Escolinha Santander, parte 2: Cinco pilares da tesouraria de sucesso

No segundo episódio da escolinha Santander, identificamos o que fez aquela tesouraria dar tão certo e criar tantos talentos para o mercado.

Renato Santiago

Em todos os episódios do Stock Pickers fizemos a seguinte pergunta a muita gente de destaque do mercado de investimentos: quem é você em 30 segundos? 

Nessa hora percebemos que muitos deles citavam passagens pelo mesmo lugar: a tesouraria do Santander.

Quando o Mario Torós, que comandou o lugar, veio pela primeira vez no podcast, ele citou todos os nomes que haviam passado por lá e tivemos certeza de que precisávamos investigar melhor por que a tesouraria do Santander formou tanta gente que se destaca na Faria Lima e no Leblon?

Na semana passada contamos o começo dessa história, com o próprio Torós e o Fabiano Rios (Ibiuna e Absolute). Hoje trouxemos parte da segunda geração da “Escolinha Santander”.

Fabricio Taschetto, da Ace, e Felipe Guerra, da Legacy entraram no banco já nos anos 2000. Guerra chegou para fazer operações de volatilidade e virou chefe da mesa depois que o Fabiano Rios (que estrelou a parte um desta série, semana passada) deixou o grupo. Taschetto pode ser considerado mais ”prata da casa”: entrou como trainee do Santander e passou por várias áreas antes de chegar à mesa para fazer operações de câmbio e trades relativos a especialidade da sua atual gestora.

Com esse episódio, conseguimos mapear os cinco fundamentos do sucesso daquela tesouraria:

  1. Tomar risco: segundo os quatro professores-alunos dessa escolinha, isso foi fundamental para o sucesso, e só foi possível pelo apetite do banco;
  2. Disciplina: a separação do dinheiro do banco do dinheiro dos clientes. Objetivos diferentes exigem operações diferentes. Este item também explica o primeiro;
  3. Controlar bem o risco: “Existem duas maneiras de administrar um banco: a conservadora e a errada”. Essa frase que Taschetto cita no episódio é do então controlador do banco, Emilio Botín. À primeira vista pode parecer uma contradição com o item 1, mas tomar risco não significa ignorar riscos.
  4. Manter o debate aberto e horizontal: esse conceito também explicamos com uma frase de Taschetto: A autoridade do argumento vale mais que o argumento da autoridade”;
  5. Sempre estar insatisfeito com os resultados: no episódio passado, Torós explicou seu sentimento de insatisfação no trabalho, revelando que mesmo quando ganha avalia que ganhou pouco. Guerra e Taschetto afirmam que essa era a cultura lá e que chamavam o então tesoureiro de Bernardinho.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney