Temer diz querer “desidratar essa coisa de Centrão” e que medidas amargas virão para “adocicar”

Ao jornal O Estado de S. Paulo, presidente em exercício afirmou que o Congresso quis dar uma mensagem de apoio ao governo, com os dois candidatos que foram para o 2º turno para a presidência da Câmara dos Deputados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente em exercício Michel Temer afirmou que quer desidratar o centrão para unir a base.  “Quero desidratar essa coisa de Centrão e de outro grupo. É preciso unificar isso. Quero que seja tudo situação”, afirmou ele. O outro grupo faz referência à antiga oposição, formada por PSDB, DEM, PPS e PSB. 

 Temer afirmou que Congresso quis dar uma mensagem de apoio ao governo, com os dois candidatos que foram para o 2º turno para a presidência da Câmara dos Deputados, que foi disputada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e por Rogério Rosso (PSD-DF) e que foi vencido por Maia. 

Temer ainda confia no “recesso branco” deste mês para que as “pequenas ranhuras” deixadas na disputa pelo comando da Câmara sejam cicatrizadas. “Uma ferida não dura mais do que 15 dias, não é verdade? Se você se ferir, verá que dali a 15 dias se formou uma casquinha. A casquinha se dissolve.” O peedembista ainda disse que também aproveitará esse tempo para compor o 2º escalão, como Furnas ao PMDB de Minas Gerais.

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 Com relação à economia, disse que o país vive situação dificílima, mas disse ter um palpite de que, já entre janeiro e fevereiro, a situação da economia possa começar a dar sinais de melhora. Mais uma vez, ele afirmou que virão medidas amargas, mas que, no momento, o governo não cogita aumentar impostos.  “Quando você fala em medidas amargas, elas são para adocicar os interesses da população”. 

Ele reiterou a frase do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ao destacar que o “plano A é o controle de despesas, o B é privatização, e o C, aumento de imposto se for absolutamente indispensável”. Sobre a Selic, Temer disse ter esperança de queda de juros e que para seu paladar político, “se houver uma pequena redução dos juros será bem recebida”. Ele tessaltou ainda que tem que ser algo responsável e não populista como cortar de 14,25% para 7% – em referência ao movimento feito no governo Dilma. Temer ainda reconheceu que não dá para aprovar medidas duras rapidamente, em um mês e falou em aperfeiçoamentos da lei de repatriação, mas que não se fala em prorrogar o prazo. Sobre Lava Jato, disse que considera que ele e o governo estão imunes. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.