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SÃO PAULO – Se depender das primeiras horas deste novo semestre, podemos esperar mais uma época de forte instabilidade política: a pesquisa CNI/Ibope mostrou mais uma queda nos já tão baixos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff, chegando a 9%, enquanto os que avaliam o governo como “ruim ou péssimo” subiu para 68%. Mas o que vimos também neste 1º dia de julho foi um pouco de “perda de noção” por parte de alguns revoltados com a presidente.
Começou a circular nesta quarta-feira (1) na internet imagens de carros com adesivos colados na entrada do tanque de gasolina, onde a presidente aparece de pernas abertas, com a entrada do tanque de gasolina ficando entre suas pernas – na prática: a ideia do adesivo é mostrar Dilma Rousseff sendo penetrada sexualmente pela mangueira de combustível (não, você não leu errado, é isso mesmo).
A imagem abaixo fala por si. O tal “protesto” teria como motivo o preço da gasolina nos postos, que vem aumentando gradualmente ao longo do ano e começou a pegar pesado no bolso do consumidor. A revolta com o aumento dos preços é algo extremamente justificável, mas a questão é: o quanto isso é “legal” – tanto no sentido criminal quanto na qualidade do ato.
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No primeiro sentido do legal, já vemos que existe um certo receio no ar. Uma pesquisa no Google mostra um anúncio no Mercado Livre vendendo os adesivos por R$ 34,90 (observação do autor: e a gasolina que está cara?). Contudo, o anúncio já foi retirado pela própria administradora do site, pelo fato do conteúdo poder configurar difamação, conforme previsto no artigo 140 da Lei do Código Penal: ‘Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro’. “Desta forma, a denúncia foi aceita, pois o anúncio realizado está contrário aos Termos e Condições de Uso do MercadoLivre e foi retirado do ar”, informou a empresa, em nota.
Já no sentido da aceitação pública, uma pesquisa rápida em redes sociais como Facebook e Twitter mostra que o “protesto” não foi bem vindo até mesmo por aqueles reprovam o governo Dilma. Duas questões que ficam no ar com este episódio: até que ponto a liberdade de expressão pode ir sem se tornar crime? E será que o brasileiro realmente “perdeu a noção” do que é certo e errado na hora de protestar?