Senador defende autonomia do Banco Central após Lula criticar juros altos e sinalizar possível revisão

Para Efraim Filho, líder do União Brasil no Senado, uma eventual mudança da regra provocaria efeitos drásticos à economia e à vida dos cidadãos

Marcos Mortari

(Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

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Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar a criticar a elevada taxa de juros no Brasil e questionar a atuação do Banco Central, o senador Efraim Filho (PB), líder do União Brasil, defendeu a autonomia da autoridade monetária – regra aprovada pelo Congresso Nacional em fevereiro de 2021.

O parlamentar argumenta que a norma é resultado de um longo processo de amadurecimento institucional no país e ajudou a suavizar flutuações econômicas.

Para ele, a retirada da autonomia do Banco Central provocaria efeitos drásticos à economia e à vida dos cidadãos, colocando a instituição em posição mais vulnerável a interferências políticas.

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“É necessário assegurar que decisões tão sensíveis para o bem-estar da população sejam planejadas e tomadas pensando a longo prazo, sem interferência de posições temporárias, pontuais e fixadas por conveniências de ocasião, independentemente de quem seja o governo do momento”, defendeu.

Ontem (2), em entrevista à RedeTV!, Lula disse que o Banco Central precisa explicar por que a Selic está em 13,75% ao ano e prometeu uma reunião com empresários e representantes de bancos para discutir o nível de juros no país.

O presidente também indicou que pode rever a regra de autonomia da instituição a partir de dezembro de 2024, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, indicado para o comando da autoridade monetária pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Efraim Filho, que está em seu primeiro mandato no Senado Federal e lidera a bancada do União Brasil (sigla com três ministérios no atual governo, mas que adota posição de independência), sustenta que o debate “vai muito além da alta do dólar ou da queda da Bolsa” e precisa levar em consideração a “economia da vida real”.

“São famílias que dependem da recuperação econômica do nosso país para retornar ao trabalho de forma digna, para garantir seu poder de compra, a carne no prato, a gasolina na moto, o botijão do gás, pagar a conta de energia de casa e colocar o pão na mesa de todo dia”, destacou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.