123 Milhas suspende serviços operados pela HotMilhas, e amplia crise

Ao entrar em site da subsidiária, consumidor encontra mensagem que avisa sobre suspensão da operação

Equipe InfoMoney

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A 123 Milhas suspendeu a operação da HotMilhas, empresa que integra o grupo, responsável por negociar compras de milhas, na esteira da pior crise que a companhia já entrentou após o cancelamento de viagens entre setembro e dezembro deste ano.

Nesta segunda-feira (28), ao entrar no site da subsidiária, que também é mineira, o consumidor encontra a seguinte mensagem:  “Atenção! As compras de milhas estão temporariamente suspensas” e nenhum outro recurso está ativo dentro da página.

Veja o que aparece:

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(Reprodução/Site HotMilhas)

Pelas redes sociais, usuários disseram que há alguns dias a HotMilhas não estaria cumprindo os prazos de pagamentos por milhas vendidas por meio de seu site.

Veja esse exemplo:

Outro exemplo mais recente:

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https://twitter.com/Gabriel76712163/status/1696220025651138607

O InfoMoney entrou em contato com a 123 Milhas e pediu um posicionamento sobre o problema. Em nota, a Hotmilhas informa que, “por conta de uma forte queda das vendas de sua controladora, a 123milhas, atrasou o pagamento a clientes previsto para 25 de agosto e suspendeu temporariamente o serviço de compra de milhas em sua plataforma.”

Ainda, a empresa diz que “está fazendo todos os esforços possíveis para regularizar a situação e honrar os compromissos firmados. A Hotmilhas é referência no mercado e espera contar com a confiança de seus clientes para superar essa situação.”

Outra empresa do grupo, a MaxMilhas ainda segue em operação.

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O que aconteceu?

A 123Milhas anunciou recentemente a suspensão de pedidos da linha Promo, com datas flexíveis, que tinham embarque previsto entre setembro e dezembro deste ano.

A agência afirma que os valores serão devolvidos integralmente aos clientes afetados pela medida, em “vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI, acima da inflação e dos juros de mercado”.

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voucher é a única opção oferecida pela empresa para realizar o reembolso, o que não segue o que é estabelecido no Código de Defesa do Consumidor.

Clientes também reclamam que o valor total de reembolso é dividido em mais de um voucher e que a empresa impede o uso de mais de um desses cupons em uma única compra.

Além de ser notificada pelo Procon-SP, a 123Milhas se tornou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, que aprovou, na quarta-feira (23), a quebra de sigilo fiscal e bancário da 123Milhas e de seus sócios, além da convocação dos sócios-administradores para prestar esclarecimentos.

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O Ministério Público de São Paulo também abriu um inquérito civil para investigar a agência de viagens por “dificultar o reembolso de viagens canceladas”.

A apuração se debruça sobre suposta “prática abusiva” da plataforma e foi deflagrada após o recebimento de informações sobre mais de 15 mil reclamações feitas ao Procon e ao Reclame Aqui sobre o reembolso e o cancelamento de passagens.

O Ministério do Turismo também suspendeu a agência de viagens do Cadastur, um programa que facilita a obtenção de empréstimos e financiamentos no setor.

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Também foi anunciado que, junto com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, o órgão investiga as condições da 123Milhas e o modelo de negócio da agência, executado por empresas similares.

Depois disso, nesta segunda (28), a Senacon anunciou que está avaliando a abertura de um processo administrativo e até mesmo a aplicação de multa contra a 123 Milhas caso a empresa não devolva o dinheiro de consumidores afetados pela suspensão de pacotes de viagens já pagos.

Se confirmada, a multa pode chegar a R$ 13 milhões.