Trump e disputa democrata: como o coronavírus será fator decisivo para as eleições dos EUA

Surto já está mudando o calendário das primárias democratas, mas deve ter grande impacto na eleição geral de novembro

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Com o surto do novo coronavírus tomando conta do noticiário, as eleições americanas saíram do radar, principalmente porque diversos estados adiaram suas primárias, o que irá afetar a escolha do candidato democrata nesta disputa.

Mas estes reflexos devem ir além, se tornando fator decisivo também na eleição geral, pesando principalmente nas chances do presidente Donald Trump ser reeleito.

Em um primeiro momento, praticamente todas as campanhas pararam, com o ex-vice-presidente Joe Biden sumindo dos holofotes, o que se tornou tranquilo para ele também porque já abriu uma boa vantagem na corrida democrata.

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“A estratégia de discrição deve ajudá-lo a manter a liderança da disputa, enquanto possíveis erros na fala – como vimos no passado – poderiam prejudicá-lo”, afirma a equipe da XP Política em relatório.

Atualmente, Biden conta com 1.217 delegados, contra 914 do senador Bernie Sanders. Para ser escolhido pelo Partido Democrata, um pré-candidato precisa de 1.991 delegados.

Do outro lado, criou-se uma expectativa de que Sanders poderia abandonar a disputa, já que sua vitória está cada vez mais distante. Mesmo assim, ele segue na corrida, afirmando que irá participar do próximo debate, que por enquanto está marcado para abril.

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O senador ainda tem reforçado seu papel no Congresso, dizendo que está lutando para evitar mais mortes nos Estados Unidos e também uma crise econômica.

Neste momento, 14 estados já adiaram suas primárias, o que acabou criando uma “mini Super Terça” no dia 2 de junho, que por enquanto contará com eleições em 10 estados e a capital do país.

Apesar disso, o risco de algumas primárias serem canceladas, deixando a decisão final para a Convenção Democrata, entre 13 e 16 de julho, ainda é grande. E a tendência é que isso favoreça Biden, não só porque ele já está na frente na corrida, mas porque é conhecido que a cúpula do partido não tem muito apreço pelo extremismo de Sanders.

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Por outro lado, como destaca a XP, democratas moderados argumentam que Joe Biden perderá exposição positiva na mídia sem a realização de primárias, já que seu nome seria destaque conforme ele fosse declarado vencedor em cada estado. Isso pode limitar o fortalecimento de sua candidatura.

E é por isso que muitos democratas defendem que Sanderse desista logo da disputa, criando desde já um cenário de unificação dentro do partido, o que seria importante para a disputa contra Trump em novembro.

Decisivo na eleição

Além de todo o impacto no tempo da disputa, no quanto cada candidato irá aparecer na mídia, o surto do coronavírus será decisivo para uma avaliação do governo Trump e como ele irá conseguir lidar com toda a crise até a eleição.

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“Esta é a pergunta que vai dominar a eleição: como você se saiu na grande crise?” disse o deputado republicano Tom Cole. A pandemia já tem sido usada pelo atual presidente para alavancar sua candidatura, mas os efeitos disso só serão sentidos com o resultado de suas políticas, pelo menos até novembro.

A XP destaca que jornais americanos apontam que Trump tem usado sua exposição para se mostrar como líder firme da nação, apesar de sua resposta inicial ser mal recebida.

Assim, a falta de uma campanha longa, os impactos ainda incertos do novo coronavírus e todas as variáveis que ele implica nesta corrida eleitoral têm refletido nos números apresentados pelas pesquisas e pelo mercado de apostas, que neste momento indicam cenários diferentes, confira:

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E se o coronavírus assumir todo esse protagonismo, é capaz que outros temas não sejam debatidos nas campanhas. O democrata Sean Casten mudou o rumo de sua campanha para o Congresso, trocando ligações para a população em geral, para focar apenas em idosos e ajudando eles a como se portarem durante esta crise ou oferecendo ajuda para compras em supermercados, por exemplo.

Na corrida presidencial o cenário agora se tornou incerto, e quanto mais a crise e o surto durarem, mas isso deve impactar a imagem do presidente.

“É importante considerar que se a volatilidade econômica que tem sido observada nas últimas semanas se postergar até novembro, o panorama pode ser mais difícil para Trump do que inicialmente pensado”, destaca a equipe da XP Política.

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“Com isso, é possível afirmar que o coronavírus é uma variável fundamental na disputa a Casa Branca”, concluem os analistas.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.