Como a disputa entre EUA e China beneficia esta empresa mexicana

Empresa que aluga infraestrutura para indústria ganha com o retorno de empresas da China para o Nafta.

Renato Santiago

Publicidade

A Bolsa brasileira é pequena demais para o Stock Pickers. Desde o ano passado falamos semanalmente sobre ações internacionais no Coffee Stocks e no começo do mês lançamos nosso novo podcast, o GlobalizAções (ouça o episódio 2, sobre a escassez global de chips aqui). 

Sim, estamos internacionais, e não ficaremos restritos a falar das grandes empresas de tecnologia americanas. No Coffee & Stocks desta terça-feira trouxemos Kadu Alves, da Polo Capital (conheça o fundo aqui), para explicar sua tese de investimentos em Vesta, uma empresa que constrói, opera e aluga galpões industriais e logísticos. Abaixo os principais trechos da conversa.

Raio X

Cerca de 85% da Vesta hoje são galpões industriais alugados para empresas americanas, como GoPro, Tesla e Hasbro, que estão trazendo manufaturas de volta da China para a América do Norte, em um processo conhecido como reshoring. 

Continua depois da publicidade

Este fenômeno acontece desde 2018, quando o então presidente Donald Trump estabeleceu que empresas que façam parte da cadeia de suprimentos dos Estados Unidos precisam estar por perto. 

O México, como parte da área de livre comércio do Nafta, acaba se beneficiando disso, recebendo fábricas de empresas que estão no mercado americano. A Tesla, por exemplo, não monta carros no México, mas produz peças lá. Além disso há ganho de tempo e custo nos transportes: a viagem de um contêiner da China para Chicago custa US$ 7.500 e leva seis semana. Do México, são cinco dias a um custo de US$  

2.500.
A questão dos salários também é relevante. O principal motivo que levou grandes empresas a produzir na China no passado era o custo baixo da mão de obra, mas hoje ele é menor no México que na China.

Novas frentes

Assim como no Brasil, o comércio eletrônico também cresce muito no México, por isso a empresa trabalha para aumentar sua participação dos galpões logísticos no portfólio. 

Recentemente a empresa, que valia cerca de US$ 1 bilhão, fez uma captação de US$ 200 milhões para aumentar sua área alugável de 2,9 milhões para 4 milhões de metros quadrados, principalmente aumentando a área de galpões logísticos para o portfólio ficar em 50% em cada tipo de imóvel.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney