Placar da denúncia: menos de 50 deputados se mostram favoráveis a Temer, apontam jornais

Jornal O Globo divulgou um termômetro detalhado sobre deputados que votarão a favor ou contra Temer - para Eurasia, número de apoiadores na primeira denúncia será um bom indicador para medir vulnerabilidade ou força do presidente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o placar do impeachment em 2016 e o placar da previdência no primeiro semestre de 2017, outro levantamento será observado com atenção nos primeiros dias da segunda metade do ano: o de votos a favor e contra Michel Temer sobre a denúncia na Câmara dos Deputados. 

No final de semana, a Folha de S. Paulo e o jornal O Globo mostraram que menos de 50 deputados admitem abertamente rejeitar a denúncia contra o presidente por corrupção passiva. Já nesta segunda, o jornal O Globo divulgou o placar mais completo, com 121 votos a favor da denúncia, 44 contra, 74 indecisos e 273 não respondendo. A Folha de S. Paulo, por sua vez, registra 130 a favor da denúncia, 45 contra, 57 que não vão se pronunciar, 112 que não sabem e 168 que não responderam. 

Em meio a esse cenário em que poucos se mostram a favor de Temer, o Planalto intensificou o mapeamento de votos. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, conta no máximo 210 votos contra o governo – menos do que os 342 necessários para aceitar o pedido. Já a Folha aponta que diante do silêncio dos deputados, o PMDB vai pedir aos 63 deputados da legenda que declarem voto contrário à aceitação da ação contra o presidente. Com a estratégia, a sigla pretende influenciar outras bancadas a adotar a mesma atitude. Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE), serão acionados para estimular o centrão a manifestar o apoio ao peemedebista.

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Apoio será medido

A consultoria de risco político Eurasia ressalta que a Câmara dos Deputados deve votar pedido para investigar o presidente na semana de 17 de julho, mas nada ao longo da última semana alterou avaliação de que Temer deve vencer votação e terminar mandato no cargo, com probabilidade de 70%, diz a Eurasia, em relatório divulgado na última sexta-feira. “Temer deve ter votos suficientes para sobreviver à votação na CCJ; vitória apertada na comissão, ou até mesmo derrota, não é necessariamente um sinal de problema para garantir votos no plenário, onde Temer precisa apenas de 172 votos para rejeitar o pedido”, afirmam os consultores. 

Contudo, um segundo pedido para investigar Temer diante de denúncias adicionais pode representar ameaça maior; “quanto mais as denúncias e a segunda votação forem postergadas, maior o perigo para o presidente”, afirma. 

Além de se a admissibilidade da denúncia passar pelo Congresso ou não, o que contará para Temer será quantos deputados o apoiarão. Segundo a consultoria, a forte margem de suporte a Temer no plenário – cerca de 250 votos – sinalizaria que ele ainda possui base de apoio leal para mantê-lo no cargo. Já uma margem de suporte menor – de cerca de 200 votos – pode tornar a situação mais vulnerável para uma segunda votação de pedido para investigar o presidente.

(Com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.