PIB dos EUA cai 0,9% no 2º trimestre; expectativa era de alta de 0,5%

Foi a 2ª queda trimestral consecutiva, o que indica que a economia maior economia do mundo entrou em recessão técnica

Lucas Sampaio

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O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 0,9% no segundo trimestre em termos anualizados, na comparação com o primeiro, aponta a primeira estimativa do BEA (Bureau of Economic Analysis) divulgada nesta quinta-feira (28).

Foi a segunda queda trimestral consecutiva, o que indica que a economia americana entrou em recessão técnica (no primeiro trimestre, o PIB americano caiu 1,6%), e a retração ocorre em meio ao aperto na política monetária da maior economia do mundo para combater a inflação.

Mas o escritório nacional de estatísticas dos EUA, o “árbitro oficial” das recessões no país, define uma recessão como “um declínio significativo na atividade econômica espalhada por toda a economia, com duração superior a alguns meses, normalmente visível na produção, no emprego, na renda real e em outros indicadores”.

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O resultado veio muito abaixo do consenso Refinitiv, que era de alta de 0,5%. No trimestre anterior o resultado também havia decepcionado o mercado, que projetava uma alta de 1,1%.

Após a divulgação do indicador, o dólar futuro e o dólar comercial viraram para queda e o Ibovespa futuro ampliou sua baixa. Os juros futuros brasileiros também passaram a operar em queda (acompanhe aqui os movimentos do mercado em tempo real).

Segundo o BEA, órgão ligado ao Departamento de Comércio americano, a queda menor no segundo trimestre “reflete principalmente um aumento nas exportações e uma redução menor nos gastos do governo federal”.

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O Bureau disse que queda no PIB trimestral “refletiu quedas no investimento privado em estoque, no investimento fixo residencial, nos gastos do governo federal, nos gastos dos governos estaduais e municipais e no investimento fixo não residencial”.

Do lado positivo, as retrações foram parcialmente compensadas ​por crescimentos nas exportações e nas despesas de consumo pessoal (PCE). Já as importações, que são uma subtração no cálculo do PIB, aumentaram.

Metodologia do PIB americana

O BEA ressalta que a primeira estimativa do PIB, divulgada hoje, “é baseada em dados de origem incompletos ou sujeitos a revisão adicional”. A segunda será divulgada em 25 de agosto, com base em dados mais completos, e a terceira e última estimativa sairá em 30 de setembro.

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A metodologia utilizada pelo BEA, de calcular o crescimento do PIB em termos anualizados, é diferente da que é usada pela grande maioria dos países. O método dos americanos é o cálculo da variação trimestral com ajuste sazonal anualizado, e a variação resultante é elevada à quarta potência.

PCE

O Departamento do Comércio dos EUA também divulgou a inflação medida pelo PCE (sigla para índice de preços de gastos com consumo), uma das principais referências para a definição das políticas do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano).

O PCE subiu à taxa anualizada de 7,1% no segundo trimestre, replicando desempenho do primeiro. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia (que são mais voláteis), avançou 4,4% entre abril, maio e junho, uma desaceleração em relação à alta de 5,2% do trimestre anterior.

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(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.