Para analistas, Bolsonaro deve seguir se recuperando em pesquisas

Fôlego do atual mandatário deve se ampliar frente a Lula, de acordo com especialistas que responderam à edição do Barômetro do Poder deste mês

Gabriel Toueg

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Enquanto as mais recentes pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto mostram uma retomada de fôlego de Jair Bolsonaro (PL) na disputa, analistas ouvidos em março pelo Barômetro do Poder acreditam que esse fenômeno deverá seguir como tendência. Embora ainda distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas sondagens, Bolsonaro tem diminuído a lacuna entre ambos.

Diferentes levantamentos realizados ao longo das últimas semanas têm mostrado que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro tem caído, revertendo um cenário em que o petista manteve-se à frente ao longo dos últimos oito meses.

Pesquisa do PoderData de fevereiro mostrava que a diferença entre os dois candidatos mais propensos a avançar para o segundo turno caíra de 14 pontos para 9 em apenas quatro semanas. Nesta pesquisa, realizada com 3 mil pessoas por telefone, Lula aparecia com 40%, contra 31% de Bolsonaro. Na sequência vinham Sergio Moro (Podemos), com 9%, e Ciro Gomes (PDT), com 4%.

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Embora as metodologias entre um e outro instituto de pesquisa mudem, em outras sondagens esse estreitamento entre Lula e Bolsonaro também tem aparecido, mesmo com a ressalva de que, em diferentes cortes geográficos, étnicos, religiosos e etários, a diferença aumente ou diminua.

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Na pesquisa mais recente do Datafolha, o atual presidente tem 26% contra 43% de Lula, uma diferença de 17 pontos. Em relação à pesquisa anterior do Datafolha, em que Lula tinha entre 47% e 48% e Bolsonaro, de 21% a 22%, a margem entre os dois cai 9 pontos, embora os nomes sondados tenham mudado com a retirada a confirmação de candidaturas, o que torna os dois levantamentos não diretamente comparáveis.

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De acordo com 73% dos analistas ouvidos pelo InfoMoney para o Barômetro do Poder de março, essa tendência de estreitamento na lacuna entre Lula e Bolsonaro deve se manter contínua. Os demais, 27%, acreditam que o recente crescimento foi um episódio pontual, motivado por anúncios populistas, como redução do IPI e liberação do FGTS.

O levantamento mais recente do Ipespe, encomendado pela XP Inc., mostrou uma redução de Bolsonaro no cenário estimulado para o primeiro turno (quando o eleitor escolhe seu candidato entre opções apresentadas pelo pesquisador), passando de 28% para 26%. Já Lula (PT) tem 44%.

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Bolsonaro fora da disputa

Nesta edição do Barômetro do Poder, a que responderam 11 analistas, entre os quais 2 independentes, o InfoMoney testou a hipótese de que Bolsonaro desista da reeleição e escolha concorrer a outro cargo, de forma a manter a imunidade parlamentar e driblar investigações relacionadas a casos de corrupção, prevaricação e improbidade, por exemplo.

Nesta quinta-feira (30), a ministra Rosa Weber, do STF, negou o arquivamento do inquérito que apura o papel do presidente no caso da compra da vacina indiana Covaxin – o caso ganhou destaque durante a CPI da Covid, a partir da denúncia do deputado federal Luis Miranda (Republicanos/DF), segundo quem Bolsonaro teria sido alertado sobre suspeitas na aquisição do imunizante e não agiu.

A possibilidade aventada pelo Barômetro, entretanto, não ecoou entre os analistas. Para a maioria (64%), a probabilidade de o presidente desistir da candidatura à reeleição em 2022 é “muito baixa”. O restante (36%) apostou na opção “baixa”. Não houve votos para as opções “neutra”, “alta” ou “muito alta”. Ao longo dos últimos meses, especialistas e veículos de imprensa têm conjecturado a ideia principalmente face ao desempenho ruim nas pesquisas. A aposta, entretanto, é mais forte entre esquerdistas e centristas.

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Em Parnamirim (RN) nesta quarta-feira, Bolsonaro voltou a questionar, como vinha fazendo, a lisura das eleições ao dizer, durante comício, que “os votos serão contados no Brasil” e que “não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos”. Ele se referia ao ex-presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, ao atual presidente do órgão, Edson Fachin, e a Alexandre de Moraes, que ocupará a vaga durante o período eleitoral.

Em julho do ano passado, ainda antes da votação acachapante no Congresso que manteve as urnas eletrônicas e descartou a volta do voto impresso no país, Bolsonaro chegou a insinuar a apoiadores que desistiria de concorrer se o pleito não fosse feito com cédulas em papel. A declaração vinha na esteira da ameaça feita por ele mesmo um mês antes de que, sem papel, não haveria eleições em 2022.

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A edição 34 do Barômetro do Poder foi realizada entre os dias 25 e 28 de março, com questionários aplicados por meio eletrônico. Foram ouvidas 9 casas de análise de risco político (Control Risks, Dharma Political Risk & Strategy, Empower Consultoria, Ipespe, Medley Global Advisors, Patri Políticas Públicas, Prospectiva Consultoria, Pulso Público e Tendências Consultoria Integrada) – e 2 analistas independentes: Carlos Melo (Insper) e Thomas Traumann.

Conforme acordado previamente com os analistas, os resultados do levantamento são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e comentários.

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