Simone Tebet confirma Mara Gabrilli, do PSDB, como vice em chapa à Presidência

Senadoras criticam polarização entre Bolsonaro e Lula, e discursam a favor da diversidade

Anderson Figo

Simone Tebet (MDB) anuncia Mara Gabrilli (PSDB) como vice em chapa à Presidência nas eleições 2022 (Divulgação/Flickr Simone Tebet)

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A senadora Simone Tebet, candidata do MDB à Presidência, anunciou nesta terça-feira (2), em São Paulo, a também senadora Mara Gabrilli (PSDB) como sua vice na chapa à Presidência da República nas eleições 2022.

O nome foi definido após conversas das senadoras com os presidentes dos três partidos da aliança que formam o “centro democrático”: Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB) e Roberto Freire (Cidadania).

O senador Tasso Jereissati (PSDB), que chegou a ser cotado ao posto de vice, também participou das discussões. O nome da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi outro ventilado como alternativa para a posição.

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“Eu fico muito arrasada e triste de ver um governo desdenhando a população negra, as mulheres, as meninas, desdenhando a população indígena, a população lgbtqia+, desdenhando aquele que tem uma deficiência, uma doença rara, desdenhando idosos. Isso é impossível de conviver”, disse Mara Gabrilli.

“Desdenhar do nosso próprio país. Às vezes parece que o nosso presidente só engrandece quando ele vê as pessoas sofrendo, quando ele vê as pessoas diminuindo. E a gente quer o contrário. Sabe por quê? Eu aprendi, nessa trajetória, que quando a gente melhora a vida de uma pessoa, é a humanidade que salta, é a gente que melhora junto”, completou.

A senadora do PSDB disse que a “riqueza do Brasil é a diversidade humana e cultural” e, além das críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição pelo PL, ela também criticou o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também concorre ao Planalto no pleito de outubro.

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“Eu tinha tudo para ir para um lado oposto da política, porque infelizmente eu vivi dentro da minha casa, dentro da minha família, o meu pai ser extorquido pelo PT com uma arma na cabeça. O meu pai faleceu de dor. Eu sou uma pessoa que tem uma indignação com a injustiça, e quero, Simone, reafirmar meu compromisso de lutar pela justiça social. Lutar para que todas as pessoas tenham oportunidade”, afirmou.

Simone Tebet manteve seu discurso focado em criticar a polarização entre Lula e Bolsonaro, e falou também sobre diversidade e sobre a dificuldade enfrentada pelas mulheres no Brasil, especialmente na política.

“O Brasil que nós queremos para nós, para nossos filhos e companheiros, vai ser reconstruído a partir de 1 de janeiro do ano que vem, com amor, com coragem, mas com trabalho e com experiência”, disse. “Eu não gosto de me vitimizar pelas pedras que eu tenho que derrubar pelo caminho, mas eu sei como nada é fácil para uma mulher no Brasil. E nada é fácil para uma mulher na política no Brasil.”

“Eu sei o que eu tive que enfrentar esses 90 dias, dia sim, outro também, dando dois passos para frente e tendo que recuar um. Onde tudo nos holofotes da imprensa era exposto como se nós fôssemos café com leite, como se fôssemos uma candidatura fraca, uma candidatura que não ia chegar lá, uma candidatura que ia ser derrubada dentro e fora do meu partido. Pois bem, nós chegamos”, continuou.

Tebet disse que o “Brasil precisa de uma voz moderada e de sensatez para dizer basta: basta de tanto ódio, basta de polarização que hoje divide as famílias e que faz com que se crie crises artificiais para esconder a incompetência e incapacidade do governo de decidir e resolver os problemas reais das pessoas”.

“Mara foi feliz: não serve o presidente que está e não serve o presidente do passado porque, também de forma antidemocrática, quis o Partido dos Trabalhadores puxar o tapete da nossa candidatura. Eu sei. Um dia a história saberá. Nós vamos contar essa história. Democracia se faz no diálogo, no debate, no enfrentamento de ideia, não querendo ganhar no ‘tapetão’ ou logo no primeiro turno”, concluiu.

A candidata do MDB disse que, se eleita, pretende erradicar a fome e a miséria no Brasil, prometeu transferência de renda permanente a quem mais precisa, “mas com condicionantes para que nós possamos dar autonomia para esta família”, e educação como prioridade nacional. “Como professora, este é um compromisso e um juramento de quem serviu a educação neste país por 12 anos”, afirmou.

Tebet citou ainda como prioridade de seu eventual governo uma agenda de desenvolvimento sustentável. “Sem uma economia limpa e verde, nós não geramos os empregos de qualidade que nós precisamos”. E falou que o governo será parceiro de quem quer investir, seja pequeno, médio ou grande empresário. “E um eixo de um governo afetivo, inclusivo, comandado pela Mara. A Mara não será uma vice coadjuvante para mera substituição eventual”, concluiu.

Convenção

O MDB oficializou a candidatura de Simone Tebet na semana passada, durante convenção virtual do partido. Foram 262 votos a favor e 9 contra.

O nome de Tebet foi confirmado apesar de não ser unanimidade na sigla. Uma ala do MDB defendia que o partido abrisse mão de ter um candidato ao Planalto e optasse pela neutralidade, liberando seus membros a apoiarem a chapa mais estratégica para seus respectivos estados.

Líderes emedebistas do Nordeste que prefeririam apoiar Lula no pleito de outubro chegaram a pedir que o ex-presidente Michel Temer sugerisse ao presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi, abandonar o plano de ter uma candidata do partido à Presidência — mas isso não aconteceu.

Um integrante do diretório estadual do MDB em Alagoas, que é presidido pelo senador Renan Calheiros, chegou a entrar na Justiça pedindo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendesse a convenção virtual do partido. O pedido foi negado pelo presidente da Corte, o ministro Edson Fachin.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.