Por que os NFTs não devem sumir mesmo após preços despencarem 92%, segundo especialista

Em entrevista ao Cripto+, Caroline Nunes, CEO da InspireIP, explica quais são as aplicações dos NFTs para além das artes digitais

Paulo Barros

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Quem entrou no mercado de criptoativos no ano passado – 51% dos latino-americanos, segundo uma pesquisa da Mastercard divulgada em junho – se deparou com várias tendências no setor, e entre elas esteve a dos tokens não-fungíveis (NFTs).

Esse tipo de ativo ficou conhecido por render muito dinheiro para alguns artistas digitais sem muita explicação, e as pessoas que chegaram cedo fizeram fortuna fácil. No entanto, como qualquer bolha, ela cresceu até estourar.

Alguns prejuízos entraram para a história, como um imóvel em Nova York que foi colocado à venda com preço em Ethereum (ETH) em uma plataforma de NFTs, mas desvalorizou US$ 12 milhões em alguns dias quando o mercado desabou.

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Até o jogador Neymar tem um alto prejuízo não realizado em NFTs: suas duas unidades da famosa coleção Bored Ape, compradas por R$ 6 milhões, hoje valem apenas cerca de R$ 1 milhão.

De US$ 23 bilhões em dezembro de 2021, o valor de mercado dos NFTs derreteu para menos de US$ 1,8 bilhão atualmente, segundo dados da plataforma CoinMarketCap – uma queda dolorida de 92%. O market cap dos NFTs se baseia no preço mínimo de venda dos itens pertencentes a uma coleção disponibilizada em plataformas como a OpenSea.

Com a queda de preços também veio o desinteresse pela negociação, e os volumes de compra e venda desse tipo de ativo despencou de mais de US$ 15 bilhões em janeiro para pouco mais de US$ 1 bilhão em junho, segundo dados do The Block, em recuo de 93%.

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Ainda assim, especialistas em blockchain e ativos digitais apontam que os NFTs devem sobreviver ao inverno cripto, e chegar do outro lado da crise mais fortes.

Um deles é a advogada Caroline Nunes, fundadora e CEO da startup InspireIP, especializada em registro de propriedade intelectual em blockchain. Para ela, o hype foi apenas a primeira onda de um mercado ainda nascente.

“Agora a gente está indo para uma segunda fase muito mais sóbria do mercado, que se volta para o NFT não apenas como fim, mas como meio, por causa do potencial da tecnologia”, explicou Caroline em entrevista ao Cripto+, programa semanal do InfoMoney CoinDesk no YouTube (assista à íntegra no player acima).

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A especialista se refere às diversas aplicações da tecnologia NFT que vão muito além de conferir exclusividade a uma arte digital. Os tokens não-fungíveis são ativos digitais que funcionam como certificados que rodam em blockchain, uma rede aberta e de alta confiabilidade que permite que qualquer pessoa confira se alguém é proprietário de determinado ativo em uma consulta à rede.

“O NFT traz a escassez e a exclusividade ao universo digital”, comenta Caroline. Ela aponta o uso de NFTs em ingressos como uma das aplicações mais promissoras.

Segundo ela, ao emitir ingressos em NFT, o dono do evento (ou clube no caso de partidas de futebol) pode até mesmo programar o token para pagar uma fatia da revenda no mercado secundário, em uma espécie de legalização de cambistas.

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A empreendedora também destaca a possibilidade de usar NFTs para comercialização de imóveis, e para cupons de desconto, permitindo que o usuário venda cupons que não usou. Sua maior aposta, porém, são nos terrenos no metaverso, criados em formato de token não-fungível.

“A gente não viu nem o começo desse tipo de NFT. Tem metaversos super promissores que ainda estão sendo lançados agora. O The Sandbox (SAND) ainda não saiu da fase alpha”, explica a advogada especialista em blockchain.

“Metaverso descentralizado a gente está começando a ver agora. Eu acredito que é um bom investimento”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos