Reunião de política monetária do Fed, IPCA-15 e despedida de LAME4: o que acompanhar na semana

Tudo o que investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

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Depois de uma semana de poucos indicadores econômicos, janeiro entra na reta final e os próximos dias prometem ser agitados, com o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) no foco das atenções. O Comitê de Mercado Aberto da autoridade monetária (Fomc, na sigla em inglês) começa na próxima terça-feira (25) uma reunião de dois dias e ao final do encontro deve anunciar algumas decisões.

“Mesmo que o Fed ainda não deva iniciar o processo de normalização dos juros em seu próximo encontro, na quarta-feira, a reunião será importante para o mercado calibrar as expectativas em relação aos próximos passos da autoridade monetária norte-americana”, dizem os analistas do Bradesco.

A maioria dos 45 economistas que participaram de uma pesquisa da Bloomberg acredita que o Fed usará a reunião para comunicar um aumento, em março, de 0,25 ponto percentual nos juros, para combater as pressões inflacionárias nos EUA. Dois dos economistas consultados na pesquisa esperam um acréscimo ainda maior, de 0,50 ponto.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, participará de entrevista coletiva depois do anúncio, na quarta-feira (26).

“Vemos o Fed entregando a primeira de quatro altas de 0,25 ponto percentual este ano no encontro de março e depois anunciando um ajuste mais agressivo de seus balanços em julho”, escreveram os analistas do Morgan Stanley.

Na quinta-feira (27), será conhecida a primeira estimativa preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) americano, referente ao quarto trimestre de 2021.

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No Brasil, destaque para indicador de inflação

Na agenda econômica brasileira, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de janeiro será divulgada na quarta-feira, antes da abertura da Bolsa. O Itaú acredita que o índice venha com uma variação mensal positiva de 0,43%, fazendo com que o acumulado de 12 meses chegue a 10,04% (de 10,42% em dezembro). O Bradesco prevê alta mensal de 0,45%.

“A leitura ainda deve ser pressionada por itens industriais (especialmente no grupo de transportes, com os preços mais altos dos veículos novos e usados) e serviços (especialmente alimentação fora de casa e aluguéis)”, escreveram os analistas do Itaú.

Por outro lado, o banco acredita que passagens aéreas e combustíveis, como gasolina e etanol, deve apresentar alguma deflação nessa leitura.

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Na sexta-feira (28), a Fundação Getúlio Vargas vai divulgar o IGP-M referente a janeiro. Para o Itaú, o índice usado para reajuste de alguns contratos de aluguel, deve apresentar alta mensal de 1,99%, acumulando alta de 17,10% no período de doze meses.

“Esperamos uma aceleração nos preços industriais ao atacado, puxados pela alta no minério de ferro, soja e preços do milho”, diz o relatório do Itaú.

Números do mercado de trabalho também são destaque na semana. Os dados de criação de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de dezembro estão previstos para sair na quinta-feira (27). Na sexta-feira, sai a taxa de desemprego de novembro medida pela Pnad Contínua e que, segundo o Itaú, deve ficar em 11,5%.

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“Essas informações serão relevantes para o COPOM, que volta a se reunir no início de fevereiro para decisão de juros”, diz nota do Bradesco.

As transações correntes do governo devem ser publicadas na quarta-feira e o Itaú prevê déficit de US$ 5,9 bilhões em dezembro – um ano antes, o saldo tinha ficado negativo em US$ 8,5 bilhões. Porém, a previsão do banco é que o Brasil tenha encerrado 2021 com um déficit de US$28,3 bilhões, maior que o de 2020.

Por fim, na sexta-feira, o Banco Central vai reportar seu tradicional relatório com estatísticas sobre crédito. O documento compila o volume de empréstimos feitos ao longo do mês de dezembro e a taxa de inadimplência alcançada no período.

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Despedida de LAME4 e assembleia da Oi

A partir desta segunda-feira (24), as ações LAME3 e LAME4 deixarão de ser negociadas na B3 e vão ser incorporadas pela Americanas (AMER3). Cada acionista de Lojas Americanas vai receber 0,188964 ação de Americanas, para cada ação ordinária ou preferencial que possuir.

Na quinta-feira (27), está prevista a definição de preço para o oferta secundária da (BRKM5), que pode levantar mais de R$ 8 bilhões. Petrobras (PETR3;(PETR4) e Novonor querem vender até 154,9 milhões de ações preferenciais que detêm na companhia.

A Novonor disse que usará parte dos recursos para pagar dívidas com os credores Bradesco, Itaú e Santander.

No mesmo dia em que termina o período de bookbuilding da oferta secundária da Braskem, a Oi (OIBR3;(OIBR4) reúne acionistas em AGE para reorganizar ativos.

Na semana passada, as ações da companhia chegaram a subir 15% em um único dia, com a expectativa de a venda de ativos da empresa a Tim, Claro e Vivo fosse aprovada ainda esta semana pelo Cade, o que acabou não acontecendo. Analistas dizem que a operação é essencial para fazer a Oi voltar ao radar dos investidores, mas não resolve todos os problemas da companhia.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados