Powell diz que inflação está longe da meta e que juros voltarão a subir caso seja necessário

Política monetária poderá ser ajustada, mas por hora, segue em patamares restritivos, diz o presidente do BC americano

Mitchel Diniz

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O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, voltou a dizer que a inflação nos Estados Unidos continua bem acima da meta e que há um longo caminho para levá-la ao patamar de 2%. Contudo, Powell indicou que o avanço dos preços arrefeceu de alguma forma e que as expectativas “parecem bem ancoradas”.

“O fato de que mantivemos os juros não significa que alcançamos a estância de política monetária que estamos buscando”, afirmou. Powell disse ainda que os membros do comitê foram unânimes em manter a política monetária em patamar restritivo.

O chairman observa que a demanda no mercado de trabalho continua a superar a oferta, mas afirma esperar que o equilíbrio seja alcançado. “O aumento nos salários mostrou algum arrefecimento”, afirmou.

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Powell também destacou que o crescimento da economia americana tem superado as expectativas do Fed e falou sobre a robustez nos gastos dos consumidores. “O crescimento da economia, em patamares acima do esperado, requer juros elevados”.

Segundo Powell, é um bom sinal que a economia esteja crescendo bem apesar dos juros elevados. “Mas se a economia seguir mais forte que o esperado, significa que teremos de trabalhar mais para trazer a inflação para baixo”.

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Por outro lado, reconheceu que os juros elevados estão pesando sobre os investimentos.

Em relação a alta nos preços dos combustíveis, Powell admitiu que este é um fator relevante a ser observado e que pode, sim, impactar a inflação nos Estados Unidos.

“Se os preços de energia subirem e se mantiverem am alta, isso vai afetar o consumo e, consequentemente, as expectativas de inflação”.

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Sobre as projeções dos formuladores de política econômica, divulgadas com a decisão do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), na tarde de hoje, Powell afirmou que elas não são um plano e que a política monetária poderá ser ajustada conforme o apropriado. Por hora, essa política se mantém em patamares restritivos.

Como de costume, o chairman afirmou que as decisões sobre juros serão tomadas “reunião a reunião” e que novas altas poderão ocorrer, se assim for necessário. “Vamos manter patamar restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está caminhando para 2%”, disse.

O presidente do Federal Reserve participa agora de coletiva com jornalistas sobre a decisão do Fomc em manter os juros nos EUA entre 5,25% e 5,50% ao ano.

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Apesar de manter os juros inalterados, as projeções que acompanham a decisão apontam que os diretores do Fed veem os juros entre 5,5% e 5,75% até o final do ano. Também deram sinal de que estão vendo uma manutenção de uma política de aperto em 2024.

As projeções trimestrais do Fed, divulgadas hoje, mostram que os juros da economia americana só devem começar a cair no ano que vem, porém em menos intensidade do que o previsto anteriormente. Se no último mês de junho os diretores viam um corte de meio ponto percentual, agora projetam uma queda de apenas 0,25 ponto no período.

“As decisões que tomaramos nas duas últimas reuniões deste ano vão depender totalmente de dados”, afirmou Powell. “Nunca tive a intenção de sinalizar um prazo para início de corte de juros. Chegará um momento, em algum ponto, que será apropriado fazer cortes”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados