TST compra 27 sedãs de luxo Lexus para ministros, cada um a R$ 346,5 mil

A polêmica da frota soma-se à contratação, sem licitação, de uma empresa para construir e administrar a sala VIP no aeroporto de Brasília por dois anos

Marina Verenicz

(Divulgação/Lexus)
(Divulgação/Lexus)

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O Tribunal Superior do Trabalho (TST) voltou ao centro das críticas por conta de seus gastos milionários. Depois de anunciar a construção de uma sala VIP exclusiva para ministros no aeroporto de Brasília, orçada em R$ 1,5 milhão, a Corte desembolsou R$ 10,4 milhões na compra de 27 sedãs de luxo da marca Lexus, um para cada ministro. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles.

Cada unidade do modelo ES 300H custou R$ 346,5 mil, já com “desconto” em relação ao valor de tabela de R$ 396 mil. Apesar disso, o Lexus foi a opção mais cara entre os modelos considerados no estudo técnico para renovação da frota. O veículo híbrido combina motor a combustão de 2,5 litros com um elétrico, entregando 211 cavalos de potência.

Segundo documento interno, a troca da frota estaria “alinhada ao Plano Estratégico Institucional” do TST, incluindo o objetivo de “reforçar a imagem do tribunal perante a sociedade”, argumento que, para críticos, contrasta com a imagem de austeridade que se espera de órgãos públicos.

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Sala VIP com acesso pessoal

A polêmica da frota soma-se à contratação, sem licitação, de uma empresa para construir e administrar a sala VIP no aeroporto de Brasília por dois anos. O espaço, reservado aos ministros, contará com atendimento exclusivo, transporte direto até a aeronave para evitar filas e até acesso para viagens pessoais, não apenas profissionais.

O orçamento não inclui gastos adicionais com mobiliário, alimentação e remuneração de funcionários. A estimativa é de pelo menos 50 atendimentos mensais.

Em nota, o TST afirmou que a sala VIP é uma medida de segurança para “evitar a abordagem de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes” durante embarques e desembarques.

Fiscalização no TCU

A contratação já chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU), que pode auditar o processo. O procurador Lucas Furtado questionou “a economicidade e o interesse público” da obra, ressaltando que o benefício extrapola o ambiente profissional e atende a interesses pessoais dos magistrados.