Estado de SP entra na Fase Vermelha neste sábado, com recorde em internações e ocupação de leitos para Covid-19

A Fase Vermelha é a mais restritiva do Plano São Paulo, programa de controle da pandemia imposto pelo governo estadual

Mariana Fonseca

Atividade turística foi um dos destaques dos serviços no semestre em São Paulo (Alexandre Schneider/Getty Images)

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SÃO PAULO – Todo o estado de São Paulo entrará em Fase Vermelha a partir do próximo sábado (6). A decisão foi motivada pelo aumento de casos, internações e mortes por Covid-19 e anunciada em coletiva realizada nesta quarta-feira (3) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

A Fase Vermelha no estado deve durar 14 dias, entre os dias 6 e 19 de março.

Regiões na Fase Vermelha devem fechar todo o comércio e manter em funcionamento apenas serviços considerados essenciais, como abastecimento e logística, comunicação social, construção civil, educação, farmácias e hospitais, mercados e padarias, postos de combustíveis, transporte coletivo e segurança pública. Restaurantes podem operar no formato de delivery.

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A Fase Vermelha é a fase mais restritiva imposta pelo Plano São Paulo, programa de controle da pandemia imposto pelo governo estadual, que condiciona a reabertura econômica aos índices de novos casos, internações e óbitos por Covid-19 nas regiões do estado.

O Plano SP divide o estado em regiões e cada uma delas é classificada em uma fase. São cinco, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelha) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarela), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul).

Antes do anúncio desta quarta, apenas as regiões de Araraquara, Bauru, Barretos, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Marília estavam na Fase Vermelha. Campinas também amanheceu neste dia 3 na Fase Vermelha, por decreto da própria prefeitura municipal.

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Segundo João Doria (PSDB), governador de São Paulo, as próximas duas semanas serão as piores da pandemia de Covid-19 no estado.

“Estamos à beira de um colapso na saúde, em São Paulo e no Brasil. (…) Não é só o problema de um governo negacionista, mas também de parte da população, que se expõe desnecessariamente ao risco de perder sua vida e estimular que outras pessoas a percam também”, afirmou Doria.

“O objetivo é reduzir a velocidade de transmissão do vírus. São medidas duras e que requerem a participação de toda a sociedade”, completou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19.

Aumento na ocupação de leitos hospitalares

O estado de São Paulo registrou na terça-feira (2) seu recorde de mortes pela Covid-19. Foram 468 óbitos registrados em 24 horas por conta da doença.

O estado também atingiu na terça mais um recorde de ocupação de leitos hospitalares para tratamento da Covid-19, com 75,3% de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTI). Na cidade de São Paulo, o percentual é de 76,7%.

São 7.415 pessoas internadas em UTI por conta da Covid-19, alta de 18,6% em relação ao pico da primeira onda (6.250). Na segunda-feira da semana passada (22), 6.410 pacientes ocupavam tais leitos de UTI.

A média de internações diárias está em 100 pacientes nos últimos dez dias, ressalta Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde.

O número de internações nesta semana epidemiológica superou em 4,8% o visto na semana epidemiológica anterior, que já tinha registrado alta de 18% na comparação semanal. Vale lembrar que a atual semana epidemiológica começou apenas três dias atrás.

O secretário repetiu uma informação dada na coletiva na última segunda-feira (1º): na primeira onda, mais de 80% dos pacientes internados eram idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas (comorbidades). Nesta segunda onda, cerca de 60% dos internados são jovens entre 30 e 50 anos de idade. Muitos não têm doenças prévias.

“O aumento de pessoas internadas é superior ao de novas internações. Internamos pessoas de faixa etária mais baixa, que conseguem resistir mais ao vírus. Por consequência, ficam mais tempo internadas. Os leitos não rodam na mesma velocidade de antes, acumulando pacientes. É um fenômeno que ocorre não só em São Paulo, mas em todo o Brasil. Isso está levando ao colapso na saúde”, afirmou Gorinchteyn.

São Paulo abrirá 500 novos leitos para Covid-19, sendo 339 deles de UTIs. Tais leitos serão ativados a partir da próxima segunda-feira (8) e representam alta de 143% na oferta de UTIs para Covid-19, segundo Gorinchteyn. O estado de São Paulo chegará a 8.839 unidades de terapia intensiva no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vacinação contra Covid-19 em São Paulo

O governo paulista iniciou sua campanha de imunização no dia 17 de janeiro, vacinando primeiro trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas. Segundo Doria, a primeira dose já foi aplicada em todos os indígenas e quilombolas do estado.

Depois dos idosos com 90 anos de idade ou mais e dos idosos com 85 anos de idade ou mais, os idosos entre 80 e 84 anos foram vacinados no último sábado (27).

Nesta quarta, o estado começou a imunizar a população com 77 a 79 anos de idade. Segundo informações do estado, essa quinta fase de vacinação estima imunizar 430 mil pessoas.

Segundo os últimos números do Vacinômetro, ferramenta digital desenvolvida em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) que permite acompanhar em tempo real o número vacinas aplicadas no estado, 2,714 milhões de pessoas já foram imunizadas até as 13h15 desta quarta-feira. 2.087.708 receberam apenas a primeira dose, enquanto 626.939 já receberam a segunda aplicação.

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Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.