Pelas redes sociais, aliados saem em defesa de Jair Bolsonaro após ação da Polícia Federal em Brasília; veja repercussão

Deputados do PL demonstram apoio ao ex-presidente nas redes sociais; parlamentares do Psol apoiam operação

Luís Filipe Pereira

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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A operação da Polícia Federal, que cumpriu nesta quarta-feira (3) mandado de busca e apreensão na casa onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, repercutiu no mundo político, com parlamentares e dirigentes partidários se pronunciando sobre o episódio nas redes sociais.

Um dos que se posicionaram foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que defendeu o ex-chefe do Executivo em post no Twitter: “Bolsonaro é uma pessoa correta, íntegra, que melhorou o país e procurava sempre seguir a Lei. Confiamos que todas as dúvidas da Justiça serão esclarecidas e que ficará provado que Bolsonaro não cometeu ilegalidades”.

Os deputados André Fernandes (PL-CE), Marco Feliciano (PL-SP); Marcelo Álvaro Antonio (PL-MG), Mario Frias (PL-SP) e Evair de Melo (PP-ES) demonstraram apoio ao ex-presidente. Álvaro Antonio e Frias integraram o governo de Jair Bolsonaro, ocupando o ministério do Turismo e a secretaria de Cultura, respectivamente.

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O líderes da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), e da Minoria da Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (PL-SP); e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), também se posicionaram a favor de Bolsonaro.

Nas postagens, os aliados de Bolsonaro relacionam a ação da PF ao que atribuem como derrota do governo Lula, pelo adiamento da votação do PL das Fake News, decidido na noite de quarta-feira (2), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) atendendo pedido do relator, Orlando Silva (PCdoB-SP).

“Bastou a primeira aparição pública com apoio grandioso da população e a primeira grande derrota no parlamento do governo para o início as retaliações. Não teremos paz, mas não recuaremos, tudo pela liberdade”, afirmou o parlamentar capixaba, fazendo referência à presença de Jair Bolsonaro na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), no feriado.

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Veja as manifestações dos aliados de Bolsonaro:

Há expectativa sobre como o Congresso irá reagir aos holofotes direcionados a Jair Bolsonaro e se o episódio pode influenciar na correlação de forças da oposição ou na própria agenda de interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No campo da esquerda, o líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Guilherme Boulos (SP), e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) demonstraram apoio ao trabalho da Polícia Federal, e a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), chamou atenção para a tensão na capital federal, com a deflagração da operação.

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Operação Venire

Os agentes da PF estão nas ruas para cumprir 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro pela operação batizada de “Venire”, que deriva do princípio “Venire contra factum proprium” − ou seja, “vir contra seus próprios atos”. Trata-se de princípio do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.

A PF não pediu a prisão do ex-presidente, e os agentes estiveram na casa de Bolsonaro por aproximadamente três horas, para apreender os aparelhos celulares dele e de Michelle Bolsonaro.

A investigação apura a existência de suposta “associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde”.

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Os alvos da operação teriam atuado para inserir dados de forma fraudulenta nos sistemas da pasta, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação e atender as exigências impostas pelo governo dos Estados Unidos para aqueles que desejavam visitar o país na época.

Há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, hoje com 12 anos, teriam sido forjados.

Foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que atuaram na segurança presidencial durante o mandato de Bolsonaro. Os agentes também detiveram João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ).