4 ações disparam mais de 10%, Petrobras cai pelo 6° pregão e bancos sobem

Confira os principais destaques do pregão desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força nos minutos finais e conseguiu encerrar o pregão em leve alta de 0,13%, a 46.649 pontos, depois de ter caído mais de 1% na mínima do dia. 

O índice foi puxado principalmente pelas ações dos bancos e Ambev, que viraram nesta tarde, deixando dias de queda para trás, além da Vale, que depois de bater mínima em nove anos ontem, registrou ganhos de mais de 2% hoje. Por sua vez, a Petrobras, que até tentou driblar a maré ruim na Bolsa nesta manhã, fechou na sua sexta queda consecutiva. 

Na liderança do Ibovespa, apareceram as ações da Souza Cruz, que dispararam mais de 12% após novidades sobre a OPA da companhia, seguidas pelos papéis da Oi, que subiram 15,90% depois de bater mínima histórica na véspera. Além dessas, mais duas ações que subiram mais de 10% hoje – Rossi e Positivo – entraram no radar. 

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Confira os destaques do pregão desta quinta-feira (20):

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 26,41, +12,82%)
As ações da Souza Cruz dispararam após informar que a British American Tobaco Americas (BAT) aumentou do preço da OPA (Oferta Pública de Aquisição) de R$ 26,12 para R$ 27,62 por ação. Considerando o fechamento de quarta-feira, o novo preço dá um upside (potencial de valorização) no papel de 19%. 

A BAT informou também que a Aberdeen Asset, detentores de aproximadamente 4,5% do total de ações de emissão, ou 18,3% do total de ações em circulação da companhia, se comprometeu a aceitar a oferta após novo preço.

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Bancos 
Os bancos viraram para alta com investidores buscando “pechinchas” na Bolsa depois de dias de fortes quedas. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,48, +0,76%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,27, +1,08%; BBDC4, R$ 23,45, -0,64%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,60, +1,03%) são negociados nos níveis de março de 2014. O movimento negativo nos últimos dias foi visto em meio à expectativa de aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 23%, contra 20% anteriormente. 

No caso do BB trazia pressão ainda a assinatura nesta manhã de acordo para dar apoio ao setor automotivo, envolvendo 26 empresas âncoras. O banco também dará suporte a outros setores, em uma medida que prevê desembolso total de R$ 9 bilhões. Como medida para evitar o agravamento da crise, o governo orientou ontem os bancos públicos a liberar crédito mais barato para as empresas das cadeias produtivas de diversos setores da economia. 

Segundo a Elite Corretora, a medida é péssima para a imagem do banco, que atrela mais uma vez seu objetivo com o de aquecer a economia. O governo está, novamente, usando empresas onde é controlador para fazer política, além de reutilizar a técnica já falida de ajudar setores “favorecidos”. 

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Vale (VALE3, R$ 17,18, +2,02%; VALE5, R$ 13,78, +2,23%)
As ações Vale subiram hoje após atingirem na véspera o menor patamar dos últimos nove anos, mesmo com a queda do minério de ferro nesta sessão. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,03, +3,79%), holding que detém participação na mineradora. 

Petrobras (PETR3, R$ 9,73, -0,41%; PETR4, R$ 8,69, -1,14%)
As ações da Petrobras registraram sua sexta queda seguida, com os papéis preferenciais na mínima desde 16 de março. O movimento acompanhou a queda do preço do petróleo no mercado internacional, com o Brent marcando baixa de 2,06%, a US$ 46,19 o barril.

Elétricas
O governo se dispôs nesta semana a reconhecer e compensar o atual rombo das geradoras de energia referente ao risco hidrológico, por meio da Medida Provisória 688 publicada na véspera. Embora aguardado com grande expectativa do mercado e, num primeiro momento gerado uma reação positivo, dúvidas sobre como se dará essa compensação acabaram pesando e o reflexo foi de queda na Bolsa na véspera.

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Apesar da apreensão, nesta sessão os papéis do setor registraram ganhos, após queda na véspera. Cemig (CMIG4, R$ 9,05, +2,03%), Copel (CPLE6, R$ 31,77, +0,54%) e Cesp (CESP6, R$ 18,13, +3,30%) avançaram. 

A questão agora é saber como se dará essa compensação e qual o peso das contrapartidas exigidas para travar o risco incorrido na geração de energia abaixo do previsto em contrato. O BTG Pactual lembrou, em relatório, que o governo não está (corretamente) dando um “almoço grátis” às geradoras, já que quem aceitar a proposta terá que pagar um “prêmio de risco”, espécie de seguro, para a conta de bandeira tarifárias, e contratar energia reserva – por meio de fonte solar, eólica ou térmica de baixo custo – para fazer um colchão para tempos de seca. O banco comenta, no entanto, que ainda aguarda uma nota técnica da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para começar a fazer as contas.

JBS (JBSS3, R$ 14,66, +0,48%)
As ações da JBS opera em alta após recuar nos últimos pregões após sua subsidiária fazer proposta para aquisição na Nova Zelândia. A JBS Austrália ofereceu 1,39 dólar neozelandês por ação da Scott Technology, em um investimento equivalente a US$ 42 milhões aproximadamente de seu valor de mercado. A oferta é para adquirir uma parcela de 50,1% das ações da companhia de robótica, que fornece serviços de tecnologia para diversos setores, incluindo processamento de carnes e alimentos. 

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Rossi (RSID3, R$ 0,73, +14,06%)
Segundo a Folha de S. Paulo, a Rossi, uma das maiores incorporadoras do País, iniciou processo de reestruturação para tentar engordar caixa e enfrentar o mau humor da construção. Endividada, a empresa planeja vender edifícios inteiros que estejam prontos ou em construção avançada, depois de ver seu caixa atingir R$ 300 milhões no final de junho, o que daria para fazer frente aos compromissos até o primeiro trimestre de 2016. 

Além disso, a companhia informou a renúncia de Luiz Carlos Di Sessa Filippettio ao cargo de membro de seu conselho de administração.

Positivo (POSI3, R$ 2,00, +10,50%)
As ações da Positivo dispararam nesta manhã após notícia que passará a fabricar e vender notebooks da marca Vaio no Brasil, em uma operação conjunta com a Vaio Corporation. Segundo a companhia, essa é a primeira parceria internacional nesse formato anunciada pela Vaio. 

Saraiva (SLED4, R$ 3,10, 0,0%)
As ações da Saraiva fecharam estáveis depois de disparar no intraday. O movimento ocorre após derrocada na Bolsa, que levaram os papéis a renovarem na terça-feira menor patamar desde 2000. Desde o topo deste ano, registrado em junho, até hoje, as ações acumulam perdas de cerca de 50%. Essa alta nos últimos dois pregões, no entanto, ocorrem sem nenhum motivo aparente no mercado.

Educacionais
Após subirem fortes com os resultados do segundo trimestre, especialmente a Kroton, as companhias educacionais voltam a cair na Bolsa, ficando nesta quinta-feira entre as maiores perdas da sessão. Dentro do Ibovespa, Kroton (KROT3, R$ 9,67, -1,63%) e Estácio (ESTC3, R$ 12,27, -2,54%) fecharam no negativo, enquanto fora do índice a Anima (ANIM3, R$ 13,54, -1,88%) também recuam.