“Temos que admitir a denúncia para Dilma poder se defender no Senado”, diz Rosso

Em entrevista ao InfoMoney, presidente da comissão que analisou o pedido de impeachment contra a presidente faz um balanço das atividades, explica a decisão de votar a favor do relatório e nega candidatura à presidência da Câmara

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Da liderança de um dos maiores partidos da base aliada do governo à presidência da comissão especial destinada a dar parecer sobre o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) viveu no último mês um dos maiores desafios de sua carreira. Escolhido para comandar os trabalhos que culminaram na aprovação de um relatório de denúncia da petista, ele foi um dos 38 membros da comissão a apoiar que a presidente se torne ré de processo de impeachment julgado no Senado.

Em entrevista à distância ao InfoMoney, Rosso fez um balanço sobre os trabalhos da comissão, analisou o pedido apresentado contra a presidente, a defesa do governo e explicou sua decisão de votar a favor do relatório assinado Jovair Arantes (PTB-GO). O deputado também falou sobre a possibilidade de suceder seu aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara. Confira:

InfoMoney – Passados os trabalhos da comissão especial, como o senhor avalia os resultados?
Rogério Rosso – Foram mais de 50 horas de debates e discussões nas 11 reuniões que realizamos, diferente das apenas 3 reuniões do processo de impeachment [do então presidente Fernando Collor] em 1992. A participação dos parlamentares da comissão foi muito intensa e propositiva e respeitamos plenamente o mandamento constitucional e o ordenamento jurídico brasileiro. Fizemos importantes audiências públicas para esclarecimento da denúncia.

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IM – Em que momento o senhor decidiu marcar posição favorável ao impeachment de Dilma? Que fatores pesaram sobre essa avaliação?
RR – Tive o cuidado de ler todas as 6 mil páginas da denúncia, a defesa e o relatório. Por convicção, entendo que temos que admitir a denúncia para a presidente da República ter a oportunidade de se defender no devido processo e julgamento no Senado Federal. Meu voto representou também a maioria da bancada do partido e, em especial, a população do Distrito Federal.

IM – Como o senhor avalia a defesa governista sobre desvio de finalidade do presidente da casa, adotada pelo governo?
RR – Entendo que estão respeitadas todas as premissas constitucionais e legais do tema. O embate político está muito forte e enseja muitas análises e cenários nem sempre precisos.

IM – O que o senhor espera para a agenda do impeachment nos próximos dias?
RR – A previsão é iniciar a votação no Plenário já nesta sexta-feira (15) e votarmos no domingo (17).

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IM – Esse foi o maior desafio da sua carreira profissional? O senhor estaria habilitado a disputar a presidência da casa?
RR – Com certeza, um dos maiores, juntamente com o mandato de governador que tive no ano de 2010, quando o Distrito Federal livrou-se de uma intervenção federal por decisão do STF. Não tenho nenhuma pretensão de disputar a presidência da Câmara. Minha fase agora é de aprendizado e de me dedicar aos assuntos do Distrito Federal e do País , em especial as reformas necessárias para o avanço econômico e social. Entendo que existem parlamentares mais experientes e talhados para a função.

IM – Como o senhor avalia a atual situação de Eduardo Cunha?
RR – No âmbito interno, o Conselho de Ética está tratando dessa questão. O STF cuida da situação do Presidente Eduardo Cunha no Âmbito do Judiciário.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.