Em 2022, o ChatGPT ampliou as possibilidades de interação com a tecnologia, tornando a conversa com a inteligência artificial mais fácil e assertiva.

Até então, o usuário comum dependia basicamente dos chatbots tradicionais – as “caixinhas” de diálogo, que costumavam dar respostas curtas e se perdiam diante de um assunto mais complexo. Isso porque era preciso ter um bom conhecimento técnico para interagir com uma IA mais avançada.

E foi justamente isso o que o ChatGPT mudou: substituiu os comandos complexos por uma linguagem natural, fazendo com que a IA generativa (focada na geração de conteúdo) se tornasse acessível mesmo para quem nunca havia pensado em utilizá-la.

Neste guia, o InfoMoney relacionou os principais aspectos que você precisa conhecer sobre o tema: como funciona, como utilizar, vantagens, cuidados, entre outros. Continue a leitura e saiba mais.

O que é o ChatGPT?

Tecnicamente, o ChatGPT é um tipo de IA generativa que utiliza o modelo de linguagem LLM (Large Language Model)

Esse modelo é treinado para entender a linguagem humana a partir de grandes volumes de textos. Ou seja, ele recebe os dados, faz o processamento e gera respostas por escrito, em vários idiomas e de acordo com a complexidade do tema. E tudo isso de forma simples, como se, literalmente, o usuário estivesse conversando com alguém.

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Quem criou o ChatGPT?

A criadora do ChatGPT é a OpenAI, empresa de pesquisa e implantação de inteligência artificial fundada em 2015 em San Francisco, EUA.

Desde 2019, Sam Altman é o CEO da OpenAI. Ele substituiu Elon Musk, que saiu da companhia em 2018.

Como funciona o ChatGPT?

O modelo de linguagem LLM do ChatGPT funciona em cima de uma arquitetura chamada Transformers – daí a sigla GPT (Generative Pre-Trained Transformer, ou “transformador pré-treinado generativo”). 

Essa arquitetura possui um mecanismo de atenção, que identifica as partes mais relevantes de um texto para entender o seu significado. E também consegue processar as palavras em paralelo, ao contrário das redes que funcionam por sequência e “esquecem” o início do texto quando ele é muito longo.

Tudo isso acelera a capacidade de processamento do ChatGPT, fazendo com que consiga lidar com um imenso volume de dados de forma eficiente. Para o usuário, o resultado é um texto em linguagem mais humana e coerente com a sua solicitação.

Diferença entre o ChatGPT e outros chatbots

Os chatbots tradicionais funcionam com base em regras e sequências preestabelecidas.

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Para dar uma resposta, eles precisam buscar informações no seu banco de dados, ou seja, não criam respostas novas. E facilmente perdem a linha de raciocínio quando o diálogo se torna longo.

Já o ChatGPT proporciona uma experiência bem mais completa e satisfatória ao usuário. Além de responder em tempo real, ele oferece complementos para a explicação, que podem envolver gráficos, desenhos e outros recursos além da escrita. Como vimos, essa capacidade é consequência do Transformers, que permite à IA prestar atenção em todo o contexto ao mesmo tempo para fornecer a resposta. 

Em outras palavras, é como se o ChatGPT fosse um modelo turbinado em comparação a outros chatbots. E o responsável por isso é a sua arquitetura (o “motor do carro”), que torna a sua linguagem muito mais rápida e capaz de processar com qualidade um volume de informações muito superior ao das tecnologias anteriores.

Versões do ChatGPT e suas diferenças

Desde seu lançamento, o GPT já passou por diversas atualizações, que serviram tanto para corrigir falhas quanto para aprimorar determinadas funcionalidades. 

Embora seja difícil falar sobre tudo o que mudou (pois as modificações foram ocorrendo aos poucos e de forma contínua), podemos comparar os principais aspectos da versões. Veja a seguir:

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GPT-1

O GPT-1, lançado em 2018, foi o primeiro modelo da família, e funcionava de forma semelhante aos chatbots tradicionais. Conseguia gerar frases e textos curtos com algum sentido, mas se perdia frente a diálogos longos e suas respostas eram repetitivas. 

GPT-2

Em 2019, veio o GPT-2, que produzia textos bem mais longos e com linguagem mais natural. A versão até conseguia manter algumas conversas mais longas, mas não por muito tempo, pois começava a “alucinar” (perdia a coerência e passava a inventar).

GPT-3

Porém, foi em 2020 que o desempenho da ferramenta deu o primeiro salto, com o lançamento do GPT-3. As conversas longas continuavam precárias – e com alguns erros factuais – mas a capacidade de resposta melhorou imensamente, tanto no formato (mais convincente na comunicação) quanto na abrangência dos temas.

GPT-3.5

No início de 2022, o GPT-3.5 refinou a versão anterior, e foi a base do ChatGPT lançado meses depois, em novembro do mesmo ano. O modelo melhorou o entendimento de perguntas mais complexas, mas ainda era difícil manter conversas mais longas sem contradições ou alucinações. 

GPT-4

Em 2023, um novo upgrade veio com o GPT-4, agora com capacidade de manter a coerência em conversas longas e de compreender imagens além de textos. Alguns problemas não foram totalmente corrigidos – como informações falsas e lentidão nas respostas em determinados contextos.

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Mesmo assim, foi a partir dessa versão que os usuários passaram a confiar mais na ferramenta e a utilizá-la mais sistematicamente no trabalho e estudo.

GPT-4.5

Em 2024, a OpenAI criou o GPT-4.5, que viria a ser uma versão intermediária entre a anterior e a atual.

Basicamente, o que se viu foi mais equilíbrio entre velocidade e qualidade: o sistema passou a rodar mais rápido e melhorou em relação à clareza e precisão das respostas.

GPT-5

Por fim, em agosto de 2025, foi lançado o GPT-5, que passou a ser multimodal completo. Em outras palavras, ele pode utilizar outros recursos além da escrita, como imagens, áudios e vídeos, dependendo da interação com o usuário.

Segundo a OpenAI, a nova versão evoluiu nas interações de longo prazo (não perde a memória no meio de uma conversa longa) e é menos suscetível a erros. Além disso, consegue dar respostas mais adaptadas ao usuário, pois é possível escolher o tom da resposta ao selecionar um dos quatro tipos de personalidades: cínico, robô, ouvinte e nerd.

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Outra novidade é a escolha do GPT-5 por padrão, pois antes era preciso selecionar manualmente a versão a ser utilizada.

Abaixo, um comparativo (resumido) entre as versões do ChatGPT:

VersãoAnoCaracterísticasPrincipais limitações
GPT-12018– Frases e textos curtos, com algum sentido.– Conversas incoerentes e linguagem repetitiva.
– Utilizado somente para pesquisa.
GPT-22019– Textos mais longos e criativos (histórias e artigos).
– Linguagem mais fluida.
– Se perdia em diálogos longos.
– “Alucinava” quando esquecia o contexto.
GPT-32020– Mais criativo.
– Responde sobre qualquer tema.
– Escreve diferentes formatos de textos (artigos, poemas) e códigos.
– Cometia erros factuais e entrava em contradições.
– Tinha pouca memória para conversas.
GPT-3.52022– Mais rápido, estável e barato do que as versões anteriores.
– Respostas com mais qualidade.
– Foi a base do ChatGPT público.
– Esquecia o que foi dito.
– Continuava se perdendo em conversas mais longas.
GPT-42023– Bem mais preciso.
– Raciocínio lógico superior e melhor compreensão de contextos longos.
– Além do texto, incorporou imagem na linguagem.
– Respostas mais lentas.
– Ainda alucinava.
GPT-4.52024– Mais eficiente e rápido.
– Respostas mais claras e objetivas.
– Ainda não multimodal completo (versão de transição).
GPT-52025– Multimodal completo (texto, imagem, áudio e vídeo).
– Memória maior.
– Respostas mais humanas e naturais.
– Teoricamente, mais seguro em relação às informações.
– Sujeito a erros, mas em escala bem menor em comparação aos antecessores.

(Fonte: OpenAI – GPT-5)

Como usar o ChatGPT?

O primeiro passo é acessar a plataforma da OpenAI pelo site ou app do ChatGPT.

Na tela inicial já é possível interagir com a IA, mas somente quem cria uma conta consegue salvar o histórico de perguntas e respostas.

Para criar a conta, pode-se utilizar o login de contas como Google, Apple ou Microsoft. Concluída essa etapa, já é possível fazer uma pergunta ou pedido à plataforma. Lembrando que a qualidade das respostas dependerá da clareza e do nível de detalhes da pergunta, e que é sempre importante confirmar as informações, pois embora venha se aperfeiçoando ao longo dos anos, o ChatGPT contém falhas, assim como toda IA.

O ChatGPT é gratuito?

Desde que foi criado, o ChatGPT oferece uma versão gratuita, que dá acesso básico à ferramenta e com limites de uso previamente estabelecidos. Para aumentar o limite ou utilizar funcionalidades mais sofisticadas, existem versões pagas, cujos preços variam de acordo com a complexidade das tarefas.

Principais diferenças entre as versões pagas e a gratuíta

A versão gratuita dá acesso ao modelo padrão do GPT-5. Depois dela, vem o Plano Plus, que se diferencia do modelo gratuito principalmente pelo limite, que é consideravelmente maior. 

Depois do Plus, vem o Plano Pro, que oferece acesso ilimitado e mais capacidade de raciocínio para tarefas mais complexas – inclusive, entregando-as mais rápido. 

O Plano Teams é avançado como o Pro, e voltado a equipes com duas pessoas, no mínimo.

Por fim, o Plano Enterprise visa atender organizações maiores (mínimo de 150 usuários) e é negociado diretamente com a OpenAI.

Em 25 de agosto de 2025, os preços das versões do GPT-5 eram os seguintes:

  • Plano Plus: US$ 20
  • Plano Pro: US$ 200
  • Plano Team: US$ 30/mês ou US$ 25/ano por usuário
  • Plano Enterprise: variável conforme as condições do contrato

Vale a pena pagar o ChatGPT?

Depende de como se deseja utilizar a ferramenta. Para Adriano Silveira, fundador da Flap Tecnologia, a resposta é direta:

“Quem pretende utilizar o GPT-5 por lazer ou curiosidade, consegue se virar com a versão gratuita. Já se a ferramenta é para o trabalho ou estudos, o ideal é ter uma versão paga, especialmente por causa do limite de utilização gratuito, que é muito limitado. Para se ter uma ideia, no Plano Plus, que é o mais barato, o limite é imensamente maior do que o da versão gratuita”, diz o especialista.

Vantagens do ChatGPT e cuidados necessários para utilizá-lo

Uma das principais vantagens do ChatGPT é a sua facilidade de uso. Não é preciso ser especialista em tecnologia para interagir com a IA – basta fazer perguntas diretas e bem estruturadas pata que se possa obter um bom resultado.

Outro ponto positivo foi a sua evolução ao longo do tempo, pois as atualizações aumentaram o seu repertório e produtividade. Hoje, o ChatGPT consegue responder temas variados e complexos em linguagem mais simples e com mais velocidade do que fazia inicialmente. E está disponível 24 horas por dia, o que facilita as tarefas.

Por outro lado, é importante reforçar que as suas respostas não estão livres de erros, mesmo depois de todas as atualizações pelas quais passou. As informações geradas pela IA não substituem o olhar e a crítica humana e, por isso, sempre é preciso buscar confirmação desses dados junto a fontes confiáveis.

Existe também um risco legal de não checar o trabalho do GPT, que é o de plágio involuntário. Como explica a própria OpenAI, embora a ferramenta não copie literalmente obras protegidas (como artigos pagos, livros e músicas, por exemplo), ela pode gerar textos semelhantes a elas. É por isso que, além de confirmar as fontes, o usuário deve utilizar as respostas como guia para desenvolver o próprio conteúdo, em vez de transcrevê-las literalmente.