de junho, a empresa totalizada R$ 1,58 bilhão em caixa e a alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda subiu de 3,1 para 3,3 vezes de março para junho.

A empresa informou que está priorizando contenção de despesas e avaliando adiar investimentos devido à pandemia Covid-19. Desde abril, a companhia emitiu mais de R$ 2,5 bilhões em dívida para garantir sua liquidez.

Os analistas do Credit Suisse lembraram que embora o resultado da Ecorodovias tenha sido afetado pelas restrições de mobilidade, do ponto de vista regulatório a empresa pode ter alguma compensação. “Os contratos são protegidos por cláusulas contra eventos de força maior. Isso implica que as concessões de rodovias com pedágio provavelmente terão direito ao econômico e ao reequilíbrio”, destacaram.

Cesp (CESP6, R$ 32,09, +2,85%)

A geradora paulista Cesp registrou lucro líquido de R$ 138 milhões no segundo trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 4,002 milhões verificado em igual período do ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda totalizou R$ 397,8 milhões, crescimento de 106% em igual período de comparação. O Ebitda ajustado somou R$ 287,2 milhões, alta de 31%.

A receita líquida da companhia somou R$ 486 milhões, aumento de 32% na comparação com os R$ 368,3 milhões apurados na mesma época do ano passado. A Cesp ainda registrou uma despesa financeira líquida de R$ 94,3 milhões, recuo de 6% em relação ao segundo trimestre de 2019.

De acordo com o Itaú BBA, o resultado foi muito positivo, com um Ebitda muito mais forte do que o esperado, principalmente devido a uma tarifa média acima do esperado no mercado livre e despesas controláveis ​​abaixo do esperado. Além disso, a Cesp reportou uma redução significativa no volume de contingências.

Duratex (DTEX3, R$ 15,57, +1,90%)

A Duratex, fabricante de louças e metais sanitários, revestimentos cerâmicos e painéis de madeira, fechou o segundo trimestre de 2020 com um lucro líquido recorrente de R$ 2,213 milhões, queda de 96,8% ante o mesmo período de 2019.

O critério “recorrente” exclui itens contábeis sem efeitos no caixa e eventos considerados não usuais, como doações na pandemia, venda de ativos e ajustes pontuais nos negócios.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e recorrente somou R$ 119,023 milhões, uma baixa de 44,2% na comparação entre os mesmos períodos. A margem Ebitda recuou de 18,6% para 11,4%. A receita operacional líquida foi de R$ 1,046 bilhão, encolhimento de 8,6%.

A mudança do lucro para o prejuízo foi determinada essencialmente pela crise decorrente do surto do novo coronavírus, que provocou parada temporária das fábricas, redução nas expedições e nas vendas e perda de escala. Outro fator que pesou foi a valorização do dólar e o encarecimento dos custos de produção.

Em abril houve a suspensão temporária das unidades da Divisão Madeira, da unidade de chuveiros elétricos e da unidade de louças de Queimados (RJ), além da redução da capacidade das demais unidades da Divisão Deca e de Cerâmicos. Mas todas as unidades já retomaram seus níveis normais de operação.

Ao se considerar o resultado líquido regular, sem aplicar o critério “recorrente”, os números foram parecidos. A Duratex teve prejuízo líquido de R$ 23,582 milhões, o que também representou uma reversão frente ao lucro de R$ 69,378 milhões no mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda foi de R$ 147,011 milhões, queda de 48,8%. A margem do Ebitda recuou de 25,1% para 14,0%.

A Duratex fechou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 2,180 bilhões, 85,8% mais do que um ano antes, devido ao investimento na nova fábrica da divisão de celulose solúvel. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) aumentou de 2,45 vezes para 2,55 vezes.

A companhia tinha, no fim de junho, R$ 1,598 bilhão em caixa e apenas R$ 55 milhões de dívidas com vencimento ainda em 2020. Já para 2021, há vencimentos de R$ 1,088 bilhão.

Os investimentos da Duratex em 2020 devem totalizar R$ 431 milhões, 25% menos do que o estimado originalmente. Segundo a empresa, o foco neste momento de crise é preservar o caixa e priorizar a sustentação das operações, além da integração e captura de sinergias com o negócio de revestimento cerâmico recém-adquirido. No segundo trimestre, os investimentos foram de R$ 117,1 milhões, e no primeiro semestre, alcançaram R$ 213,2 milhões.

Segundo aponta o Bradesco BBI, os números foram positivos com volumes de vendas melhores do que o esperado nos principais segmentos, mas a expectativa é de avanço ainda mais expressivo nos próximos trimestres. A recomendação para os ativos DTEX3 é outperform, com preço-alvo de R$ 18.

OdontoPrev (ODPV3, R$ 14,30, -2,39%)

O lucro líquido da OdontoPrev teve alta de 87% no segundo trimestre de 2020 na comparação anual, a R$ 116,455 milhões. A margem líquida, por sua vez, foi de 26,9%.

Apesar da alta do lucro, o Credit Suisse ressalta que os números são positivos, “mas pelo motivo errado”, uma vez que “os resultados foram consequência da redução da utilização [dos planos] devido à Covid, enquanto a base de beneficiários vem diminuindo.” O Credit Suisse possui recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 15.

Log (LOGG3, R$ 36,90, +6,22%)

A Log Commercial Properties, teve alta de 13,4% da receita líquida operacional, para R$ 35 milhões, com um Ebitda de R$ 27,9 milhões no período, o que representa um alta de 13,7% em comparação com o segundo trimestre do ano passado. A margem Ebitda fechou o período em 79,7%, com uma leve alta de 0,2 ponto percentual.

Do lado operacional, a empresa voltou a reduzir a inadimplência líquida acumulada de 12 meses para 0,6%. Os eventuais descontos concedidos aos locatários representam, até agora, menos de 1,5% da receita com aluguel esperada para o ano.

“A Log sem dúvidas surfa a onda do consumo digital, pois esta obrigará as companhias a possuírem e administrarem cada vez mais galpões logísticos, possibilitando o aumento do volume de vendas e entregas de seus produtos com qualidade, segurança e dentro de um prazo cada vez menor. Segundo as estimativas da companhia, 40% das ocupações de seus clientes têm operações parcial ou totalmente relacionadas ao e-commerce”, destaca a equipe de análise da Levante Ideias de Investimento.

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Petrobras (PETR3, R$ 23,32, -2,14%; PETR4, R$ 22,82, -1,51%)

Depois de obter decisão favorável da Justiça federal sobre as contribuições do PIS e da COFINS pagos a maior em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo a partir de outubro de 2001, a Petrobras afirma que a melhor estimativa em relação ao valor recuperado é de R$ 16,9 bilhões, antes dos efeitos fiscais.

Segundo a companhia, o montante será reconhecido no balanço do segundo trimestre de 2020, que será apresentado amanhã (30), após o fechamento do mercado.

A empresa tinha informado anteriormente que teria havido cobrança além do devido em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições a partir de outubro de 2001.

“O aproveitamento do crédito será feito mediante compensação de tributos federais, após os trâmites normativos necessário”, acrescentou.

Ainda no radar, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta arquivar uma denúncia recebida pela Corte contra a veiculação de material publicitário da Petrobras em sites considerados “antidemocráticos e de fake news”.

Em documento enviado ao TCU, a estatal afirmou que houve um erro por parte da empresa de publicidade subcontratada, que informou terem sido indevidamente veiculadas impressões publicitárias em diversos sites que não haviam sido previamente autorizadas pela Petrobras. Enquanto a lista autorizada pela companhia possuía apenas 261 sites, a empresa teria veiculado impressões publicitárias em 736 sites.

Em seu voto, o relator do caso, ministro Walton Alencar Rodrigues, apontou que a estatal já adotou medidas para inibir “futuras ocorrências semelhantes”. “O que, segundo os pareceres, não impede a eventual realização de auditoria específica, de conformidade e/ou operacional, com o intuito de verificar os contratos de publicidade de Petrobrás”, disse o ministro.

Segundo o relatório do TCU, a empresa envolvida assumiu a responsabilidade exclusiva pela ocorrência, “decorrente de erro operacional de um de seus funcionários”. Por isso, a estatal anunciou que irá adotar medidas de responsabilização. “Os esclarecimentos prestados pela empresa estão sendo objeto de análise jurídica, podendo ensejar a abertura de procedimento para aplicação de multa”, apontou.

Ainda no radar da companhia, a estatal informou que o Conselho de Administração aprovou acordo com a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) para colocar fim a um litígio arbitra. A Petrobras irá pagar R$ 950 milhões ao fundo de pensão.

O litígio foi proposto pela Petros com o intuito de obter ressarcimento da Petrobras por alegados danos materiais relacionados ao investimento na Sete Brasil. O acordo extingue o litígio sem reconhecimento de culpa ou responsabilidade de ambas as partes.

Esse pagamento já estará refletido nas demonstrações financeiras do segundo trimestre.

Eletrobras (ELET3, R$ 38,15, +0,04%; ELET6, R$ 39,19, +1%)

Em Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada nesta quarta-feira, 29, os acionistas da Eletrobras aprovaram o pagamento de R$ 2,540 bilhões em dividendos, referentes aos resultados de 2019. Serão R$ 2,050 bilhões para quem tiver ação ON, ou R$ 1,5908 por papel, e R$ 490,2 milhões para os preferencialistas, sendo R$ 2,2478 por ação PNA e R$ 1,7499 por PNB.

O pagamento será realizado com base na posição acionária da véspera, e a partir desta quinta, as ações passam a ser negociadas ex-dividendos. Segundo a companhia, o crédito será feito aos acionistas até o final deste ano. Os valores serão atualizados pela taxa Selic.

Hypera (HYPE3, R$ 36,26, +0,17%)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com restrições, a aquisição, pela empresa farmacêutica Hypera, do negócio de desenvolvimento, fabricação, comercialização, marketing, distribuição e venda da família de produtos Buscopan no Brasil, atualmente detido pela Boehringer Ingelheim International. A operação foi condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC).

Em seu voto, o conselheiro relator Luis Henrique Bertolino Braido explicou que a operação, conforme apresentada ao Cade, tinha potencial de gerar concentração elevada no mercado de antiespasmódicos combinados com analgésicos. Nesse segmento, a Boehringer Ingelheim é a detentora dos medicamentos Buscopan Composto e Buscoduo, enquanto a Hypera atuava com o Neocopan Composto.

Desse modo, para endereçar a preocupação apontada, foi definido em acordo que a Hypera deveria alienar sua participação neste mercado com a venda do medicamento. Essa operação resultou no Ato de Concentração 08700.002536/2020-36, aprovado pelo Cade em 09 de junho, no qual a empresa União Química adquiriu o nome comercial do Neocopan Composto, bem como registros sanitários e know how necessário para o processo de fabricação do produto.

Por meio do ACC, a Hypera também assume uma série de obrigações comportamentais, que incluem o compromisso de realizar seus melhores esforços para que a completa transferência dos negócios, registros e demais ativos necessários à produção do Neocopan Composto seja feita o mais rápido possível.

“Visto que o ACC pactuado garante entre outros pontos os termos acima, entendo que o acordo é eficaz para afastar as preocupações resultantes da operação”, concluiu o relator.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.