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Mulheres abandonam medo de errar e fazem carreira no day trade

Elas interagem em grupos, participam de salas virtuais e mostram aptidões e habilidades que as destacam no mercado

Augusto Diniz

Ariane Campolim, Ivy Hypólito e Pam Semezzato são traders. Imagem: Divulgação/ Arte: Léo Albertino

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Foi-se o tempo em que as mulheres ficavam numa sala solitária, fazendo suas apostas no mercado financeiro. Hoje elas interagem em grupos, participam de salas virtuais e mostram aptidões e habilidades que as destacam no segmento.

“Quase não tinha mulher quando comecei. Está aumentando a cada ano, mas perto do que a gente gostaria ainda é pouco”, afirma Ivy Hypólito, trader profissional.

Ivy começou há 13 anos como swing trader e depois passou a atuar como day trader. Um ano e meio atrás largou a vida de operadora solitária e se integrou ao time da XP como influencer, tornando-se também apresentadora do programa GainDelas.

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Bate o medo de dar errado

A trader conta que a reação é ainda de surpresa quando descobrem que opera no mercado financeiro. E diz que a atividade foi transformadora para ela.

“Foi o que me deu mais possibilidade de me conhecer em todos os meus lados. O trade mexe com as emoções, capacidade mental, disciplina. Me fez conhecer os limites, como lidar com a ansiedade, a paciência, como perceber as coisas de forma diferente”, relata.

Pam Semezzato, analista CNPI da Clear, ressalta a importância da educação financeira e exemplifica com seu próprio caso. Ela aprendeu a cuidar melhor das finanças nos três anos que viveu na Austrália, onde não tinha acesso a cartão de crédito nem a limite especial em banco.

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“Ligo a educação financeira com gerenciamento de risco das operações, que para mim foi a chave para entender o que acontecia no mercado”, afirma ela, que passou a atuar com day trade quando retornou da Oceania, em 2017.

“Eu analisava e não fazia a operação por medo de dar errado. O gerenciamento de risco me ajudou porque aprendi a confiar o que tinha pré-programado na minha cabeça, na minha planilha. Me ajudou a aceitar para tomar aquele risco”, complementa.

Trader Ivy Hypólito. Foto: divulgação, Arte: Léo Albertino

“Delay” até começar a ganhar dinheiro

Ariane Campolim entrou no trade em 2014 e somente quatro anos depois a atividade se tornou lucrativa na sua vida.

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“O primeiro passo é se inteirar no assunto, ter curiosidade, consumir material gratuito e depois partir para etapa de investimentos”, explica. “A atividade tem um tripé importante que é a técnica, o gerenciamento e o emocional. E nenhum é mais que o outro”.

Ela, que é atualmente influencer da XP, vê que muitas mulheres têm se aproximado do trade por conta da facilidade de se trabalhar em casa, em algumas horas do dia, sem comprometer tanto os cuidados com a família e consigo mesmas.

“A maioria vem para o trade por ser mãe, já que consegue manter o tempo com o filho, em casa”, afirma.

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Pam conhece bem essa rotina: sua vida mudou depois que teve um filho. E sugere às mães traders que se o dia apertar porque o filho adoeceu ou não dormiu direito, afetando sua atividade, o melhor é evitar operar no mercado financeiro.

“Se você está com alguma situação atípica na sua vida pessoal naquele momento, só acompanha o mercado sem a pressão de fazer a operação em si”, ensina.

Pam elogia as mulheres que estão começando a descobrir a capacidade delas nessa área. “Na sala (virtual no canal do YouTube da Clear) tem muita mulher, cada uma com seu perfil operacional, cada um com seu jeito de operar. Tem mãe, pessoas que só trabalham com trade. Vejo que cada vez mais esse número de pessoas na sala vem aumentando. É uma questão de tempo ter um equilíbrio (em relação ao homens)”, pontua.

Trader Ariane Campolim. Foto: divulgação, Arte: Léo Albertino

Paciência é fundamental

A influencer Ivy Hypólito exalta o fato das mulheres se unirem para conhecer o mercado. “Vejo de diferencial a união que existe entre elas, quando estão dentro do mercado. Eu gosto bastante. Antigamente era mais solitário. Hoje elas fazem grupos trocando conhecimento, questão técnica, operacional. É uma rede de apoio, fortalecendo. Por muito tempo isso foi um mercado fechado”, analisa.

“Cheguei a ter uma turma só de homens, mas nas últimas havia mais mulheres do que homens”, diz Ariane, que volta e meia oferece curso de trade. “O homem tende a ser arrojado demais e a mulher, cautelosa demais, com medo de fazer a operação, de tentar. Tem de buscar o equilíbrio”, acrescenta.

Por outro lado, Ariane elogia o fato de elas gerenciarem melhor a operação, além da paciência, considerada fundamental. “As mulheres respeitam mais o tempo”, define.

Pam concorda com a colega e vê as mulheres mais cautelosas do que os homens na tomada de risco. “Tem que se permitir passar pelo processo de aprendizado, pelo processo de colocar em prática, descobrir as fraquezas, pela fase de perda, fase de zero a zero e pela fase de ganho”, assinala.

“Elas sabem também quando têm que parar. A grande maioria das mulheres desliga tudo e sai de frente da tela [do computador]. Isso é algo difícil de fazer, mas vejo muitas mulheres sendo disciplinadas nesse sentido”, complementa.

Trader Pam Semezzato. Foto: divulgação, Arte: Léo Albertino

Dedicação e foco

Ivy destaca também a disciplina. “Vejo as mulheres muito dedicadas. Não que os homens não sejam, mas elas chegam determinadas e muito focadas. E elas querem que isso dê muito certo, dispostas a aprender”, diz.

Outro fator importante: tem a dimensão dos desafios. “A maioria entra sabendo que envolve um risco potencial, então elas seguem muito o gerenciamento de risco. Elas são mais centradas em seguir o plano de trade”, ressalta.

Para a influencer, existe muito espaço para as mulheres crescerem na área. “É nosso trabalho fazer as mulheres se sentirem mais acolhidas, o que antes não sentiam”.

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