Reclassificação do Plano SP coloca região de Marília na Fase Vermelha e mais 7 regiões na Fase Laranja

Reclassificação estava prevista para a primeira semana de fevereiro, mas foi adiantada após uma piora dos índices da pandemia no estado

Allan Gavioli

Governador João Doria (Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo)

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (15), o governo do estado de São Paulo anunciou que oito regiões do estado regrediram no Plano São Paulo. Esse é o programa de flexibilização de atividades imposto pelo governo do estado desde o início da pandemia.

O Plano São Paulo está condicionado aos índices de novos casos, internações e óbitos por Covid-19 nas regiões do estado e permite a reabertura econômica das regiões de forma gradual. O programa é dividido em cinco fases, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelha) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarela), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul). O programa divide o estado em regiões, e cada uma delas é classificada em uma fase.

A região de Marília, que havia sido colocada na Fase Laranja durante a última atualização, foi a única que regrediu para a Fase Vermelha, a com mais restrições. A taxa de ocupação de leitos de UTI de Marília chegou em 83%, a maior taxa do estado. Já as regiões de Araçatuba, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Taubaté, Bauru e Franca passaram à Fase Laranja de restrições.

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As regiões de Sorocaba e Presidente Prudente continuam na Fase Laranja. As demais regiões do estado seguem na Fase Amarela. As atualizações do Plano SP passam a valer a partir da próxima segunda-feira (18), informou João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo.

A reclassificação do Plano SP, que estava prevista para a primeira semana de fevereiro, foi adiantada pelo administração estadual. A atualização foi antecipada por conta da piora nos indicadores da saúde. Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde, já havia informado anteriormente que antecipações da reclassificação do Plano SP só ocorreriam se houvesse a necessidade de impor medidas mais restritivas, por conta do agravamento de índices da saúde no estado.

(Reprodução)

Desde o início da pandemia, São Paulo já registrou 1,6 milhão de casos e cerca de 49 mil mortos. Na última quinta-feira (14), o estado ultrapassou a marca de 49 mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia, em meio a uma nova alta de casos, óbitos e internações pela doença após as festas de fim de ano.

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Segundo dados da secretária estadual de saúde, a média de mortes diárias por Covid-19 está acima de 200 há seis dias consecutivos. A última vez em que a média de mortes estava tão alta tinha sido no dia 16 de setembro. O valor da média de mortes diárias é 55% maior do que o registrado há 14 dias. “Há um incremento no número de casos em relação à semana anterior. Esse número é similar ao número de casos que registrávamos em agosto, em um dos piores momentos da pandemia no estado. Estamos em alerta de atenção máxima”, disse Gorinchteyn.

Ainda segundo o secretário, as novas internações no estado durante essa semana epidemiológica em janeiro (do dia 10 ao 16) tiveram uma alta de 10% em relação à semana anterior (do dia 3 ao dia 10). “Precisamos relembrar que a segunda onda chegou ao estado de São Paulo e toda a população precisa fazer sua parte”, disse Patrícia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico do estado.

CoronaVac e vacinação em São Paulo

Doria também deu mais alguns detalhes sobre a CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Segundo o governador, 4,5 milhões de doses da CoronaVac, prontas para aplicação imediata, serão enviadas ainda hoje para o Centro de Distribuição Logística do Ministério da Saúde, localizado na cidade de Guarulhos.

“As doses entregues ao Ministério da Saúde serão destinadas a todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal”, disse Doria. O governador ainda explicou que o restante do carregamento fornecido ao Ministério da Saúde, cerca de 1,5 milhão de doses, ficará em São Paulo.

“Seis milhões de doses estão prontas e disponíveis para vacinação. São Paulo tem direito a uma parcela de 20% a 25% dessas doses, que é a parcela que cabe proporcionalmente à população de São Paulo em relação ao Brasil”, explicou o governador. “São doses da vacina que cabem à população de São Paulo”

Vale dizer, porém, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou o uso emergencial do imunizante do Butantan. A previsão é de que a agência reguladora chegue a uma decisão sobre o uso da CoronaVac em reunião neste domingo (17).

“O governo de São Paulo torce, pede e recomenda, dentro do seu limite, que a Anvisa e o Ministério da Saúde adotem vacinas, e não apenas a vacina do Butantan ou da Fiocruz, diante do quadro gravíssimo de saúde pública no país”, completou o governador.

Em seguida, Gorinchteyn confirmou novamente o início da vacinação no estado de São Paulo para o dia 25 de janeiro (confira os detalhes operacionais do Plano Estadual de Vacinação de São Paulo).

Novos critérios de reclassificação

Na antiga atualização do Plano SP, que aconteceu na última sexta-feira (8), o governo paulista tornou a Fase Laranja mais permissiva, por conta dos novos critérios de reclassificação do Plano SP.

Algumas atividades – como salões de beleza, academias e parques, por exemplo – passaram a ser permitidas nessa fase. Confira a atualização dos critérios abaixo:

Atualização dos critérios Como era Como passa a ser
Endurecimento para avançar para a Fase Verde Região precisa alcançar 40 internações e cinco óbitos a cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias Região precisa alcançar 30 internações e três óbitos a cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias
Endurecimento para classificação na Fase Laranja Parâmetro de taxa de ocupação UTI para Fase Laranja: 75% Parâmetro de taxa de ocupação UTI para Fase Laranja: 70%
Mudança dos indicadores de evolução da pandemia Indicadores de variação para casos, óbitos e internações, com parâmetros para todas as fases; indicadores de incidência para casos, internações e óbitos com parâmetros para as fases vermelha, laranja, amarela e verde Indicadores de incidência para internações e óbitos, com parâmetros para fase verde

Doação de respiradores da USP para Manaus

O governo paulista também anunciou que irá enviar 40 respiradores para Manaus. A capital do estado do Amazonas tem sofrido um colapso no seu sistema de saúde, após recorde de internações registradas na cidade.

Doria informou que os respiradores serão fornecidos gratuitamente e ainda explicou que o estado de São Paulo irá oferecer leitos para pacientes do Amazonas que puderem ser transportados para São Paulo.

Os respiradores são desenvolvidos pela Universidade de São Paulo (USP). Marcelo Zuffo, professor e diretor da universidade, explicou que os primeiros equipamentos serão enviados ainda nesta sexta-feira para cinco hospitais manauenses. A previsão é de que todos os respiradores cheguem à região de Manaus até a próxima terça-feira (19).

Doria explicou que o translado dos equipamentos será feito pela companhia aérea Latam.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.