Mercado aposta que Petrobras distribuirá dividendos extraordinários até o fim do ano

Segundo pesquisa Genial/Quaest, avaliação quase unânime no mercado é que estatal errou na decisão de não distribuir os proventos adicionais

Marcos Mortari

Edifício da Petrobras (Shutterstock)

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A polêmica decisão da Petrobras (PETR3;PETR4) de pagar dividendos mínimos, e não distribuir proventos extraordinários referentes aos resultados de 2023, gerou avaliação contrária quase unânime de agentes do mercado financeiro, mas muitos apostam que ela ainda poderá ser revista.

É o que mostra pesquisa Genial/Quaest feita com economistas, gestores e analistas, divulgada nesta quarta-feira (20).

Segundo o levantamento, realizado entre os dias 14 e 19 de março, 97% dos economistas, gestores e analistas entrevistados consideram errado o movimento da companhia, ao passo que apenas 3% avaliam que a estatal acertou no episódio.

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Há duas semanas, quando divulgou seus resultados referentes ao exercício do quarto trimestre de 2023, a Petrobras informou o mercado que seu conselho de administração autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO) de proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões − valor estabelecido pela política de remuneração da companhia, sem pagamentos extraordinários, e que equivale ao piso de 45% do fluxo de caixa livre da empresa.

No pregão que seguiu a notícia, as ações da estatal caíram cerca de 10%, o que levou a uma perda de valor de mercado de R$ 52,3 bilhões − passando de R$ 533,1 bilhões de valor para R$ 480,8 bilhões, conforme dados ajustados pela B3.

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A pesquisa Genial/Quaest mostrou, ainda, que 52% dos agentes de mercado entrevistados acreditam que a Petrobras vai fazer a distribuição dos dividendos extraordinários retidos em algum momento até o final do ano.

Outros 29% esperam que a companhia transforme os recursos em investimentos − movimento que envolve empecilhos técnicos. Vale destacar que, no momento, a companhia nega a existência de qualquer estudo para a criação de um novo fundo de reserva para receber dividendos extraordinários com foco em investimentos futuros.

De acordo com o levantamento, 19% dos entrevistados acreditam que a Petrobras manterá os valores dos dividendos extraordinários não distribuídos aplicados como reserva de capital.

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A pesquisa Genial/Quaest contou com 101 entrevistas realizadas, através da aplicação de questionário online, com representantes de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro. A amostra é composta por gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.