Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de ganhos para as bolsas mundiais e também para o dólar, com o plano fiscal de Trump ganhando forças, além da proximidade para a escolha de um novo nome para o Federal Reserve, enquanto o minério tem forte baixa. Por aqui, o mercado pode ficar pressionado com o ceticismo para a reforma da previdência, suspensão do leilão do pré-sal e queda do minério. Destaque ainda para a forte temporada de balanços. Confira os destaques desta sexta-feira na bolsa: 

1. Bolsas mundiais

A sessão é de ganhos para as principais bolsas mundiais e também para o dólar, que segue com ganhos ante as principais divisas mundiais após a Casa Branca passar uma resolução que deixa o plano de corte de impostos do governo Donald Trump ainda mais próximo de se efetivar. Além disso, aumentam especulações de que Janet Yellen estaria fora da corrida sucessória para um novo mandato no Fed e Trump escolheria entre Jerome Powell e John Taylor. A primeira estimativa do PIB americano, referente ao terceiro trimestre, será o destaque da agenda dos EUA.

Já as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, impulsionadas por fortes balanços corporativos nos EUA e pela perspectiva de que estímulos monetários terão continuidade na Europa. No Velho Continente, atenção ainda para a Catalunha: o senado espanhol está reunido para decidir se o governo central tomará o controle da região. 

Enquanto isso, no mercado de commodities, os metais caem em Londres com sentimento negativo sobre China, enquanto o contrato futuro de minério de ferro tem forte recuo em Dalian, na China, com receios sobre demanda. O petróleo, por sua vez, registra leve queda. 

Às 8h20 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,92%

*FTSE (Reino Unido) +0,21%

*DAX (Alemanha) +0,76% 

*FTSE MIB -0,12%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,84% (fechado)

*Xangai (China) +0,26% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,24% (fechado)

*Petróleo WTI -0,23%, a US$ 52,52 o barril

*Petróleo brent -0,32%, a US$ 59,11 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -5,73%, a 428 iuanes

2. Agenda econômica

O grande destaque da agenda fica para o PIB do terceiro trimestre dos Estados Unidos, que será divulgado às 10h30. A estimativa é de um crescimento de 2,6%.  No mesmo horário, será revelado o dado de consumo pessoal e, depois, ao meio-dia, haverá o dado de confiança do consumidor.  No Brasil, às 10h30, atenção para a nota do Banco Central de política monetária e operações de crédito. 

3. Relação Maia-Temer e reforma da previdência

Após ter a denúncia contra ele barrada por um placar mais magro na Câmara dos Deputados, Michel Temer monitora de perto as chances de aprovação da reforma da previdência, enquanto vê a ascensão do poder do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em entrevista à Folha de S. Paulo, Maia afirmou que o Planalto não tem mais voto para projetos importantes, disse achar que a reforma da Previdência é muito difícil e que o foco deve ficar em dois pontos mais compreensíveis: idade mínima e fim dos privilégios dos que ganham mais. 

O jornal O Estado de S. Paulo de hoje destaca ainda a avaliação da base aliado do governo, que aponta que, para a base aliada, Temer terá dificuldade de aprovar até Previdência mais enxuta. Nos bastidores, aponta o jornal, Maia,  que ganhou mais protagonismo depois da votação da segunda denúncia, vai avaliar o “termômetro” da viabilidade de a proposta passar na Câmara. Dessa forma, espera-se para os próximos dias a coordenação da fase mais objetiva de discussões em torno do alcance do tamanho da reforma que poderá ser votada. O ministro da fazenda Henrique Meirelles também pretende voltar a se reunir com lideranças da base aliada do governo no Congresso em busca de apoio. 

Enquanto isso, economistas não esperam que o governo consiga aprovar uma reforma da Previdência próxima da proposta original. Para o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o governo Temer, apesar de ter garantido sua sobrevivência, não deve ter mais cacife para tocar reformas significativas, como a da Previdência. “O governo tem condição de lançar uma medida provisória, fazer um projeto de lei, mas não tem mais condições de fazer uma reforma tributária, por exemplo”, disse ao Estadão. 

4. Leilão do pré-sal suspenso

O segundo leilão de partilha de áreas do pré-sal da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) está marcado para ocorrer nesta sexta-feira, às 9h, no Rio de Janeiro. Contudo, o juiz Ricardo de Sales, da 3ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Estado do Amazonas, concedeu liminar ontem (26) à noite suspendendo o leilão. 

A ação foi proposta por Wallace Byll Pinto Monteiro, integrante do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas, contra a ANP e a Petrobras. Na ação, ele alega que a Lei n.13.365/2016 promoveu radical alteração na Lei n.12.351/2010, na medida em que retira da Petrobras a atuação como operadora única dos campos do pré-sal, com uma participação de pelo menos 30%, além de deixar de ser a única empresa responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção.

A ANP ofereceria as áreas com expectativa de gerar US$ 36 bilhões ao longo dos desenvolvimentos dos projetos e e US$ 130 bilhões em royalties, óleo-lucro e Imposto de Renda. Os bônus de assinatura são fixos, somando R$ 7,7 bilhões caso todos os oito blocos fossem arrematados.  A Advogacia-Geral da União (AGU) apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra a decisão. De acordo com a AGU, o TRF deve ter uma decisão sobre o recurso em até 1 hora.

 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para a divulgação de resultados de três empresas que fazem parte da Carteira InfoMoney: RD, CCR e Usiminas. A RD fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 136,49 milhões, resultado 16,8% superior ao apresentado no mesmo período de 2016, mas ficando levemente abaixo dos R$ 137 milhões esperados pelos analistas consultados pela Bloomberg.  A CCR reportou um lucro líquido de R$ 472,3 milhões no terceiro trimestre, resultado 59% inferior ao apresentado no mesmo período de 2016. Na mesma base – resultado que exclui diversos eventos ocorridos desde o ano passado -, o lucro ficou em R$ 433,1 milhões, avanço de 63,1%. Já a Usiminas viu seu prejuízo líquido de R$ 107 milhões se reverter em lucro de R$ 76 milhões neste trimestre. Outras companhias que divulgaram resultados foram: Embraer, Suzano, Estácio, Fleury, Engie Brasil, Pão de Açúcar e Cia. Hering. 

Além da temporada de balanços, vale destacar outras notícias: o BB Seguridade aprovou a recompra de até 10 milhões de ações ordinárias, a CVM abriu novo processo para apurar a responsabilidade dos irmãos Batista e a Klabin foi rebaixada a ’market perform’ pelo BB Investimentos. 

Por fim, no InfoTrade, destaque para o Dólar Futuro, que tem pela frente um gap para ser fechado e pode encontrar maior pressão de venda nesta sexta-feira – confira a análise completa.

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.