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SÃO PAULO – A eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados foi vista como positiva para o presidente interino Michel Temer pela consultoria Arko Advice. “Rodrigo Maia é perfeitamente alinhado com a pauta de projetos pró-ajuste fiscal defendida por Michel Temer. Em encontro recente com a Arko Advice, porém, ele rejeitou qualquer possibilidade de aumento de imposto para promover o equilíbrio das contas públicas”, destacam os analistas.
“O presidente Michel Temer se impôs mais uma vez na relação com o Legislativo por meio da vitória de Maia para a presidência da Câmara”, afirma a equipe da consultoria, destacando que o antigo PFL voltou ao comando da Casa 21 anos depois da posse do falecido deputado Luís Eduardo Magalhães – forte candidato à sucessão de FHC – no cargo. Além disso, para a Arko, o fato da eleição ter sido decidido no segundo turno entre dois aliados do Planalto, Maia e Rogério Rosso (PSD-DF) foi vista como uma demonstração de força do governo Temer.
“Temer exibiu grande capacidade de articulação ao neutralizar movimento do expresidente Lula e do PT em favor da candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff que votou contra o impeachment. Castro dificilmente se comportaria como adversário do Planalto, mas não era a melhor opção para o governo neste momento”, afirma a Arko.
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Para a consultoria, a vitória de Maia enfraquece o chamado Centrão, grupo formado por 12 partidos e criado logo após o impeachment (PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL), que alegava agregar mais de 300 votos. “A eleição deixou claro que seu tamanho real é muito menor”, destacam os analistas políticos.
Além disso, o placar sinaliza a dificuldade que Eduardo Cunha terá para evitar sua cassação em plenário: “o líder do governo André Moura (PSC-SE) foi escolha do Centrão, vista como vitória de Cunha e imposição ao presidente Michel Temer. Há rumores sobre uma possível substituição de Moura no cargo, mas é pouco provável que isso aconteça no curto prazo. Portanto, o futuro do ‘Centrão’ é uma incógnita. Sem a liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo, e tendo perdido o comando da Câmara por um placar elevado, o bloco sai esfacelado da disputa”, afirma.
Para a Arko, mesmo com fragmentação de candidatos, o resultado da eleição não deverá interferir no relacionamento entre Executivo e Legislativo e o governo tem amplas condições de dissipar os conflitos naturais que surgiram durante a disputa.
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