Paulo Guedes bate boca com deputados e rebate com ironia comparação ao Chile: “A Venezuela está melhor”

Ministro entra em confronto com opositores ainda durante sua exposição inicial sobre a reforma da Previdência e clima esquenta na CCJ 

Marcos Mortari

(Jefferson Rudy/Agência Senado)

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SÃO PAULO – O clima de tranquilidade na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados durou menos de uma hora na audiência pública com o ministro Paulo Guedes (Economia) sobre a reforma da Previdência, na tarde desta quarta-feira (3).

Enquanto fazia sua exposição inicial sobre os problemas do atual sistema de aposentadorias e explicava os caminhos apontados pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) encaminhada pelo governo, o ministro e deputados de oposição trocaram críticas e ironias.

O estopim para o confronto foram aplausos de deputados à fala do ministro sobre o risco de não se reformar o atual sistema previdenciário e iniciar uma transição ao regime de capitalização, em que o trabalhador contribui para a própria aposentadoria.

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“Se vocês quiserem, embarquem seus filhos no avião em que estão. Vão acabar como no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte, em Goiás, em Minas Gerais”, disse o ministro, interrompido por aplausos. A oposição reagiu e aproveitou o momento para lançar questionamentos.

Foi quando o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) pergunta sobre o modelo de capitalização chileno, frequentemente criticado pelo baixo valor das aposentadorias concedidas aos contribuintes, em contraste com a resolução no âmbito fiscal.

“Chile: US$ 26 mil de renda per capita, quase o dobro do Brasil. Acho que a Venezuela está melhor. Venezuela está bem melhor”, respondeu o ministro. O tom acirrou os ânimos dos deputados e deu início a um bate-boca com parlamentares opositores que durou pouco menos de 5 minutos.

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“Fale mais alto do que eu”, disse o ministro ao deputado Henrique Fontana (PT-RS).

“Um pouco mais. A palavra é dos senhores, falem um pouco mais alto”, continuou.

Leia mais: O que o Chile tem a ensinar ao Brasil sobre a reforma da Previdência?

Com a confusão generalizada – que incluiu deputados homens mandando colegas mulheres “calarem a boca” e outras mulheres saindo em defesa das deputadas atingidas -, Guedes acalmou os ânimos e terminou pedindo desculpas.

“Me aconselharam a não reagir, mas tentei ser atencioso. Sou muito respeitoso. Cometi o erro de interagir. Assim que eu interagi, vocês transformaram em outra coisa”, afirmou.

“Meu papel é relativamente simples, quem vai julgar são os senhores. Com a maior franqueza, não cabe a mim entrar no debate político. Tenho que dar explicações e não preciso me exaltar, me desculpe”.

(com Agência Estado)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.