Experimento revela o que o jejum prolongado realmente faz com o corpo humano

Trabalho foi publicado na revista científica Molecular Metabolism

Agência O Globo

Freepik/jcomp
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O jejum é uma técnica conhecida e muito compartilhada nas redes sociais como promessa de perda de peso rápida. No entanto, uma equipe de pesquisadores alerta que é necessário parcimônia na realização do jejum, além de um acompanhamento médico, especialmente no caso de pessoas com problemas cardíacos ou vasculares.

Ao acompanhar 20 pessoas (11 mulheres e nove homens) fazendo jejum à base de água por 10 dias, os cientistas descobriram que todos perderam em média 7,7% do peso corporal e uma diminuição de 6% na circunferência da cintura. Contudo, eles também passaram a apresentar dores de cabeça, insônia e pressão arterial baixa.

Além destes achados, a equipe se surpreendeu ao perceber que o jejum não era uma ferramenta anti-inflamatória como se acreditava.

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“Nossa hipótese era que o jejum prolongado em água reduziria a inflamação no corpo. No entanto, descobrimos que o oposto era verdadeiro: o jejum prolongado colocava estresse no corpo e aumentava o número de proteínas pró-inflamatórias no sangue, aumentando potencialmente o risco de problemas de saúde para pessoas com problemas cardíacos e vasculares existentes”, explica o pesquisador principal, o professor Luigi Fontana, do Charles Perkins Centre.

Outro resultado observado foi o da redução das proteínas beta-amiloides, associadas ao desenvolvimento do Alzheimer, no sangue. Por outro lado, devido ao número reduzido de participantes, ainda são necessárias novas pesquisas para investigar as conexões entre jejum e a diminuição destas proteínas.

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Nesse sentido, no trabalho publicado na revista científica Molecular Metabolism, Fontana e sua equipe recomendaram fortemente que fosse realizado um acompanhamento médico durante qualquer tentativa de jejum prolongado.

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“Mais investigações são necessárias para elucidar as implicações moleculares e clínicas de longo prazo do jejum prolongado em diversas populações”, concluem os autores do estudo.