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Simpar prevê receita de R$ 18 bi para Automob em três anos e deixa empresa pronta para IPO

Executivos da holding dizem que capitalização via Bolsa não é urgente e apostam em potencial de mercado pouco explorado

Mitchel Diniz

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Os planos de expansão da Automob, empresa de concessionárias de veículos leves, miram em receita bruta de R$ 18,3 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 1,3 bilhão em 2026. São cifras, no mínimo, pujantes para uma empresa que ganhou relevância há pouco tempo no portfólio de sua controladora, a Simpar. Recentemente, a Automob pediu registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na categoria A, o que a habilitaria para uma oferta pública de ações. Mas a holding, que detém participação de 79,4% no negócio, afirma não ter pressa em listar mais uma de suas subsidiárias.

“IPO não é uma ansiedade e muito menos uma agenda”, afirmou Antonio Barreto, vice-presidente de planejamento e gestão da Simpar ao IM Business. Os executivos da holding dizem que o pedido de registro da Automob foi feito para que a empresa possa cumprir com altos padrões de governança e os investidores consigam acompanhar os resultados que a subsidiária vem entregando.

“Se, no futuro, a gente entender que há demanda e desejo, não tenho nada contra fazer esse movimento [de realizar um IPO]. Desde que seja um movimento de geração de valor para o acionista e de dar mais oxigênio para a companhia, se ela precisar de capital para continuar crescendo, se desenvolvendo”, disse Fernando Simões, CEO da Simpar.

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“Qualquer negócio nosso que tenha potencial de crescer e se transformar, que precise de capital, a gente não se opõe a listar ou trazer acionistas que dividam esse ganho com a gente”, complementou.

A expansão da Automob começou na segunda metade de 2021, com a compra da UAB Motors e a maranhense Sagamar. No ano seguinte, a empresa adquiriu a Autostar e o Grupo Green. Este ano, foram mais três aquisições: da Nova Quality, do Grupo Alta e da Best Points. As sete compras somam mais de R$ 1,6 bilhão, considerando o valuation dos ativos divulgado à época em que as transações foram feitas.

A Simpar fez um aporte de R$ 500 milhões para que a controlada deflagrasse seu processo de consolidação. “Entregamos resultados antes do que as pessoas previam”, afirma Barreto. Hoje, a Automob opera em cinco estados (São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Maranhão), com 108 concessionárias. O faturamento cresceu cerca de 12 vezes em um intervalo de 18 meses, com 118 mil veículos vendidos no período.

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Fernando Simões, CEO da Simpar: Automob é vista como ‘pedra bruta’ pela holding (Divulgação)

A receita bruta anualizada da empresa era de R$ 900 milhões no primeiro trimestre de 2022, quando a Automob ainda era conhecida como Original Concessionárias. Ao final do terceiro trimestre de 2023, a cifra somava R$ 9,3 bilhões, com predominância de marcas premium e de luxo. O número ainda não contempla as aquisições mais recentes da empresa. No mesmo intervalo de tempo, o Ebitda foi de R$ 68,93 milhões para R$ 347,3 milhões.

As projeções para os próximos três anos da Automob não contam com novos aportes de investidores. “As bases para atingir esses objetivos já estão instaladas na Automob”, disse Antonio Cavalcanti, CFO da empresa, durante o investor day da Simpar. As perspectivas de crescimento se baseiam no potencial de um mercado estimado em R$ 1,4 trilhão e ainda bastante pulverizado.

Segundo Barreto, a Automob vai continuar olhando para “empresas boas” com potencial de crescimento, independentemente do número de lojas ou marcas que possuam. Outra meta é ampliar o volume de vendas de seminovos.

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Com tanto mercado a ser explorado, o negócio de concessionárias de veículos leves têm sido visto como pedra bruta a ser lapidada pela Simpar e com potencial para destravar valor para a holding. Simões reconhece que essa é uma das principais avenidas de crescimento da empresa, mas prefere não colocar todas as expectativas em um segmento só.

“Todos os nossos negócios, da maneira que nós estamos inseridos e pelo mindset que a gente tem […] são uma pedra bruta que dá muito para lapidar e têm muito valor a ser gerado”, conclui o CEO.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados