Relatório final do Orçamento de 2012 não prevê aumento real para aposentados

Texto apresentado nesta terça mantém apenas aumento para recompor inflação, mas relator não descarta novas negociações

Welington Vital

Publicidade

SÃO PAULO – O relatório final da proposta de Orçamento de 2012, entregue nesta segunda-feira (19), não prevê recursos para o reajuste real das aposentadorias e pensões do INSS. Com isso, os aposentados deverão receber apenas a reposição da inflação deste ano.

O relatório também não traz recursos para o aumento reivindicado pelos servidores do Poder Judiciário e do MPU (Ministério Público da União), bem como pelos juízes e procuradores da União.

De acordo com a Agência Câmara, a concessão de todos estes reajustes, cuja soma chegaria a R$ 20 bilhões, era um do pontos mais controversos da proposta orçamentária deste ano. Para os servidores, o único reajuste que o projeto contempla já estava previsto no texto enviado pelo Executivo.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O reajuste irá beneficiar 937,7 mil servidores do governo federal, divididos em diversas categorias, todas descritas no projeto de lei 2203/11, em tramitação na Câmara. O impacto desse reajuste é de R$ 1,65 bilhão em 2012.

Negociações
Segundo o deputado Arlindo Chinaglia, relator-geral do projeto, não houve acordo nas negociações do governo com o Judiciários e o MPU, que ele mediou. Também não houve aprovação do Executivo para os ganhos reais para os aposentados do INSS que recebem acima do mínimo.

Para o parlamentar, a principal dificuldade foi conciliar a demanda por reajustes com a manutenção da estabilidade fiscal, em um quadro de incerteza econômica.

Continua depois da publicidade

Ainda segundo Chinaglia, apesar do parecer sair sem a verba necessária para os aumentos, o processo ainda não se encerrou e as negociações podem continuar.

O parecer final será votado na próxima quarta-feira (21). Caso os aumentos sejam aprovados, os recursos terão de sair das áreas priorizadas pelo relator geral e que estão elencadas no parecer preliminar aprovado em novembro.

Áreas priorizadas
Entre as áreas priorizadas, que poderão perder a dotação, estão a Lei Kandir, que recebeu R$ 3,4 bilhões, o Plano Brasil sem Miséria, contemplado com R$ 1 bilhão a mais por Chinaglia, e as ações de apoio aos pequenos e médios produtores rurais, que foram ampliadas em R$ 200 milhões.

Segundo a Agência Senado, o relatório também garante R$ 6 bilhões a mais ao Ministério da Saúde, cuja participação passou para R$ 92,1 bilhões.

Foram reservados ainda R$ 2,2 bilhões para corrigir o salário mínimo para R$ 622,71 e R$ 3 bilhões para recomposição de cortes em programas de fornecimento de água no Nordeste e de manutenção de estradas.