Guerra na Ucrânia interfere no preço do ouro e pode afetar seus dividendos? CFO da Aura Minerals (AURA33) explica o impacto do conflito sobre o metal

Kleber Cardoso participou de live do InfoMoney e falou sobre juros nos Estados Unidos: "principal inimigo para a cotação do ouro"

Renan Crema

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A guerra na Ucrânia acelerou o movimento de alta das commodities que já vinha em curso desde o ano passado. Na esteira das sanções anunciadas pelos Estados Unidos, Europa e outros países à Rússia, o preço do barril do petróleo bateu o maior nível desde a crise financeira de 2008. Em um cenário de aversão ao risco, como fica o ouro, investimento procurado por quem quer mais segurança e um ativo que faz parte das reservas econômicas de todas as nações?

“O próprio mercado já espera uma alta na taxa de juros real norte-americana, que é a maior ‘inimiga’ do preço do ouro, mas não se sabe qual será a dosagem disso. Entretanto, o Fed (banco central dos EUA) precisaria colocar a taxa em patamares bastante agressivos para provocar uma migração do ouro para o dólar, o que, de toda forma, traz incertezas, mas acredito que isso, se vier a acontecer, será no longo prazo”, explicou o CFO da Aura Minerals (AURA33), Kleber Cardoso, em live do InfoMoney.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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A Aura conseguiu reduzir seu custo da dívida em 2,6 ponto percentual e viu a receita líquida alcançar US$ 445 milhões no quarto trimestre de 2021, crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de ter registrado lucro líquido 35% menor de um ano para outro.

E a aposta para alavancar os resultados até 2024 e fincar os dois pés como uma das grandes mineradoras a nível global está em dois projetos: o Almas e o Matupá, com as quais projeta chegar a uma produção de pelo menos 400 mil onças de ouro (GEOs). Em 2021, foram produzidas pela companhia 269 mil onças e a previsão pra 2022 é de aumento de 8%, alcançando até 290 mil onças.

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“O projeto Almas já está 100% financiado e, na minha opinião, está em vias de ser executado. Já o Matupá, no Mato Grosso, dá bons indícios de que estamos seguindo os mesmos passos do Almas. Em ambos, a TIR (Taxa Interna de Retorno) alavancada gira em torno de 70% a 100%, considerando o preço do ouro a US$ 1800 por onça e descontando os custos”, contou Cardoso.

A expectativa, contou o executivo, é que Almas produza em torno de 50 mil a 55 mil onças de ouro anualmente, enquanto Matupá acrescentará outras 60 mil onças.

Dividendos

O CFO explicou que a empresa possui uma política de pagamentos aos acionistas que é feita anualmente e costuma acontecer no mês de abril. No ano passado, a Aura fez dois pagamentos: o planejado em abril e um outro em dezembro, que se refere já a 2022 e que foi realizado após a empresa apurar os resultados e estudar projeções.

“Obtivemos um dividend yield de 13,5%, um recorde entre as empresas de mineração de ouro listadas nos mercados onde estamos presentes e adiantamos o repasse aos acionistas”, disse. O CFO contou ainda que a companhia avaliará possíveis novos retornos aos acionistas em 2022, seja através de pagamento de dividendos ou recompra de ações, programa que foi lançado recentemente.

Cardoso explicou também o imbróglio envolvendo a Mina San Andres, em Honduras, e falou sobre os impactos da interrupção da operação da mina Gold Road, no Arizona, nos Estados Unidos, que, diz ele, não afetaram diretamente os resultados do quarto trimestre do ano passado.

O diretor também falou sobre as estratégias de M&A (fusão e aquisição) no radar da Aura, os impactos cambiais da variação do dólar sobre a operação da companhia e as iniciativas ESG desenvolvidas pela empresa, tanto internamente quanto em relação ao mercado. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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