Para gestor da Vinci, ação da TIM pode subir 70%; entenda como

Fusão com a Oi e leilão do 5G tem potencial transformador para a companhia, diz gestor da Vinci.

Renato Santiago

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Desde que começamos o Stock Pickers nos convenceram que o setor de telecomunicações era muito chato e um mau negócio para investidores, pois nada acontecia, a não ser a má aplicação de recursos em empreendimentos de baixo retorno.

Mas parece que a visão do mercado mudou. Na semana passada, no Coffee & Stocks, falamos sobre Unifique (FIQE3) e a chegada das provedoras de internet locais à B3. Hoje o assunto é a TIM (TIMS3) e o que a companhia pode ganhar com a compra de uma fatia da Oi (OIBR3) e a chegada do 5G.

O convidado é Roberto Knoepfelmacher, gestor de fundos long only da Vinci Partners. Abaixo os principais trechos da entrevista.

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Compra da Oi

A TIM deve ser a maior beneficiada pela venda da Oi Móvel, dividida entre TIM, Claro e Vivo. A companhia é a que mais ganha market share (de 23% para 29%) e espectro (a frequência na qual ela pode operar, que vai de 22% para 31%). Com esse movimento a TIM vai ter mais clientes e mais espaço, sem precisar criar mais lojas e mais nenhuma estrutura. Esses clientes também vem com uma margem EBITDA muito boa, de 70%. 

Com o fim da Oi Móvel, o mercado de telecomunicações também perde um concorrente que prestava um serviço ruim e praticava preços baixos demais, o que deve beneficiar a todos. Nos Estados Unidos a compra da Sprint pela T-Mobile fez com que a ação se valorizasse de 6,5 vezes o EBITDA para 9,5 vezes. O caso é muito semelhante ao TIM e Oi.

O maior risco para o caso é o de a fusão ser barrada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o que consideramos improvável já que a maioria dos países hoje tem três operadoras.

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Chegada do 5G

A previsão do governo é de que o 5G esteja presente nas capitais no segundo semestre do ano que vem, por isso o leilão deve acontecer em breve e, mais importante, não deve ser arrecadatório, o que significa que o dinheiro gasto pelas operadoras será todo investido no negócio e não pago ao governo. 

A tendência é que as empresas construam a infraestrutura em parceria e deixem a competição para a área comercial, o que deve reduzir custos e aumentar eficiência. Como o 5G facilita a internet das coisas, uma avenida de possibilidades de negócio está aberta.

Consequências no preço da ação

Se tudo isso der certo, enxergamos um upside de ao menos 70% para TIM — a ação hoje vale cerca de R$ 11,65 e pode chegar aos R$ 20, que é, inclusive, o consenso do mercado.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney