Adesivo com Dilma sendo “penetrada” por bomba levanta a questão: isso é protesto?

Começou a circular na internet imagens de carros com adesivos colados na entrada do tanque de gasolina, onde a presidente aparece de pernas abertas, com a entrada do tanque de gasolina ficando entre suas pernas
Por  Thiago Salomão
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SÃO PAULO – Se depender das primeiras horas deste novo semestre, podemos esperar mais uma época de forte instabilidade política: a pesquisa CNI/Ibope mostrou mais uma queda nos já tão baixos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff, chegando a 9%, enquanto os que avaliam o governo como “ruim ou péssimo” subiu para 68%. Mas o que vimos também neste 1º dia de julho foi um pouco de “perda de noção” por parte de alguns revoltados com a presidente.

Começou a circular nesta quarta-feira (1) na internet imagens de carros com adesivos colados na entrada do tanque de gasolina, onde a presidente aparece de pernas abertas, com a entrada do tanque de gasolina ficando entre suas pernas – na prática: a ideia do adesivo é mostrar Dilma Rousseff sendo penetrada sexualmente pela mangueira de combustível (não, você não leu errado, é isso mesmo).

A imagem abaixo fala por si. O tal “protesto” teria como motivo o preço da gasolina nos postos, que vem aumentando gradualmente ao longo do ano e começou a pegar pesado no bolso do consumidor. A revolta com o aumento dos preços é algo extremamente justificável, mas a questão é: o quanto isso é “legal” – tanto no sentido criminal quanto na qualidade do ato.

No primeiro sentido do legal, já vemos que existe um certo receio no ar. Uma pesquisa no Google mostra um anúncio no Mercado Livre vendendo os adesivos por R$ 34,90 (observação do autor: e a gasolina que está cara?). Contudo, o anúncio já foi retirado pela própria administradora do site, pelo fato do conteúdo poder configurar difamação, conforme previsto no artigo 140 da Lei do Código Penal: ‘Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro’. “Desta forma, a denúncia foi aceita, pois o anúncio realizado está contrário aos Termos e Condições de Uso do MercadoLivre e foi retirado do ar”, informou a empresa, em nota.

Já no sentido da aceitação pública, uma pesquisa rápida em redes sociais como Facebook e Twitter mostra que o “protesto” não foi bem vindo até mesmo por aqueles reprovam o governo Dilma. Duas questões que ficam no ar com este episódio: até que ponto a liberdade de expressão pode ir sem se tornar crime? E será que o brasileiro realmente “perdeu a noção” do que é certo e errado na hora de protestar?

Thiago Salomão Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers

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