Pedido de impeachment é descabido, diz Cunha; veja principais pontos de seu discurso

“Não há a menor possibilidade de minha parte. Não há de se discutir fatos de um mandato anterior. Todos querem que o país siga sua estabilidade. Pedido de impeachment ou qualquer coisa nesse sentido é descabido”, afirmou

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Apesar dos temores da presidente Dilma Rousseff de que, se fosse eleito, poderia votar o seu processo de impeachment, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou que votará este pedido.

De acordo com Cunha, que foi eleito no último domingo o presidente da Câmara dos Deputados e impôs uma derrota ao governo, ele destacou que é “descabido” pautar qualquer pedido neste sentido, mesmo que o escândalo de corrupção na Petrobras (PETR3;PETR4) tenha ocorrido em parte no mandato da presidente.

Segundo ele, como as denúncias de cobrança de propina e fraudes em contratos com a Petrobras envolvem um mandato já concluído, não haveria razão para discutir o assunto. “Não há a menor possibilidade de minha parte. Não há de se discutir fatos de um mandato anterior. Todos querem que o país siga sua estabilidade. Pedido de impeachment ou qualquer coisa nesse sentido é descabido”, afirmou.  

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No seu discurso após tomar posse da presidência da Câmara dos Deputados já em primeiro turno, com a maioria absoluta dos 513 votos (267), Cunha apostou em um discurso conciliador e afirmou que erá o presidente de toda a Câmara e não somente dos que votaram nele. “Vamos buscar a altivez do Parlamento. Esta Casa é o palco dos grandes debates da sociedade. O governo sempre terá, pela sua legitimidade, a maioria para governar quando ela tiver de ser exercida.”

Eduardo Cunha disse que, de sua parte, não haverá qualquer tipo de retaliação àqueles que trabalharam por outras candidaturas. Ele destacou que o Parlamento sabe reagir às pressões. “Temos é que começar a trabalhar, sem retaliação. Porque todos aqui vieram para trabalhar. Vamos começar votando o Orçamento Impositivo e outras matérias que estão prontas para serem votadas no plenário”, disse. A previsão é que a proposta de emenda à Constituição entre na pauta na terça-feira (3).

O projeto obrigada o governo federal a liberar verbas para as emendas que os congressistas fazem ao Orçamento, dando mais autonomia para definir as verbas para as suas bases. Hoje, quem dá a palavra final é o Executivo. Assim, o projeto é visto com incômodo pelo Planalto

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O presidente da Câmara comentou a relação que pretende adotar com os demais Poderes. “Esta presidência não irá atrapalhar a governabilidade. Vamos garantir a governabilidade e isso não significa ser submisso”. Cunha destacou que respeitará os demais Poderes mas, também, exigirá respeito à Câmara. “Vamos respeitar os outros Poderes, mas exigindo respeito. A Câmara terá sua dinâmica.”

O novo presidente da Câmara está no quarto mandato consecutivo pelo PMDB. Foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça e líder de seu partido.

Hoje (2), às 15h, será feita a sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos desta legislatura. Na ocasião, o governo encaminhará ao Congresso a mensagem da presidente Dilma Rousseff pela abertura do ano legislativo.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.