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Os membros da comunidade do MakerDAO, o maior protocolo de finanças descentralizadas (DeFi), votaram para avançar com o plano do fundador Rune Christensen de revisar como o protocolo funciona e torná-lo mais descentralizado.
Os resultados, anunciados na segunda-feira (24), mostram que o MakerDAO deve se dividir em unidades menores e supostamente mais descentralizadas chamadas “MetaDAOs”.
Ao aprovar as medidas, os membros da comunidade rejeitaram a posição de um investidor importante, a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, tamém conhecida como a16z.
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Os membros da comunidade também votaram para aprovar propostas de investidores institucionais, incluindo a gigante exchange de criptomoedas Coinbase, sobre planos de como alocar cerca de US$ 2 bilhões em ativos digitais no tesouro do protocolo. Eles também aprovaram um plano para acumular Staked Ether (stETH), um ativo sintético de ETH do protocolo Lido.
O MakerDAO é um dos primeiros e maiores protocolos de empréstimos descentralizados, muitas vezes rotulado como o banco central de criptomoedas. Também emite a stablecoin DAI de US$ 6 bilhões, cujo valor é respaldado por cerca de US$ 8 bilhões em ativos em sua reserva.
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O protocolo é regido por uma organização autônoma descentralizada (DAO), onde os colaboradores gerenciam a plataforma e discutem as propostas de tomada de decisão em um fórum, e os proprietários do token de governança da plataforma, o Maker (MKR), votam para aprovar ou rejeitar cada proposta.
As últimas enquetes à comunidade fazem parte da tentativa do MakerDAO de tornar a plataforma mais descentralizada e resistente à censura, ao mesmo tempo em que coloca suas vastas reservas para gerar mais retornos, por meio do empréstimo de US$ 1 bilhão em ativos a investidores institucionais.
As propostas surgiram do ambicioso roadmap (roteiro) de Christensen chamado de “Plano Endgame”, que visava melhorar a tomada de decisões do protocolo e diversificar o lastro da stablecoin DAI, fugindo de ativos que poderiam ser sancionados ou banidos por governos.
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O MakerDAO recebeu críticas por apostar demais na stablecoin centralizada USD Coin (USDC) em suas reservas depois que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos bloqueou o mixer de criptomoedas Tornado Cash, em agosto – na visão de alguns, o mesmo poderia eventualmente acontecer com a Circle, emissora do USDC.
Controle mais rígido do fundador?
Com o resultado da votação de segunda (24), o MakerDAO está pronto para romper com sua estrutura atual com base em Unidades Estratégicas e criar clusters de gerenciamento independentes chamados “MetaDAOs”.
O plano inclui a cisão da Real-World Financial Core Unit, uma importante unidade do MakerDAO que supervisiona os empréstimos e trabalha na incorporação de ativos do mundo real, como títulos e títulos do Tesouro nas reservas do Maker, em um MetaDAO, separando-o do protocolo DAO.
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Andreesen Horowitz (a16z), investidor no Maker e proprietário significativo de MKR, foi contra a reformulação, por tornar a estrutura atual mais eficiente, informou ao CoinDesk na semana passada.
Ainda assim, a esmagadora maioria, cerca de 80% dos eleitores, apoiou a proposta. Os resultados indicam que os eleitores apoiaram a visão do fundador de alcançar a descentralização.
“Alguns podem dizer que reafirma o controle rígido do fundador Rune Christensen sobre o MakerDAO”, disse Sebastien Derivaux, especialista em cripto bancário e colaborador do MakerDAO.
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Movendo recursos para a Coinbase
Os eleitores também ratificaram a transferência de US$ 1,6 bilhão em stablecoin USDC das reservas do Maker para a Coinbase Prime, o braço de investimento institucional da exchange de criptomoedas. A transferência permite ao Maker obter um rendimento de 1,5% anuais sobre seus ativos.
Owen Lau, analista da casa de análise Oppenheimer, disse que a Coinbase se beneficiaria com a transferência. No entanto, isso não contribui tanto para melhorar a diversificação do USDC e tornar a plataforma mais resistente a possíveis censuras, disse David Shuttleworth, analista de DeFi da ConsenSys.
Outra proposta aprovada dá luz verde à transferência de outros US$ 500 milhões em USDC para um consórcio do hedge fund Appaloosa e da corretora de criptomoedas Monetalis, que o emprestaria à Coinbase. O empréstimo seria garantido por Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) com um retorno anual esperado entre 4,5% e 6%.
Também foi aprovada a criação de um cofre para o sintético de ETH, o stETH, na reserva da DAI. A proposta permite que o Maker acumule mais stETH e diversifique os ativos da DAI.
Atualmente, o Maker detém US$ 8,6 bilhões em ativos em suas reservas, o que garante a paridade da DAI ao dólar. Mais da metade está em USDC, a stablecoin emitida pela Circle.
A ideia, contudo, não foi sempre essa. Anteriormente, o protocolo havia decidido investir US$ 500 milhões de suas reservas em títulos corporativos e títulos do governo para se afastar do USDC e tornar seu balanço mais eficiente.