Tragédia no Rio Grande do Sul: número de mortos vai a 90; 132 estão desaparecidos

Até o momento, segundo a Defesa Civil, 388 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul foram atingidos, de alguma forma, pelas chuvas históricas; ao todo, 1,3 milhão de pessoas foram afetadas pela tragédia

Fábio Matos

Chuvas no Rio Grande do Sul, em maio de 2024 (Foto: Lauro Alves/Secom)

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Os números da tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul desde o fim de abril não param de aumentar, dando contornos ainda mais dramáticos ao desastre. De acordo com o novo boletim divulgado pela Defesa Civil, na manhã desta terça-feira (7), já são 90 os mortos pelas enchentes em todo o estado.

Ainda segundo as autoridades gaúchas, 132 pessoas seguem desaparecidas e 361 ficaram feridas.

A Defesa Civil informou, ainda, que 203,8 mil pessoas estão fora de suas casas, das quais 48,1 mil estão alojadas em abrigos e 155,7 mil estão desalojadas (hospedadas em casas de familiares ou amigos).

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Até o momento, segundo a Defesa Civil, 388 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul foram atingidos, de alguma forma, pelas chuvas históricas. Ao todo, 1,3 milhão de pessoas foram afetadas pela tragédia.

Previsão de mais chuva

De acordo com a Climatempo Meteorologia, o avanço de uma nova frente fria em algumas regiões do Rio Grande do Sul volta a aumentar a probabilidade de novas pancadas de chuva, principalmente a partir de quarta-feira (8), o que deixa o estado permanentemente em alerta.

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, o que foi reconhecido pelo governo federal. Assim, o estado passa a ter condições de solicitar recursos federais excepcionais para ações de defesa civil, resgate, assistência humanitária, reconstrução de infraestrutura e restabelecimento de serviços essenciais (como água e energia).

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O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), fez um apelo para que os moradores dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus deixem a região. A água voltou a subir forte nesses locais.

Abrigos e hospitais de campanha

A Arena do Grêmio, estádio de um dos maiores clubes de futebol do estado e do país, já não oferece mais estrutura para acolher os desabrigados. O gramado está completamente alagado, e o estádio não tem água nem luz.

Foram montados hospitais de campanha pelo governo federal para dar assistência a feridos e desabrigados. Até o momento, as cidades contempladas por essas estruturas foram Estrela, Canoas e São Leopoldo.

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Falta de água

Segundo informações da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), 750 mil clientes estão sem abastecimento de água no estado. Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) informou que 70% da capital gaúcha está sem água.

Escolas sem aula

De acordo com a administração estadual, 789 escolas de 216 municípios foram afetadas pela tragédia: 386 estão danificadas e 52 servem como abrigo, além de locais com problemas de transporte e acesso. Mais de 273 mil estudantes foram impactados.

As aulas da rede estadual devem ser retomadas, nesta terça, nas regiões de Uruguaiana, Osório, Erechim, Rio Grande, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja e Ijuí.

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O estado ainda não definiu se retoma as atividades nas regiões de Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta, Bagé, Santo ngelo, Bento Gonçalves, Santa Rosa, Santana do Livramento, Vacaria, Soledade, Gravataí e Carazinho.

As regiões de Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul e Canoas não têm previsão de retomada das aulas.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”