Oposição vence primeira disputa para impeachment de Dilma e define chapa da comissão especial

O rito definido por Cunha para a sessão foi de votação secreta e sem discursos prévios e encaminhamentos de votações por lideranças das bancadas, sem aceitar as reclamações de representantes da situação

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A chapa alternativa listada pela oposição para a comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff acaba de vencer a disputa com a chapa oficial, defendida pela base governista, por 272 votos a 199. Enquanto governistas disputavam com uma chapa com 47 nomes, a oposição reunia 39 parlamentares – o que significa que os 26 nomes titulares remanescentes ainda terão de ser escolhidos posteriormente. Conforme sinalizou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a sessão que fechará a comissão especial ocorrerá na próxima quarta-feira (9).

A votação do começo da noite desta terça-feira (8) foi tumultuada, marcada por discussões dentro do plenário da Câmara. O rito definido por Cunha para a sessão foi de votação secreta e sem discursos prévios e encaminhamentos de votações por lideranças das bancadas, sem aceitar as reclamações de representantes da situação. A base governista argumentava pela votação aberta e entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal para anular o procedimento escolhido pelo peemedebista – defensor do impeachment de Dilma, que aceitou na semana passada o pedido feito pelos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, como retaliação à bancada petista que decidiu votar contra ele no Conselho de Ética.

Quando a votação foi iniciada, deputados do PT tentaram obstruir o acesso às cabines de votação instaladas. Houve empurra-empurra e há relatos de urnas danificadas ao longo do processo. A votação secreta favorecia a oposição, uma vez que aumentava o potencial de dissidência dentro da frágil base do governo. O cenário se confirmou e levou o Planalto a uma dura derrota, que o colocará desprovido do controle da presidência e da relatoria da comissão – postos essenciais para o enfraquecimento do processo do impeachment.

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Enquanto opositores comemoram a vitória e alegam que partem oficialmente de 272 como piso para o processo de impeachment, deputados da situação minimizam a derrota e ressaltam a importância de se ter conseguido 199 votos – 27 a mais do que precisam para barrar a deposição de Dilma. Outro fator que joga do lado da presidente é o fato de a votação ter sido fechada, o que amplia o potencial de crescimento da base de 199 votos. No entanto, não há garantias. Tudo vai depender de como se comportarão os demais elementos envolvidos, imprevisíveis.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.