O momento Marília Gabriela mais importante da nossa história (até hoje)

Todos nossos pingue-pngues foram importantes, mas fazer um bate-bola com Howard Marks foi especial

Josué Guedes

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Já fizemos algumas dezenas de pingue-pongues (mais conhecido como “momento Marília Gabriela”) no Stock Pickers e nos surpreendemos com algumas respostas dos nossos convidados sobre indicação de livros, o que gostaria de fazer se não fosse gestor, etc.

Até o último episódio, todos que participaram tinham algo em comum: responderam nossas perguntas em português. Mas, agora, isso mudou.

Fizemos nosso primeiro “Marília Gabriela Moment” (leia com sotaque gringo, por favor) com um renomado gestor: Howard Marks.

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Além de indicar um livro (não de mercado, pois ele já escreveu dois) e uma música, Marks nos falou sobre coisas pessoais e deixou alguns conselhos que farão qualquer um refletir um pouco.

Confira abaixo e não deixe de escutar o episódio completo.

Thiago Salomão: Sr. Marks, estamos quase terminando o programa e agora tenho algumas perguntas que eu gostaria que a resposta fosse direto ao ponto, uma frase do tamanho de um tweet. Ano passado quando você veio na XP você falou sobre o livro do Nassim Taleb, mas queria saber que tipo de livro você gosta de ler fora do mercado financeiro?

Howard Marks: Vou te falar a verdade. Fora dos mercados financeiros, leio para relaxar. Leio ficção, histórias de detetive e coisas assim.

Renato Santiago: Quem é o seu autor favorito dessas histórias?

Howard Marks: Por muito tempo foi Ian Flemming. E depois John Le Carré.

Renato Santiago: A próxima pergunta é: você disse que costumava ir a shows quando o mundo estava normal e temos uma playlist onde a gente pede pros nossos convidados recomendarem uma música. A maioria é de rock, mas se você quiser outro estilo, gostaria de recomendar uma música para colocar na nossa playlist?

Howard Marks: Quer saber? Meus gostos musicais pararam de evoluir nos anos 60 e 70. Eu cresci, fui para a faculdade e era jovem com a música dessas décadas. Eu diria que James Taylor. James Taylor foi ótimo, e eu o vi em um show seis, sete anos atrás. E ele ainda era fantástico.

Thiago Salomão: E qual música de James Taylor?

Howard Marks: I’ve seen fire, I’ve seen rain (escute aqui). Conhece essa?

Thiago Salomão: Sr. Marks, se você não tivesse se tornado um gestor de portfólio, o que gostaria de ser? Aquela profissão que era o sonho da sua infância.

Howard Marks: Acho que a última coisa que eu queria fazer antes de entrar no mundo dos negócios era ser arquiteto. Eu adoraria projetar casas… o Brasil tem uma ótima arquitetura e ótimos arquitetos. Talvez pudesse ter sido um.

E se você entrasse para o mercado financeiro? Esta série de lives vai te mostrar como se tornar um dos profissionais mais disputados da área.

Renato Santiago: Se o Oaktree não existisse, onde investiria seu dinheiro?

Howard Marks: Eu procuraria algo consolidado, substancial, mas pequeno o suficiente para ser especial. E tendo a pensar na indústria de investimentos variando de fábricas a artesãos. Eu acho que a fábrica pode te dar competência a um preço baixo. Eu acho que se você quer algo especial, você tem que obter dos artesãos. Espero que sejamos um. Se não estivéssemos aqui, eu teria que encontrar outra pessoa.

Thiago Salomão: Ótimo. Se você tivesse uma máquina do tempo, que conselho daria ao Howard Marks de 20 anos?

Howard Marks: Minha citação favorita é do escritor inglês chamado Christopher Morley, que disse que só há um sucesso: viver sua vida do seu jeito. E eu diria: não faça coisas que são populares entre seus amigos. Não faça as coisas mais respeitadas na sociedade. Não faça as coisas que lhe renderão mais dinheiro. Você deve ter dois critérios para selecionar uma carreira: deve jogar com seus pontos fortes e evitar suas fraquezas, e deve por que te faz feliz. Nós só temos uma vida e devemos gastá-la na medida em que temos escolha. Devemos passar nossa vida tentando ter uma vida feliz. Quero dizer: família, amigos, atividades, atividades de filantropia, fazer a diferença para a sociedade. Você precisa ter satisfação na vida e isso é muito mais importante do que apenas acumular mais dinheiro.

Renato Santiago: Sr. Marks, você é reconhecido como um escritor, como um investidor e por seus memorandos. Mas qual você acha que é o maior legado que você está deixando ao mundo? 

Howard Marks: Primeiro, meus filhos. Acho que nossa maior vocação é sermos pais. Se pudermos trazer ao mundo crianças bem ajustadas e felizes, que contribuam para a sociedade, isso é o melhor. Gosto de acreditar que, por meio dos memorandos, dos meus livros e do desenvolvimento do pensamento, adicionei alguma coisa à profissão de investidor. Não acho que vão construir nenhuma estátua para mim por isso.

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