Sem apoio de PSD e PRB, Jovair Arantes relativiza bancadas: “eleição será decidida por cada deputado”

Em entrevista ao InfoMoney, líder do PTB diz apostar na individualidade dos parlamentares e em uma trajetória "sem inimigos" ao longo de cinco legislaturas completas para derrotar Rodrigo Maia nas eleições para a presidência da Câmara

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Apontado por muitos como o candidato mais viável do chamado “centrão” para a eleição à presidência da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO) tem sofrido com o esvaziamento de sua base de apoio na reta final do pleito. Enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ) trabalha para desarticular o bloco adversário e, assim, garantir sua recondução ao comando da casa legislativa, o deputado goiano aposta na individualidade dos parlamentares e em uma trajetória “sem inimigos” ao longo de cinco legislaturas completas para virar o jogo.

O tempo joga contra o candidato do “centrão”, que tem a missão de superar a recente perda de apoio de duas bancadas importantes: PSD e PRB, que juntos contam com 58 deputados. Assim como os demais adversários de Rodrigo Maia, Jovair Arantes entende que a candidatura do atual presidente da Câmara desrespeita a Constituição e poderia trazer mais instabilidade ao país.

Em entrevista ao InfoMoney, o deputado fala sobre os objetivos de sua candidatura, como seria a dinâmica dos trabalhos na casa se eleito, sua relação com o também candidato Rogério Rosso — que suspendeu candidatura na última quarta-feira — e qual cenário se desenha para a formação dos blocos na Câmara. Confira as respostas de Jovair Arantes a algumas das perguntas enviadas por e-mail:

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InfoMoney – Como se construiu essa candidatura e o que o senhor traz à Casa como presidente?
Jovair Arantes – Minha candidatura não é um projeto individual, mas de um grupo expressivo de deputados de diversos estados e comporta o mais variado espectro político e ideológico. Fui escolhido para representar esse grupo, para fazer as mudanças que a Casa precisa e quer fazer. De uma forma ampla, elas passam pela restauração da estabilidade institucional e pelo resgate da imagem da Câmara. De uma forma específica, pela modernização da Casa para que ela trabalhe com mais transparência, eficiência e participação de cada deputado no processo legislativo.

IM – Há alguma agenda legislativa específica que o senhor gostara de dar maior abertura na Casa? Qual?
JA – É preciso votar os projetos do Executivo e também os apresentados pelos deputados, com enfoque especial às pautas regionais. Vamos separar um dia por semana para que eles sejam apreciados no plenário. O mais importante é que a Câmara resgate o protagonismo.

IM – Qual é a base de apoio com a qual sua candidatura conta? O senhor é conhecido em parte da esquerda como personagem decisivo no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Como tem feito para buscar o apoio desse grupo?
JA – A eleição será decidida pelo deputado, sua individualidade e seu voto. Serei o escolhido porque estou na Casa há 22 anos, conheço cada um dos meus 512 colegas, tenho respeito por eles e eles por mim e tenho nenhum inimigo.

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IM – Por que duas candidaturas do chamado “centrão”? Como está sua disputa de votos com Rogério Rosso? Como o senhor observa sua possível desistência?
JA – Rogério Rosso é um excelente parlamentar, respeitado, atuante e que pleiteia legitimamente a Presidência da Câmara dos Deputados. Sua candidatura só auxilia no debate de ideias e propostas.

IM – Como fica sua posição de candidato do “centrão” com o esfacelamento do bloco? E se PRB, PR e parte do PP, assim como o PSD, não o apoiarem?
JA – O pleito do presidente Michel Temer para a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados é que não haja a formação de blocos. Por quê? Porque, se isso acontecer, o maior prejudicado será o PMDB, partido do presidente. Por ser o maior partido, o PMDB tem direito à primeira pedida da Casa. Como não apresentou candidato a presidente, tem direito a indicar o primeiro vice-presidente. Formar bloco significa furar a fila, que distribui as vagas de acordo com o tamanho da bancada que cada partido elegeu. Por respeitar esse critério, o da proporcionalidade, defendemos evita a formação de blocos.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.