Em meio à especulação sobre fase roxa, SP deve anunciar mais restrições para conter pandemia nesta quarta

Mais restrições devem ser impostas; horários de funcionamento de serviços essenciais, como postos de gasolina, padarias e supermercados, podem ser reduzidos

Giovanna Sutto

Atividade turística foi um dos destaques dos serviços no semestre em São Paulo (Alexandre Schneider/Getty Images)

Publicidade

SÃO PAULO – O governo do estado de São Paulo estaria avaliando a possibilidade de decretar uma nova fase roxa na tentativa de conter o avanço da pandemia. A ideia é que essa nova etapa do Plano SP, programa de controle da pandemia imposto pelo governo estadual, seja ainda mais restritiva que a atual, a vermelha, segundo informações da rádio CBN.

A fase roxa pode ser anunciada entre esta quarta (10) e sexta-feira (12) e, de acordo com a rádio, poderia começar a valer a partir do próximo sábado (13).  Há uma coletiva marcada para às 12h45 desta quarta.

Porém, segundo a Folha de S. Paulo, o governo não deve decretar uma nova fase, mas apenas anunciar medidas restritivas mais rígidas dado o avanço da pandemia.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Entre as medidas possíveis, os horários de funcionamento dos serviços essenciais devem ser reduzidos, como de padarias, supermercados e postos de gasolina, incluindo também a suspensão de eventos esportivos, como o campeonato paulista de futebol, e religiosos.

Outra possibilidade avaliada pelo governo é a suspensão das atividades presenciais em escolas, segundo o G1. Os espaços educacionais seriam utilizados para a criação de hospitais de campanha. O primeiro deles seria na comunidade de Heliópolis, de acordo com a CBN.

Diante da piora da pandemia no estado, o governo entende que não há tempo hábil para a construção de tendas, como aconteceu no início da pandemia.

Continua depois da publicidade

São Paulo está com ocupação média de 81% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e 32 municípios já têm ocupação total. Segundo um levantamento do G1, cerca de 30 pessoas morreram no estado na fila de espera em hospitais nos últimos dias.

Nesta terça-feira (9), a média diária de mortes no estado foi de 298 óbitos, recorde pelo segundo dia seguido.

Todo o estado está na fase vermelha desde o último sábado (6), que deve se estender até 19 de março. Outra medida que entrou em vigor na mesma data foi a antecipação do chamado “toque de restrição” para 20h (até então era a partir das 23h), com o objetivo de evitar aglomerações e festas noturnas.

Regiões na Fase Vermelha devem fechar todo o comércio e manter em funcionamento apenas serviços considerados essenciais, como abastecimento e logística, comunicação social, construção civil, educação, farmácias e hospitais, mercados e padarias, postos de combustíveis, transporte coletivo e segurança pública. Restaurantes podem operar no formato de delivery.

Na última coletiva, em 3 de março, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, afirmou que as duas semanas seguintes (até o dia 19 deste mês) seriam as piores da pandemia de Covid-19 no estado.

“Estamos à beira de um colapso na saúde, em São Paulo e no Brasil. (…) Não é só o problema de um governo negacionista, mas também de parte da população, que se expõe desnecessariamente ao risco de perder sua vida e estimular que outras pessoas a percam também”, afirmou Doria durante a coletiva.

Impactos sobre os negócios

Em reportagem anteriormente publicada pelo InfoMoney, entidades que representam donos de pequenas empresas manifestaram preocupação com a sobrevivência de seus negócios.

Percival Maricato, presidente do conselho estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), afirmou que o setor de bares e restaurantes vai ser especialmente prejudicado pelo recrudescimento da pandemia.

“Milhares de estabelecimentos foram exterminados. Os empreendedores vêm enfrentando problemas desde o início da pandemia e estão totalmente fragilizados. Eles já aplicaram as alternativas que tinham em mãos: negociaram com os fornecedores, pegaram empréstimos de bancos, tentaram reduzir preços, utilizaram a suspensão de salário no início da pandemia quando tinham a opção. Agora, o que sobra é a preocupação: muitos estão endividados e sem um novo auxílio podem ter que fechar”, afirma.

Estagnado em sua profissão? Série gratuita do InfoMoney mostra como você pode se tornar um Analista de Ações em 2021. Clique aqui para se inscrever.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.