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As quedas sucessivas do Ibovespa após o corte de juros nos Estados Unidos contrariaram a projeção de analistas e o principal índice da bolsa brasileira encerrou o mês de setembro com queda de 3%, no pior desempenho mensal desde janeiro.
Apesar disso, setembro foi de sorte para companhias correlacionadas com o minério de ferro. Nomes como CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3) ficaram entre as maiores altas do mês pelo avanço da commodity. Fatos pontuais ajudaram Santos Brasil (STBP3), uma das maiores altas, e atrapalharam Brava (BRAV3), a líder entre as quedas.
Confira abaixo os destaques de alta e baixa do Ibovespa no mês:
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Maiores altas
CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3)
Um dos destaques do mês foi a trajetória do minério de ferro. A commodity iniciou setembro em um de seus menores patamares em muito tempo e apresentava, em 5 de setembro, cinco sessões de queda. O minério chegou a seu menor nível em um ano, em especial reagindo a dados econômicos chineses mais fracos. A situação se manteve até pouco tempo atrás, em especial pela demanda fraca e oferta firme ainda apresentada.
A guinada veio em 24 de setembro, com alta de mais de 4% na commodity após anúncios de estímulo da China e oferta global fraca. Os ganhos foram ampliados nas sessões seguintes e, desde então, companhias como CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3) se destacam entre as maiores altas de setembro. A CSN Mineração subiu 21,48%, enquanto a CSN valorizou 8,68% e os papéis da Vale apresentaram alta de 6,60%.
Azul (AZUL3)
Resultados ruins, alta do dólar e discussões sobre reestruturação da dívida fizeram as ações desabarem em agosto. A companhia foi um dos destaques negativos do mês passado. Já nesse, é um dos papéis com maior valorização, com alta de 15,58%.
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O papel protagonizou pontos altos e baixos em setembro, como a alta de 54% em três pregões pela expectativa de acordo com arrendadores de aviões, e queda de cerca de 18% no início do mês, com investidores indagando qual seria a alternativa que a companhia lançaria mão para lidar com dívidas.
Mesmo com acordos já mais encaminhados, pode ser que a companhia ainda figure nas listas de maiores altas e baixas de papéis do Ibovespa, de acordo com a XP. Isso porque recente análise da corretora destaca a possível diluição de capital da companhia como um dos riscos para a tese.
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Santos Brasil (STBP3):
O principal catalisador para as ações no mês foi acordo com a gigante francesa CMA CGM, que comprará 48% da empresa por R$ 93 bilhões. O preço representa um prêmio de 20% sobre o preço de fechamento de R$ 12,71 das ações da Santos Brasil na sexta-feira (20), último pregão antes do anúncio do acordo.
A XP Investimentos vê a transação como positiva para os acionistas da STBP3 com base nos seguintes pontos: (i) foi oferecido um prêmio em relação ao último fechamento; e (ii) os direitos de tag along (mecanismo legal que protege minoritários quando há uma mudança no controle acionário) dos acionistas minoritários foram confirmados, com o compromisso da CMA CGM de lançar uma oferta pública de aquisição de todas as ações remanescentes (ao mesmo preço e condição oferecidos ao vendedor)
Braskem (BRKM5):
Setembro foi um mês de boas notícias para a Braskem (BRKM5). A companhia passou por uma onda de elevação de recomendação de suas ações. Além disso, há algum tempo analistas enxergam como possível a alta de tarifas de importação, que poderia ajudar o setor. Este era visto como um dos catalisadores para as ações da Braskem, com os ativos saltando apenas com a expectativa de que essa votação aconteceria.
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O aumento de tarifas foi aprovado de 12,6% para 20% para PE, PP e PVC (entre outros produtos químicos) conforme solicitação da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). A companhia também tem protagonizado tentativas de venda da fatia da Novonor (antiga Odebrecht).
Confira as maiores altas do Ibovespa em agosto:
Maiores quedas
Brava Energia (BRAV3):
A Brava Energia (BRAV3) (ex-3R Petroleum) começou sua trajetória na B3 com o pé esquerdo e protagonizou a maior queda do mês. Mesmo apresentando alta de 3,2% na produção de agosto, em dados divulgados em 11 de setembro, a companhia teve que estender parada na produção e sofreu as consequências. Os papéis recuaram 9,40% no dia do anúncio da parada de produção, que só tem perspectiva de retomada para início de dezembro.
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Na visão da XP, o anúncio de um prazo até foi bem-vindo, uma vez que atenua alguma incerteza. No entanto, acredita que a parada é mais longa do que o mercado tinha inicialmente previsto e vê que o mercado continuará a avaliar o risco de atrasos adicionais.
No dia seguinte, as quedas continuaram e levaram analistas a se perguntarem se a companhia algum dia estaria totalmente funcional. Conforme aponta o Bradesco BBI, como todos os ativos foram transferidos da Petrobras (PETR4) para a empresa, uma série ininterrupta de manutenção nas instalações e integridade nunca permitiu que a empresa atingisse seu potencial máximo de produção.
“As enormes dificuldades que a empresa está enfrentando para se tornar totalmente funcional estão alimentando o crescente ceticismo do mercado em entender as explicações”, avalia o BBI.
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Assaí (ASAI3):
A varejista já figurava entre as maiores quedas do mês antes do pregão de hoje, que foi marcado pela derrocada de 8% do papel. O momento não é dos melhores para as varejistas, em especial após a retomada do ciclo de alta de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, no caso do Assaí, a queda dos papéis tem mais relação com o nome em si do que com o setor.
No último dia 9 de setembro, o JPMorgan cortou a recomendação do Assaí (ASAI3) de compra para neutro. A companhia é vista com balanço alavancado em um contexto de maior competição entre players e expectativa de juros mais altos por mais tempo. Além disso, o banco cortou o preço-alvo dos ativos de R$ 18 para R$ 21.
Em duas semanas, os papéis do Assaí caíram 15%, com desempenho inferior ao Ibovespa e aos seus pares de varejo, de acordo com a análise do JPMorgan. Parte da razão da queda é justamente a mudança de recomendação.
No pregão de hoje, o papel operava com forte queda após a empresa receber um termo emitido pela Receita Federal do Brasil (RFB) determinando o arrolamento de ativos da companhia no valor de R$ 1,265 bilhão, em razão da existência de contingências tributárias em discussão do GPA (PCAR3). A varejista encerrou a sessão com queda de 8%, a R$ 7,47.
Magazine Luiza (MGLU3):
A Magalu (MGLU3) amargou a queda de mais de 10% nos pregões seguintes à decisão de juros que elevou a Selic. A varejista, assim como todo o setor, sofre com taxas mais elevadas e protagoniza reestruturação. Parte do movimento tem sido o fechamento de lojas, que, se por um lado, ajuda a equilibrar as contas, por outro, eleva o passivo trabalhista.
Apesar da Magazine Luiza (MGLU3) estar focada em reestabelecer as bases para retomar um ciclo de crescimento saudável, as perspectivas macroeconômicas continuam desafiadoras. Essa é a visão da XP Investimentos, que optou por manter recomendação neutra e cortar o preço-alvo para ação. O corte também foi um dos responsáveis pelo desempenho mais negativo dos papéis no mês.
De acordo com a análise técnica, a Selic elevada mantém o papel com tendência de baixa.
Minerva (BEEF3):
O atual momento de juros subindo por aqui e taxas caindo nos EUA também não favorece exportadoras. De acordo com analistas, a Minerva é um dos papéis que podem entrar no grupo de menor interesse de investidores pelo cenário.
Além da movimentação das taxas, o nome também foi marcado pela aprovação da compra de unidades da Marfrig pelo CADE. A operação, no entanto, já está há muito precificada e a notícia da aprovação foi vista como neutra, não sendo um dos motivos de queda do papel em setembro.
Confira as maiores baixas do Ibovespa em agosto: